Mídias estatais pararam de exibir imagens de seres vivos, tanto humanos quanto animais, em algumas províncias do Afeganistão. O objetivo é cumprir as leis de moralidade estabelecidas pelo grupo terrorista Talibã.
Em agosto, uma série de leis foi divulgada pelo Ministério do Vício e da Virtude, órgão encarregado de impor a interpretação da lei islâmica (sharia) do grupo, regulamentando aspectos da vida cotidiana.
Algumas das medidas impostas, por exemplo, proíbem mulheres de falar em público ou de olhar em direção a homens que não façam parte de suas famílias.
O Artigo 17 proíbe a divulgação de imagens de seres vivos, o que levanta dúvidas sobre a atuação da imprensa no país.
Um porta-voz do Ministério do Vício e da Virtude, Saif ul Islam Khyber, afirmou que as mídias governamentais nas províncias de Takhar, Maidan Wardak e Kandahar foram aconselhadas a “não transmitir ou mostrar imagens de qualquer coisa com alma”. Estão incluídos humanos e animais.
Um dia antes do pronunciamento, Khyber contou para representantes da Associated Press que o ministério era responsável pela implementação das leis de moralidade.
O porta-voz não comentou como será a aplicação dessa lei em todo o território nacional ou se havia um prazo limite para que os veículos de comunicação se adequem à medida.
Hujjatullah Mujadidi, diretor da União dos Jornalistas Independentes Afegãos, conta que os oficiais do ministério do Vício e da Virtude começaram exigindo que a mídia estatal parasse de exibir fotos e vídeos de seres vivos. Posteriormente, a regra foi estendida a todos os veículos de mídia nas províncias.
"Na noite passada, mídias locais independentes também pararam de exibir esses vídeos e imagens e estão, em vez disso, transmitindo vídeos da natureza."
Nenhum outro país muçulmano impõe normas tão rígidas à sociedade. O Talibã voltou ao poder depois que tropas americanas deixaram o país em 2021, após 20 anos de ocupação militar.
O grupo terrorista já havia governado o país na década de 1990, sendo derrubado pelos Estados Unidos e seus aliados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Na ocasião, o governo americano acusou o regime Talibã de hospedar e auxiliar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista responsável pelos ataques.
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