O capitalismo teve diferentes fases até chegar no atual modelo econômico e social:
A ascensão do capitalismo e suas diferentes fases possuem características diferentes que explicam realidades importantes do mundo contemporâneo. Entenda esse processo da origem até os dias atuais.
As torcas financeiras sempre existiram, mas o capitalismo em si surgiu aproximadamente em 1453. Seu início era muito diferente do capitalismo atual.
O sistema capitalista atual foi formado através de um processo histórico dividido em momentos. As 3 fases do capitalismo capitalismo comercial, capitalismo industrial e capitalismo financeiro.
Conheça cada uma delas.
A economia feudal tradicional estava em crise. Antes, os nobres se envolviam apenas em disputas militares e políticas, sendo sustentados pelo rei, mas agora um novo campo se tornava atrativo: o comércio.
As trocas eram regidas por um mercado que começava a se tornar mais dinâmico. A expansão dessa atividade superou as fronteiras europeias com o crescimento do comércio internacional, seja pelas Grandes Navegações ou pelas rotas terrestres entre a Europa e a Ásia.
A forma na qual o comércio funcionava variava de país para país. Alguns locais ainda preservavam uma ordem econômica mais ligada ao feudalismo.
Um exemplo era o Brasil, que passou a ser dividido em Capitanias Hereditárias, faixas territoriais que chegavam a ser maiores do que muitos países da Europa, e foram doadas para Capitães Donatários. Não existia uma dinâmica capitalista latente, o mercado interno no país era quase inexistente, e as trocas internacionais eram controladas pela metrópole.
O Capitalismo Comercial enfrentava a alta participação do Estado nas relações econômicas. As técnicas de produção tinham avançado, mas não de maneira que potencializasse significativamente a economia do planeta.
Essa mudança só foi acontecer anos mais tarde com a Revolução Industrial, fenômeno que mudou a história do capitalismo.
A fase conhecida como capitalismo comercial ou pré-capitalismo foi marcada por:
O capitalismo, como é conhecido hoje, surge em 1760. Naquele ano um fenômeno tomou a Inglaterra, a chamada Revolução Industrial. A partir dos inventos de Thomas Savery e Thomas Newcomen, o jovem inglês James Watt criou o motor a vapor.
A partir da queima do carvão, o vapor movimentava um mecanismo que criava energia cinética. O movimento gerado pelo motor foi acoplado às máquinas de produção de tecidos, por exemplo.
A energia cinética produzida pelo motor poupava um esforço humano e acelerava o processo de produção de uma peça. Assim surgiram as máquinas industriais.
Com o encadeamento de muitas máquinas, organizava-se uma indústria complexa capaz de produzir produtos em quantidades até então não vistas.
Existem diversos motivos para a Inglaterra ter sido o berço do capitalismo industrial, são alguns deles:
Weber defendia que o catolicismo se preocupava mais com a vida espiritual, com o desapego a bens materiais e criava uma cultura mais voltada à reflexão, ao estudo de áreas como filosofia e história, que geram menos dinheiro.
Já os protestantes defendem mais a prosperidade, valorizavam áreas como engenharia e ciências, criando uma cultura que priorizava o trabalho à reflexão. Segundo o autor, o católico prefere dormir bem e comer mal, já o protestante preza por comer bem mesmo que dormindo mal, favorecendo o desenvolvimento do capitalismo.
Com o surgimento das indústrias, a Europa começou a enfrentar um processo de êxodo rural. Com as novas oportunidades de trabalho, as pessoas saíam do campo para procurar trabalho nas cidades.
O processo de urbanização foi acelerado. As cidades cresciam muitas vezes sem que houvesse o planejamento urbano necessário.
Na obra A Situação da Classe Trabalhadora, de Friedrich Engels, o autor afirma que as fábricas destruíram a vida tradicional do campo e destruíram as terras familiares para obrigar as pessoas a viverem em bairros miseráveis e cidades imundas.
Engels aponta para jornadas de trabalhos exaustivas que passavam das 12 horas diárias, para o fato de 36% das crianças entre 10 e 14 anos trabalharem fora de casa exercendo funções degradantes e para a quantidade de mendigos, bêbados e prostitutas que vagavam pelas ruas urbanas.
O economista Ludwig Von Mises pontua que Engels tem razão quando pontua os problemas sociais que existiam na cidade, porém, defende que a cidade evidenciou questões que em grande medida já existiam. Escreve o autor no livro Ação Humana:
“É uma distorção dos fatos dizer que as fábricas arrancaram as donas de casa de seus lares ou as crianças de seus brinquedos. Os proprietários das fábricas não tinham o poder para obrigar ninguém a aceitar um emprego nas suas empresas. Podiam apenas contratar pessoas que quisessem trabalhar pelos salários que lhes eram oferecidos. Mesmo que esses salários fossem baixos, ainda assim eram muito mais do que aqueles indigentes poderiam ganhar em qualquer outro lugar. Aquelas mulheres não tinham como alimentar os seus filhos. Aquelas crianças estavam carentes e famintas. Seu único refúgio era a fábrica; que as salvou, no estrito senso do termo, de morrer de fome.”
Por um lado as fábricas escancaram problemas sociais da Inglaterra, por outro elas enriqueceram o país, e foram responsáveis pela melhora nos padrões de vida e consumo dos ingleses, posteriormente o padrão se replicou em diversas partes do mundo.
Muitas pessoas passavam por dificuldades financeiras, o trabalho infantil era algo comum no campo e a mortalidade era altíssima.
