O Texas tem uma universidade que se intitula “anti-woke”. A ideia começou em maio de 2021.
Um grupo de pessoas decidiu criar uma instituição focada no “debate aberto, na liberdade acadêmica e na busca destemida pela verdade”. Tudo isso combinando a “educação clássica com o espírito empreendedor”.
Era o início da Universidade de Austin (UTAX). A instituição iniciou suas atividades em outubro de 2024 com uma turma de 92 alunos. Quase metade deles é de pessoas do Texas e um terço são mulheres.
Lá, os estudantes são incentivados a desenvolver tradições que moldarão a experiência universitária para as futuras gerações de formandos.
A abordagem visa promover o protagonismo estudantil, estimulando o desenvolvimento de habilidades de liderança e engajamento comunitário.
A instituição acredita que essas experiências práticas são fundamentais para a formação integral dos alunos, preparando-os não apenas academicamente, mas também para os desafios da vida profissional e cívica após a graduação.
O local escolhido para a sede foi uma antiga loja de departamentos, localizada a poucos metros do Capitólio do estado. A escola oferece os cursos de:
A Universidade de Austin (UTAX) foca sua grade curricular na busca pela verdade e no resgate do debate civil no cenário universitário americano. Uma das principais iniciativas é a Austin Union, um projeto liderado pelos próprios estudantes.
O projeto visa organizar debates entre intelectuais e figuras públicas. Os eventos presenciais serão exclusivos para alunos e convidados especiais, mas estarão disponíveis para o público geral através do site da universidade.
O objetivo não é humilhar oponentes, mas sim promover a humildade intelectual e a investigação aberta.
A UATX defende que a liberdade acadêmica, por si só, não é suficiente. Acredita que é necessário um propósito mais profundo, baseado na crença de que a vida tem um significado mais profundo e que a verdade pode ser descoberta.
Segundo a instituição, nas últimas décadas, surgiu uma cultura que questiona o significado, a moralidade e a existência da verdade, “corroendo valores ocidentais tradicionais”.
A universidade critica ainda o individualismo radical e a ideia de que a identidade pessoal não é limitada pela natureza ou tradição.
Argumenta que, sem uma visão compartilhada sobre as grandes questões da vida, o debate se torna apenas um choque de opiniões descontroladas.
Diante disso, propõe que a busca pela verdade deve guiar a liberdade acadêmica, permitindo que esta seja uma ferramenta para compreender a existência além de nós mesmos.
Com essa abordagem, a Universidade de Austin quer resgatar a arte do debate e promover uma busca conjunta pela verdade e pelo conhecimento.
Além disso, cada aluno desenvolverá um Projeto Polaris. Trata-se de uma iniciativa de quatro anos destinada a atender uma necessidade social. Em um vídeo no YouTube da escola, ele aponta que a instituição “constrói ao invés de destruir”.
“O Centro incorpora uma abordagem holística ao desenvolvimento estudantil e abriga o Projeto e Programa Polaris, a Rede de Talentos e o Centro Integrado de Apoio ao Estudante”, explica o site.
Em entrevista à CBS News, o diretor da UTAX, Pano Kanelos, explicou que gênero, raça e etnia não são levados em conta no processo seletivo. A universidade “está interessada na mente” das pessoas.
Ao invés de ações afirmativas o processo leva em conta:
A Universidade afirma ainda que está comprometida em “oferecer um processo de admissão justo, transparente e aberto”.
A UTAX está aguardando o credenciamento, que só poderá ser concedido após a formatura da sua primeira turma.
Como os alunos estão correndo o risco de estudar em uma escola cujo diploma ainda pode não ser reconhecido oficialmente, a UATX está oferecendo bolsas integrais de US$130.000 para todos os estudantes do primeiro ano como incentivo.
Uma das principais ideias dos fundadores da Universidade de Austin (UTAX) é se opor à cultura woke, palavra que segundo o dicionário inglês de Cambridge significa:
"Estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo".
Alguns ativistas políticos de esquerda utilizam o verbo para designar aqueles que estão "acordados", atentos a questões de justiça social.
Como resultado, o ambiente universitário teria sido inundado por ideias que, segundo os fundadores da UTAX, “rejeitam as conquistas ocidentais”.
Para investigar essa suposta falta de liberdade de expressão no ambiente acadêmico, a Brasil Paralelo lançou Unitopia.
A equipe entrou dentro de universidades brasileiras e estrangeiras para descobrir o que está acontecendo nas universidades do Brasil e do mundo.
Assista ao primeiro episódio gratuitamente abaixo:
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