O comunismo preconizado por Karl Marx buscava uma expansão global de sua ideologia, formando um governo mundial homogêneo:
"Que as classes dominantes tremam diante de uma revolução comunista. Os proletários nada têm a perder a não ser seus grilhões. Eles têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!" - Manifesto Comunista (1848).
Após a Rússia ter se tornado comunista, em 1917, a possibilidade dessa ideologia conquistar outros países cresceu, gerando e fortalecendo o anticomunismo pelo mundo.
Entenda agora o que é o anticomunismo, sua história e principais realizações.
Anticomunismo é um movimento político que se opõe ao comunismo e a governos e partidos políticos comunistas ao longo da história.
É uma corrente de pensamento que tem como objetivo combater o comunismo e as ideias socialistas que se expandiram após a Revolução Russa de 1917, explica Richard Pipes, professor emérito de História na Universidade de Harvard.
O anticomunismo remonta principalmente aos primeiros anos da União Soviética e da Comintern, a Internacional Comunista, que procurou espalhar o comunismo para outros países.
Diversas correntes anticomunistas surgiram em todo o mundo, incluindo a Igreja Católica, governos anticomunistas e intelectuais que escreveram contra a doutrina de Karl Marx e Friedrich Engels.
A Igreja Católica condenou o comunismo desde a origem e expansão da teoria. A instituição desempenhou um papel importante na luta contra o comunismo especialmente devido ao seu elevado número de fiéis espalhados pelo mundo.
Em 1846, na encíclica Qui pluribus, o Papa Pio IX afirmou:
"O comunismo é sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana."
Os Papas continuaram a condenar o movimento através de ações práticas, como o apoio aos grupos políticos católicos, especialmente as Ações Católicas de vários países, e através da publicação de diversos documentos, especialmente a Encíclica Rerum Novarum, o Decreto Contra o Comunismo e a Encíclica Mater et Magistra.
Vários governos anticomunistas surgiram em todo o mundo após a Segunda Guerra Mundial, especialmente nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. O principal objetivo destes governos era combater a expansão do comunismo desejada pela União Soviética.
"A vitória do socialismo num só país não é absoluta, é apenas a primeira etapa da vitória do socialismo em escala mundial", disse Lênin, líder da União Soviética, em seu discurso na sessão plenária do Comitê Executivo da Internacional Comunista em 1921.
Diversos monarcas europeus lutaram contra essa ideologia desde o princípio, como foi o caso de Rei Carlos I de Portugal, Rei Jorge VI do Reino Unido, pai da rainha Elizabeth II, Rei Baudouin da Bélgica e o imperador Hirohito do Japão.
O governo nazista foi um dos governos europeus que deu mais ênfase ao anticomunismo. Em seu livro "Minha Luta", publicado em 1925, o líder nazista disse:
"O comunismo é uma fraude judaica, uma desgraça para a humanidade".
A maior força do movimento anticomunista veio dos Estados Unidos, especialmente com o trabalho do presidente Harry S. Truman, o Senador Joseph McCarthy e o Padre Fulton J. Sheen. Estes líderes proclamaram que o comunismo era um mal que ameaçava a liberdade, a democracia e a moralidade ocidental.
O historiador político George Kennan foi um dos primeiros a descrever o que ficou conhecido como a "Doutrina Truman", que foi projetada para conter a ameaça comunista e "reassumir o controle da contenção". O presidente Truman, por sua vez, descreveu o comunismo como "uma força de destruição".
Mais tarde, durante a Guerra Fria, Edward Teller e outros cientistas desenvolveram o conceito de "guerra limitada", no qual a oposição ao comunismo seria realizada através de meios não militares, como a propaganda e o bloqueio econômico.
Nos Estados Unidos, o senador Joseph McCarthy liderou uma campanha anticomunista conhecida como o "macarthismo", que envolveu a perseguição de comunistas no governo e na sociedade americana.
Embora essa campanha tenha sido criticada por muitos como uma violação dos direitos civis e uma caça às bruxas, ela teve um impacto significativo na política americana da época, afirmou Stephen Kotkin, historiador americano e professor de História e Assuntos Internacionais na Universidade de Princeton.
Diversos intelectuais se opuseram ao comunismo ao longo da história, tais como:
George Orwell é conhecido por suas obras 1984 e A Revolução dos Bichos, que criticam a natureza autoritária e opressiva do governo comunista. Ele lutou na Guerra Civil Espanhola ao lado dos republicanos, grupo tido como esquerda política da Espanha.
Ao ver os crimes e atitudes autoritárias cometidas pelos comunistas que lutavam ao seu lado, Orwell ficou assustado e desiludido, passando a ser um ferrenho anticomunista. Seus romances buscam mostrar o aspecto opressor da ideologia comunista, afirma a jornalista e historiadora Anne Applebaum, vencedora do prêmio Pulitzer.
Friedrich Hayek, economista austríaco e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1974, escreveu um livro chamado O Caminho da Servidão em 1944, no qual criticou o socialismo e argumentou que a liberdade individual era incompatível com o controle estatal.
"O anticomunismo é uma defesa da liberdade e da pluralidade de valores. O comunismo é uma ideologia dogmática que exige a uniformidade e a subordinação do indivíduo ao Estado", afirmou Hayek.
"O comunismo é uma ideologia totalitária que visa à eliminação da liberdade individual, da propriedade privada e da livre iniciativa. Ele exige a subordinação completa do indivíduo ao Estado e não tolera a diversidade de opiniões ou a crítica", afirmou.
