O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não contou às autoridades sobre os supostos planos para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Por isso, existe a possibilidade de que o acordo de delação premiada firmado em setembro de 2023 seja cancelado.
A possibilidade de o acordo ser desfeito é pequena. A Polícia Federal (PF) precisaria elaborar um relatório com provas de que houve omissão intencional.
Provar que o réu tinha o interesse em ocultar informações sobre o caso é difícil, já que existe a possibilidade de que ele não se recorde integralmente de conversas específicas.
O documento deveria ser entregue ao juiz responsável por autorizar a delação, no caso, Alexandre de Moraes.
Uma vez que o acordo fosse suspenso, todos os benefícios que a Justiça concedeu a Cid seriam retirados, mas as informações repassadas ainda poderiam ser utilizadas pela PF.
Assim, todas as provas entregues continuariam valendo, não apenas para investigações contra outros suspeitos, como também poderiam ser usadas contra ele.
O tenente-coronel falou com as autoridades pela última vez na terça-feira (19) e foi intimado a falar novamente por Moraes nesta quinta-feira (21).
O plano foi descoberto em um desdobramento da operação Tempus Veritatis, que investigava um suposto golpe de Estado antes da posse de Lula.
A PF utilizou informações repassadas por Mauro Cid em delação premiada, além da análise de documentos e celulares apreendidos.
Um dos celulares pertencia ao tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira e continha conversas que apontavam para um possível monitoramento de Alexandre de Moraes.
Conforme analisavam as conversas, os investigadores chegaram à conclusão de que as atividades não se limitavam ao monitoramento do ministro, mas estariam ligadas a um plano de assassinato.
Rafael Martins de Oliveira foi um dos presos pela Operação Contragolpe, que indiciou Bolsonaro na tarde desta quinta-feira (21).
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