Num relatório do final de abril, o banco mundial divulgou que o Brasil é o lugar onde mais se trabalha mais tempo para pagar impostos.
Dos 365 dias do ano, 149 são usados para ganhar o dinheiro a ser pago ao Estado. Isso faz com que muitos empresários precisem aumentar os valores cobrados de seus clientes.
Com os preços mais altos, o acesso a produtos e serviços se torna mais restrito. Há oferta de produtos, mas o trabalhador tem menor possibilidade de adquiri-los.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte criou em 2003 o Dia Nacional sem impostos com o objetivo de levar às pessoas comuns essa consciência.
Ao vender seus produtos sem repassar ao cliente a porcentagem paga ao governo, a entidade espera ensinar às pessoas que é preciso cobrar dos governantes o melhor uso dos tributos.
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Mas por que foi preciso uma ação dos empresários para ensinar o brasileiro sobre o tamanho dos impostos que ele paga?
Os tributos brasileiros são calculados conforme o ramo da atividade exercida. A lei estabelece uma porcentagem para cada tipo de produto ou serviço a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Significa que a quantidade de impostos que cada empresa deve pagar é calculada pelo tipo de atividade econômica exercida. A soma do ganho bruto de todas essas atividades é chamada de Produto Interno Bruto. Representa tudo o que o país produziu no ano, independentemente do que gastou para isso.
No primeiro trimestre do ano, o Ministério da Fazenda realiza o cálculo do total pago em impostos ao longo do ano anterior. Nesse período, é feita a soma do que foi produzido e do que foi pago em impostos. Dessa forma, é determinada a proporção de impostos pagos em relação à produção do país.
A alta taxa de tributos imposta pela lei a alguns setores da economia fez com que, no ano passado, o PIB ficasse em R$10,9 trilhões. Deste total, 32,44% foram pagos em impostos. Segundo o Ministério da Fazenda, é uma das maiores taxas de impostos pagas no mundo.
É como se a cada R$100,00 que uma empresa ganha, R$32,44 fossem pagos ao governo. Dos R$67,56 restantes, ainda são pagos os custos operacionais, como funcionários e matéria prima.
Para não gastar mais do que ganha, o empresário aumenta o valor do seu produto ou serviço. Isso é o chamado poder de compra, a capacidade das pessoas de comprar o que o mercado oferece.
Com baixo poder de compra, o trabalhador restringe seus gastos ao que é mais necessário, deixando de lado o consumo de produtos como celulares, bolsas e roupas de marcas famosas.
Para pagar menos tributos, muitas empresas mudam a classificação fiscal de suas mercadorias e produtos. Um exemplo disso são os produtos MC Donald’s e Lacta.
Antigamente, o Mc Donald's vendia sorvete de casquinha. O imposto sobre Circulação de Produtos e Serviços cobrado era de 42%. Isso significa que a cada R$1,00 na casquinha, R$0,42 eram pagos ao governo.
Os R$0,58 sobravam tinham de cobrir os custos da empresa como insumos, salário do operador da máquina de sorvete, etc… A fim de reduzir o imposto pago e não precisar aumentar tanto o valor que o cliente paga na sobremesa, a empresa reclassificou o produto.
Agora a rede de fast food vende “sobremesa gelada láctea”. Ao nomear a sobremesa desta forma, a companhia reduziu pela metade a porcentagem de ICMS paga ao governo.
Dos R$0,42 de imposto por casquinha vendida que pagava antes, passou a repassar apenas R$0,22 ao governo. Isso significa um aumento substancial do valor para cobrir custos e reinvestir no processo de produção: de R$0,42 para R$0,78. A reclassificação economizou 36%. Dessa forma foi possível para a rede de restaurantes manter estável o valor que o cliente final paga pelo produto.
A Lacta parou de vender bombom e passou a vender Waffer recheado.
A recategorização exigiu apenas a troca da embalagem do produto e possibilitou que deixasse de pagar Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) no valor de 5%, por vender um “produto de padaria, pastelaria ou indústria de bolachas e biscoitos”.
Carga tributária alta desestimula quem quer gerar emprego e renda
As altas taxas de impostos por vezes desestimulam empreendedores a formalizarem seus negócios. Um confeiteiro que pretenda passar a emitir notas fiscais e negociar com empresas irá pagar entre 6% e 33% de imposto, dependendo de quanto estiver faturando.
Os altos impostos somados ao pagamento dos custos de operação do negócio, fazem com que o empresário tenha um custo operacional maior do que se simplesmente não abrisse um CNPJ.
Sem uma empresa formal, o proprietário não pode contratar funcionários, fazendo com que o país deixe de gerar emprego e renda.
Os altos tributos cobrados sobre os salários também são uma barreira para a formalização de empresas.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que o empregador deve arcar com a contribuição previdenciária do empregado, realizar depósitos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e pagar impostos sobre o salário bruto de seus funcionários.
Na prática, isso aumenta as despesas do empreendedor, que acaba embutindo os valores no preço final de seu produto.
Não são só os empresários que pagam altos impostos no Brasil. Em 1914, havia uma grande preocupação por parte das autoridades nacionais com respeito à arrecadação de recursos para o Tesouro Nacional.
Foi promulgada no último dia daquele ano uma lei que estabeleceu impostos sobre vencimentos e ordenados das pessoas físicas. A proposta era de que nenhum brasileiro deixasse de contribuir.
Os tributos eram pagos conforme os ganhos de cada pessoa, variando entre 8% e 15% dos valores recebidos. Hoje, toda pessoa física que recebe acima de R$30.639,90 por ano é obrigada a pagar o imposto. A atual alíquota de cobrança varia conforme o valor declarado à Receita Federal.
Outro ponto da lei é a responsabilização por controlar o que será pago. É de responsabilidade do contribuinte informar ao governo seus rendimentos do ano anterior para que o imposto seja calculado.
Em caso de não declaração, o cidadão recebe como pena uma multa de até 20% sobre o valor devido em impostos.
Para estimular a conscientização da população acerca da carga tributária brasileira, a Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas em Belo Horizonte/MG criou em 2003 o Dia Livre de Impostos. A ação tinha como objetivo mostrar ao cidadão que o valor pago por produtos e serviços poderia ser mais acessível se os impostos cobrados pelo estado não fossem tão altos.
A campanha consiste em vender os produtos retirando a porcentagem de impostos que é repassada ao consumidor. Dessa forma, a população passa a ter uma noção mais clara do valor pago em impostos. Com melhores informações é possível cobrar o bom uso desses valores em saúde, educação, infra-estrutura e outras áreas prioritárias.
Nos anos seguintes, mais cidades aderiram à ação, que completa 19 anos em 2024. Neste ano, o DLI será na próxima quinta-feira, 6 de junho. A CNDL divulgou que mais de 2 milhões de pessoas devem ser impactadas pela ação.
“Queremos que os tributos sejam mais justos e os impostos sejam menos complicados. Além disso, há uma percepção ruim do que é arrecadado e o que é realmente investido de retorno em prol da população”, destacou o diretor da CDL jovem, Raphael Paganini, em entrevista ao site oficial da entidade.
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