Karl Popper foi um filósofo que se destacou por contribuir com a disciplina da lógica e por dar contribuições para o método científico. Ele argumentava que o comunismo era uma ideologia dogmática e totalitária que exigia a subordinação do indivíduo ao Estado. Ele defendia a democracia liberal como uma alternativa mais justa e pluralista.
Olavo foi um dos principais pensadores anticomunistas do Brasil. Seu livro O Minimo que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota é um dos maiores best-sellers do país. Nesse livro e em outros escritos e aulas, Olavo descreve o comunismo como um dos maiores sistemas de poder da história, não apenas uma ideologia.
Olavo acusa o comunismo de ter causado os maiores crimes da história, como as milhões de mortes da Revolução Comunista Chinesa e o genocídio do Holodomor. Segundo ele:
Um dos primeiros movimentos anticomunistas no Brasil foi a Ação Integralista Brasileira (AIB), fundada em 1932 por Plínio Salgado. A AIB era uma organização política que defendia a criação de um Estado forte, se opondo ao comunismo e ideologias materialistas.
A AIB tinha uma ampla base de apoio, principalmente entre a classe média e os setores conservadores da sociedade.
Outro importante movimento anticomunista no Brasil foi a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), uma organização católica influente no Brasil durante as décadas de 1960 e 1970. Um dos principais pontos de atuação da TFP foi a defesa do anticomunismo.
A TFP, considerava o comunismo uma ameaça ao mundo ocidental e à ordem social, defendendo a luta contra essa ideologia como um dever cristão.
Defendia também a propriedade privada e a liberdade econômica, argumentando que esses eram os pilares da civilização ocidental e cristã.
O partido União Democrática Nacional (UDN) foi outro grupo importante no movimento anticomunista brasileiro. O grupo político tinha viés conservador, opondo-se ao comunismo e ao governo estatista de Getúlio Vargas.
Dentre os líderes anticomunistas no Brasil, destaca-se Carlos Lacerda, político e jornalista que foi um dos principais líderes da UDN e que se destacou pela sua oposição ao governo de Getúlio Vargas e à esquerda em geral.
Outro importante movimento anticomunista foi o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), criado em 1961 por empresários e intelectuais conservadores para combater o comunismo no país. O IPES tinha como objetivo produzir estudos e pesquisas sobre o comunismo e outras ideologias.
No Brasil, o argumento anticomunista foi um dos dominante durante a ditadura militar (1964-1985). Os militares enxergavam os comunistas como uma ameaça à segurança nacional e ao modelo capitalista ocidental.
A tomada do poder aconteceu após declarações do presidente João Goulart (Jango) que flertava com o comunismo. O país já estava marcado pela intentona comunista e pelas guerrilhas revolucionárias que roubavam bancos e sequestravam políticos.
Entre os líderes anticomunistas no Brasil durante a ditadura militar, destacam-se o presidente Emílio Garrastazu Médici, o ministro do Exército, Orlando Geisel, e o delegado Sérgio Fleury, que coordenou a repressão política em São Paulo.
Foram eles os responsáveis por implementar a política de segurança nacional.
Entre as principais organizações anticomunistas do período militar estava a Aliança Anticomunista Brasileira (AAB), também conhecida como "a guarda pretoriana do Brasil". A AAB era composta por civis e militares de direita, e foi criada para combater as organizações de esquerda no país.
Além da AAB, outras organizações anticomunistas surgiram no período militar, como o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e a Confederação das Associações Econômicas de São Paulo (CAESP).
Essas organizações tinham ligações com empresas nacionais e estrangeiras e financiavam campanhas políticas e ações de propaganda anticomunista.
Mesmo após o fim da ditadura militar, o anticomunismo continuou presente na sociedade brasileira. Em 1989, por exemplo, o deputado federal e ex-membro da AAB, Jair Bolsonaro, ganhou notoriedade por sua pauta anticomunista, chegando a ser eleito presidente do país.
Após uma rápida ascensão, a nova direita e o movimento anticomunista perderam grande parte de seu poder político e social.
Há pouco tempo, o movimento parecia estar em plena ascensão: movimentos cresceram nas ruas e nas redes sociais, o impeachment de uma presidente de esquerda havia acontecido, e Jair Bolsonaro foi eleito presidente.
Quando Bolsonaro foi eleito, influenciadores de direita passaram a se contrariar publicamente e o movimento chamado de nova direita viu o começo da perda de sua coesão ainda prematura.
Depois de 10 anos de um renascimento deste movimento político no Brasil, que passou por uma grande ascensão e hoje passa por um grande desafio para entender seu futuro, chegou a hora de revisitar essa história para buscar refletir sobre erros e acertos.
A nova atitude da Rússia transformou o mundo de tal maneira que ainda hoje os efeitos da revolução bolchevique atuam no mundo. Desde a formação de partidos comunistas até mesmo na cultura do Ocidente.
Muitas das músicas e dos projetos de lei do parlamento brasileiro estão diretamente ligadas com a revolução comunista russa.
A importância desse momento levou a Brasil Paralelo a desenvolver um documentário que explica detalhadamente a influência bolchevique no mundo.
O filme retrata a origem do movimento revolucionário na Rússia, a tensão política anterior à revolução de 1917 e também busca entender as ideias vigentes no maior país do mundo.
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