Com todas as suas contradições, a industrialização permitiu um enriquecimento do mundo ao ponto em que essas questões passaram a ser pauta de discussão pública e foram melhoradas.
Angus Maddison formulou um gráfico mostrando o enriquecimento per capita do mundo nos últimos 2 mil anos:
Para Milton Friedman, no livro"Capitalismo e Liberdade", o capitalismo é um sistema que promove a liberdade individual e a prosperidade econômica e a industrialização comprova isso. Ele defende a ideia de que a intervenção do governo na economia é prejudicial e que a livre concorrência é essencial para o sucesso do sistema.
Com a industrialização, o modo de produção capitalista se mostrou o mais eficiente sistema e foi capaz de transformar países pobres em grandes potências. Essa máquina de gerar riqueza expandiu ainda mais a ambição humana e a ambição dos governantes, gerando um problema colateral após a alguns Estados se unirem com alguns grandes empresários.
O Imperialismo foi um movimento que surgiu ao final do século XIX, onde grandes empresas monopolistas e Estados industrializados, como a Inglaterra e França, buscaram expandir os seus domínios para fora de seu território nacional.
O imperialismo existia por três motivos:
O crescimento das empresas com o capitalismo industrial permitiu que elas se tornassem tão grandes e poderosas ao ponto de exercerem influências nas questões políticas nacionais e internacionais, contribuindo para o imperialismo como colocado no ponto dois da lista acima. Ao mesmo tempo que elas financiavam e influenciavam o Estado, em troca os políticos protegiam seus interesses.
Esse é um dos motivos pelos quais os liberais e conservadores alertam sobre o perigo da relação entre empresas e governos; quando empresas são protegidas pelo Estado elas podem dominar um mercado de maneira injusta e se enriquecerem a partir de trocas de favores com políticos.
Ao invés de proporcionarem um livre mercado e uma competição justa, elas usam o Estado para quebrar a concorrência.
Essa troca de favores faz com que o meio do enriquecimento não seja mais a prestação do melhor serviço possível, mas sim a politicagem. Isso degenera o capitalismo e é um dos motivos que levou ao capitalismo financeiro, que é a fase atual.
Uma das formas de ilustrar o argumento dos liberais e conservadores acerca da relação entre empresas e governo é olhando para um famoso caso brasileiro. A Varig foi a primeira empresa aérea do Brasil e durante muito tempo uma das maiores do mundo. Ela foi fundada em 1927, mas em 2006 algo aconteceu que fez a empresa acabar.
Foram mais de 30.000 famílias que perderam a sua fonte de renda e todo um mercado abalado.
A forma como ela acabou revela um problema na estrutura do capitalismo brasileiro, e entender isso revela a fonte das dificuldades de se empreender no Brasil.
A Brasil Paralelo lançou uma investigação sobre o caso Varig para jogar luz sobre os motivos de sua extinção. Clique no link e saiba como assistir.
Esse documentário é uma forma de estudar história e economia enquanto se diverte assistindo imagens em alta qualidade, entrevista com especialista e vendo fontes históricas da época.
A fase conhecida como capitalismo industrial foi marcada por:
O capitalismo financeiro existe em cima de uma contradição. Por um lado, ele permitiu que um sistema financeiro surgisse, onde empreendedores tivessem mais facilidade para conseguir dinheiro e investir na sua empresa, pavimentando o caminho da inovação e do trabalho.
Por outro, ele também gerou o cenário para que grandes monopólios surgissem e influenciassem no mundo todo, inclusive desrespeitando a soberania de nações e tradições populares.
Com o dinheiro, empresários podem comprar melhores máquinas e contratar melhores profissionais, gerando maior produtividade. Mais produtividade e um melhor serviço gera mais riqueza para toda a sociedade.
O surgimento do mercado de ações, onde uma empresa pode vender para investidores parte do seu negócio, fez com que os empreendimentos pudessem crescer mais rápido através de mais dinheiro investido.
Sem empréstimos e o mercado financeiro, provavelmente não seria possível que empresas como Google, Apple e Spotify existissem.
Parte das suas estratégias de negócios envolveram investir capital em inovação, tecnologia e produto, sem retorno financeiro ou lucros imediatos. Os prejuízos eram amenizados a curto prazo com o capital de investidores e a aposta era o lucro a longo prazo com a oferta de novos serviços.
Por outro lado, esse modelo faz com que empresas consigam comprar as outras de maneira muito acelerada e formar grandes grupos empresariais donos de uma fatia enorme do mercado. Criando monopólios tão grandes e ricos quanto alguns países.
A fase conhecida como capitalismo financeiro foi marcada por:
O capitalismo é um sistema econômico que se baseia no mercado para orientar o valor das coisas. O valor de mercado é explicado pela lei da oferta e demanda. Oferta é quantidade disponível de um produto para venda, e demanda é quantas pessoas desejam comprar.
São os três pilares do capitalismo:
O Capitalismo surgiu ao final da Idade Média, na Europa, na chamada crise do sistema feudal. O feudalismo era um sistema econômico onde a relação de trabalho se dava pela lógica da vassalagem.
Na ascensão da modernidade, alguns reinos passaram pela expansão marítima e deram início aos primeiros passos da globalização do mundo. Mais focados em transações comerciais, esses países iniciaram uma nova lógica de mercado que deu início ao capitalismo.
As fases do capitalismo foram convencionalmente resumidas em 4 momentos, que são: capitalismo comercial, capitalismo industrial e capitalismo financeiro.
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