A história dos três reis magos é permeada de mistérios... Eram mesmo reis? Eram três? De onde vieram? Mesmo com as dúvidas, a festa dos reis magos é uma das mais amadas e comemoradas no Brasil, Portugal e Espanha. No Brasil, a festa é chamada de folia de reis. Veja documentos históricos e antigas tradições que trazem luz a essa história.
Os três reis magos são sábios que foram adorar Jesus após seu nascimento. A Tradição e as Escrituras Cristãs (Evangelho de São Mateus, 2º capítulo) afirmam que eles foram de terras distantes do Oriente para aclamar e servir Jesus em Belém. Eles significam a salvação que Jesus traria para todos os povos, não só para os judeus.
A tradição afirma que seus nomes são Belchior, Gaspar e Baltazar.
Segundo a Bíblia, eles identificaram sinais no Céu que mostravam o nascimento do Messias, o Salvador de toda a humanidade. Primeiro eles chegaram em Jerusalém, a capital de Israel.
Os reis magos indagaram ao Rei Herodes onde estava o rei dos judeus, pois eles queriam adorá-lo. A fala dos magos demonstra que eles acreditavam na divindade do menino que acabara de nascer.
O rei Herodes entendeu que eles estavam falando do rei prometido por Deus há séculos, o Messias que iria trazer a salvação para os judeus.
Dessa maneira, ele mandou chamar todos os sumos sacerdotes e escribas para que informassem os reis da localização de onde nasceria o Messias.
Eles foram unânimes em afirmar que seu nascimento seria em Belém, devido a profecia de Miquéias, que está presente no capítulo 5 do seu livro nas Escrituras.
Ao informar os reis magos, o rei Herodes fez questão de extrair o máximo de informação possível. Herodes conseguiu poder sobre a Judéia após uma guerra de 3 anos contra os judeus representando o Império Romano.
Os judeus, antes da guerra, já não aprovariam Herodes por ele ser descendente da tribo dos asmoneus, aqueles que dominaram Israel no relato do 1º Livro dos Macabeus.
Se o Messias nascesse, muito provavelmente os judeus iriam se unir e acabar com o reinado de Herodes. Por isso, ele arquitetou a futura trama para matar o menino nascido em Belém.
Ao receber as informações sobre o rei dos judeus, os 3 reis magos partiram para Belém.
A Bíblia informa que eles encontraram Maria e José com o bebê Jesus e o adoraram.
Eles entregaram 3 presentes para o menino e sua família: ouro, incenso e mirra.
Cada presente tinha um significado, o que explica o porquê das oferendas:
Herodes havia pedido para que os reis o informassem onde o menino estava para que ele também pudesse adorá-lo. Contudo, após o encontro com Jesus, os magos foram avisados em sonho que não deviam informar o rei.
Após o encontro com Jesus, eles voltaram para suas terras. Mas onde eram suas terras?
Tudo que a Bíblia diz a respeito deles é o que está escrito acima. Os Evangelhos não falam quantos eram, de onde eram e se eram reis ou não. Nem mesmo o nome deles é informado.
Muitos cristãos afirmam que isso se deu porque a intenção dos Evangelhos não era descrever todos os detalhes históricos da vida de Jesus, mas apenas o essencial de sua missão.
Os 3 reis magos seriam sim um fato histórico, mas são principalmente figuras simbólicas, representantes dos povos pagãos. Através de Jesus, eles também foram inseridos na Salvação de Deus, diferente do que acontecia na Antiga Aliança.
Assim, para conhecer mais sobre os três reis magos, outra fonte do Cristianismo que não a Bíblia traz mais informações: a tradição.
Os primeiros Cristãos passavam suas informações de pessoa a pessoa, de geração em geração. Não havia relatos escritos até o ano 80, quando o evangelho de São Marcos foi escrito.
Sobre a origem dos três reis magos, três são as principais fontes da tradição:
São Beda foi um monge cristão da Inglaterra, tendo vivido no século VIII.
Por ser especialista em línguas antigas, os chefes do mosteiro lhe incumbiram da missão de ler e traduzir as informações dos textos antigos.
Em um desses textos, São Beda encontrou informações a respeito dos três reis magos, descrevendo-lhes da seguinte maneira:
“Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto, e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz” (Excerpta et Colletanea. São Beda).
