O 59° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) ocorrido ontem (12/07) foi palco de diversas polêmicas. O evento realizado em Brasília contou com a presença de Luís Ernesto Barroso como um dos palestrantes.
Quando o Ministro do Supremo Tribunal Federal foi convidado a subir no palco para discursar, membros dos grupos Faísca Revolucionária e Esquerda Diária Oficial começaram a vaiar Barroso, estendendo um grande cartaz com a frase:
"Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016! Que vergonha, direção da UNE".
O cartaz se referia ao voto do Ministro contra o piso salarial da enfermagem e a uma suposta articulação de Barroso em prol do impeachment de Dilma Rousseff.
Após vaias intensas, o Ministro Barroso respondeu ao grupo, dizendo:
“Estar aqui é reencontrar o meu próprio passado de enfrentamento do autoritarismo, da intolerância e de gente que grita em vez de ouvir, de gente que xinga em vez de botar argumentos na mesa. Isso é o bolsonarismo!
Quem tem argumentos, quem tem razão, quem tem a história do seu lado, coloca argumentos na mesa. Não xinga, não grita. Esse é o passado recente no qual nós estamos tentando nos livrar.
Nós estamos criando um futuro novo [...]. Porque essa é a democracia que conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a manifestação livre de todas as pessoas”.
Após as declarações do Ministro Barroso, parlamentares apoiadores do ex-presidente reagiram em suas redes sociais no mesmo dia. O líder da oposição ao presidente Lula na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy, publicou em sua página no Twitter:
O deputado Nikolas Ferreira se manifestou em harmonia com o líder da oposição:
Em um outro tweet, Nikolas destacou que, durante o mandato de Bolsonaro, Barroso tinha dito:
"Criou-se uma lenda no Brasil, difundida pelas redes sociais, de que o STF é contra o presidente da República".
Nikolas ainda mostrou vídeos em que Barroso diz que o STF se tornou um órgão político.
A deputada Bia Kicis, ex-procuradora do Distrito Federal, também afirmou:
Em uma nota oficial, o Supremo Tribunal Federal afirmou:
"Como se extrai claramente do contexto da fala do Ministro Barroso, a frase "Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo" referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição".
Não houve manifestação da parte de Barroso sobre o caso.
Um dia antes das declarações contra o "bolsonarismo" , Barroso negou pedido da oposição para interpelar Flávio Dino.
Após Bolsonaro ter sido declarado inelegível por supostamente atacar o sistema eleitoral brasileiro ao falar sobre a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, os parlamentares apoiadores do ex-presidente pediram para que Dino também fosse interpelado por suas declarações antigas contra as urnas eletrônicas.
A interpelação serviria para esclarecer as publicações e para ser a base de uma futura acusação por crime de honra cometido por Dino contra Bolsonaro. Barroso negou o pedido afirmando:
“Hipótese, contudo, em que nenhuma dessas condições foi atendida: seja porque a inicial não faz qualquer menção ou referência a crime contra a honra; seja porque tampouco parece haver dúvida com relação às declarações publicadas pelo requerido. O que torna inadequada a via processual eleita”, escreveu o ministro em decisão proferida na terça-feira (11/07).
No Original BP Crise dos 3 Poderes, especialistas como o jurista Ives Gandra da Silva Martins, o historiador Rafael Nogueira, os ex-Ministros do STF Ayres Britto e Nelson Jobim e outros analisam os conflitos de Bolsonaro com membros do STF e os impactos das disputas na política brasileira.
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