A primeira segunda-feira de agosto está sendo histórica para o esporte brasileiro.
Ao vencer a legendária Simone Biles no solo da ginástica, Rebeca Andrade conquistou o ouro em Paris 2024. É a sexta premiação da atleta, que se torna assim a maior medalhista olímpica da história do Brasil.
A ginasta bateu o recorde de pódios em uma mesma competição. Apenas na disputa de Paris, já recebeu quatro medalhas. Antes de ter sido premiada com o ouro no solo, já havia conquistado a prata no salto. Foi ainda premiada com a prata no individual geral e o bronze na prova de equipes.
O ouro coloca Rebeca na frente dos até então recordistas brasileiros, os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt, que haviam conquistado 5 medalhas, o maior recorde brasileiro até então. Scheidt celebrou a conquista da ginasta:
“Feliz por você ter superado essa marca”.
Andrade é uma veterana em competições olímpicas. Nos Jogos de Tóquio, em 2020, ela já havia conquistado as medalhas de:
Aos 17 anos, competiu nas Olimpíadas do Rio em 2016. Não conquistou premiações, mas chegou às finais.
A ginasta brasileira realizou uma apresentação praticamente isenta de erros e recebeu 14.166 pontos. A prova se destacou pelo engajamento da torcida.
“Se for comparar, as americanas fazem muito bem as acrobacias. Mas as nossas brasileiras, não só a Rebeca, elas levantam o público, fazem um espetáculo”, afirmou Monica dos Anjos, treinadora que trabalhou com a atleta no início da carreira.
A apresentação foi antecedida pela da italiana Manila Espósito, que caiu ao final e foi avaliada com 12.133 pontos.
Após a apresentação da brasileira, estiveram no pódio chinesa Yushan Ou, que conquistou 13.000 pontos, e a japonesa com 13.166 pontos.
Então, foi a vez da romena Ana Barbvosu, a quem o júri técnico atribuiu 13.700 pontos.
A seguir foi a vez da italiana Alice D´Amato, que totalizou 13.600 pontos.
Simone Biles realizou uma apresentação de alto nível. Apesar de ter saído do campo limite do tablado, alcançou 14.166 pontos, resultado próximo ao da campeã, Rebeca Andrade.
A competição foi finalizada pela apresentação da americana Jordan Chiles, que recebeu 13.766 pontos, e da romena Sabrina Maneca-Voinea, com 13.700.
A principal ginasta brasileira nasceu em Guarulhos, São Paulo, em 8 de maio de 1999.
Ela começou a treinar aos seis anos de idade, em um projeto social da prefeitura da cidade.
Filha de mãe solo, uma coincidência fez com que a atleta fosse levada aos treinos. Sua tia havia começado a trabalhar como cozinheira em um ginásio da cidade. Um dia, ela levou a sobrinha ao trabalho e pediu à treinadora do projeto que desse uma olhada na menina:
“Quando vi aquele corpinho forte e torneado, cheio de musculatura que a gente busca em crianças da ginástica, eu já sabia que tinha algo especial”, afirmou a treinadora em entrevista à BBC Brasil.
Então, abriu uma vaga especial no projeto para a menina.
A mãe muitas vezes não tinha dinheiro para condução até o local de treinos. Quando faltava, ia a pé, caminhando por mais de duas horas.
Aos poucos, Monica dos Anjos percebeu que a menina era diferente. Técnica da equipe de ginástica de Guarulhos e árbitra internacional, ela começou oferecer à menina treinamento de alto rendimento. Em pouco tempo, a atleta começou a participar de campeonatos estaduais, brasileiros e internacionais.
Aos 13 anos, venceu o campeonato brasileiro; aos 16, foi campeã da Copa do Mundo.
Então, lesionou-se gravemente. Entre 2015 e 2019, foi submetida a três cirurgias no joelho e um complexo processo de recuperação, de mais de um ano. Voltou a competir nos Jogos de Tóquio 2020, em que conquistou a medalha de ouro no salto e a medalha de prata no individual.
Ao obter o ouro no solo, Rebeca entrou para a história do esporte brasileiro nos jogos olímpicos de Paris 2024, com quatro medalhas.
A história de resiliência e coragem de Rebeca Andrade é exemplo de força e superação que marca a história do esporte olímpico brasileiro.
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