O nome de cada um deles tem significado:
Um documento do século V reforça a narrativa de São Beda. Esse relato histórico ficou conhecido como Excerpta Latina Barbari. Ele nomeia todos os governantes da Terra desde Adão até o século IV.
O escritor anônimo afirma que os nomes dos 3 reis magos eram Melichior, Gathaspa e Bithisarea, podendo ser traduzidos com os mesmos nomes encontrados por São Beda.
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A Biblioteca do Vaticano possui um documento chamado A Revelação dos Magos. Esse documento foi descoberto no século XVIII, mas foi traduzido do siríaco antigo apenas no século XXI.
O registro sobre os magos provavelmente foi feito no século II.
O responsável pelos estudos do documento foi Brent Landau, professor de Teologia da Universidade do Oklahoma, especialista em documentos cristãos da Igreja primitiva.
Segundo este registro histórico, os três reis magos eram descendentes de Set, terceiro filho de Adão.
Diz-se que na verdade não eram três reis, mas sim 12. Muitos cristãos orientais possuem uma longa tradição de que 12 reis magos foram visitar Jesus no seu nascimento.
Porém, o fato de serem 12 não exclui os três tradicionais. Muitos afirmam que o destaque dos três reis tradicionais vem do fato de terem dado os presentes simbólicos ao menino Jesus. Isso não exclui a existência de outros reis magos nem dos três tradicionais.
O documento diz que eles receberam uma profecia de seus antepassados, afirmando que uma estrela apareceria para sinalizar o nascimento do próprio Deus encarnado.
Essa profecia se une ao que os Padres da Igreja interpretaram acerca dos 3 reis magos.
Os primeiros Bispos e Sacerdotes Cristãos, representantes da Igreja, afirmaram que os reis magos vieram de povos que possuíam acesso a antigas profecias sobre o nascimento do Messias.
Algumas delas são:
Livro dos Salmos, escrito aproximadamente 1.000 anos antes de Cristo — “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes; os reis da Arábia e de Sabá hão de pagar a ele o seu tributo. Todos os reis da terra hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações” (Salmos 71-72: 10-11).
Eles interpretaram a visita dos reis como cumprimento da profecia, mostrando que a salvação passou a ser reservada a todos os homens que seguirem Jesus, não apenas os nascidos judeus.
Segundo os Padres da Igreja, os magos eram cultos, conheciam os livros dos judeus e professavam uma religião diferente do paganismo tradicional; conheciam a ciência dos astros e liam pergaminhos antigos.
É de se considerar o relato dos Padres da Igreja como fonte histórica, já que muitos deles viveram apenas 1 século depois do nascimento de Jesus, muito perto da visita dos magos.
Santo Tomás de Aquino, embora nascido depois da era da Patrística, diz:
“Os Magos foram as primícias dos gentios que acreditaram em Cristo. E neles se manifestou, como um presságio, a fé e a devoção das gentes que vieram a Cristo das mais remotas regiões”.
O nome “mago” significava “sábio”. Possuíam grande conhecimento das profecias e da história antiga, bem como de ciências e simbolismo.
Os documentos já mencionados — os registros encontrados por São Beda, e a Excerpta Latina Barbari — afirmam que sim.
Os documentos da Biblioteca do Vaticano não tocam nesse assunto.
De acordo com uma tradição acolhida por São João Crisóstomo, Padre da Igreja, os três Reis Magos foram posteriormente batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da Fé Cristã (Patrologia Grega, LVI, 644).
Os restos mortais foram encontrados na Pérsia, pela imperatriz Santa Helena, no século IV. Ela os levou para Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente na época.
A história é documentada pelo livro Historia Trium Regum, de John of Hildesheim, feito no século XIV.
Ainda no século IV, as relíquias foram transferidas para Milão.
Em 1164, o Imperador Frederico Barba Roxa saqueou Milão e transferiu as relíquias para a catedral da cidade de Colônia, na Alemanha.
A devoção dos fiéis era tão grande que a catedral precisou ser reformada e ampliada, dando lugar à igreja gótica que está de pé até hoje. Muitos ainda peregrinam até a catedral pela sua devoção aos reis magos.
Em 1864 e em 2004, o relicário dos 3 reis foi aberto, revelando conter partes dos esqueletos de três homens. Seus crânios indicavam pessoas com idades diferentes: um mais jovem, um de meia-idade e outro idoso.
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