O pensamento e as propostas de Javier Milei tem sido um dos assuntos mais falados dos últimos tempos.
O último marco de Milei bateu um recorde internacional: a entrevista que concedeu a Tucker Carlson já é a mais vista da história, ultrapassando a entrevista de Donald Trump com Tucker.
Já são mais de 410 milhões de visualizações no Twitter. A jornada de Javier Milei como um candidato de fora do sistema político chocou diversas mídias tradicionais da Argentina e de outros países, despertando interesse internacional em sua figura.
Tucker Carlson, jornalista americano, foi até Buenos Aires conversar com Milei, abordando:
Antes uma potência econômica com o PIB maior que o da França e da Alemanha, a Argentina se tornou a pior economia da América Latina depois da Venezuela, e hoje é considerada uma das mais frágeis do mundo entre os países emergentes.
O americano Tucker Carlson ficou impressionado com a crise do país, perguntando a Milei:
"Eu não entendo como pessoas com poder na Argentina apoiaram os últimos governos já que a inflação está pior que a de países como Líbano e Zimbábue e outros países que nem são países de verdade. Claramente essas políticas não estão funcionando. Como alguém pode apoiar isso?" (tradução livre).
Milei respondeu:
"O problema é que a Argentina começou a adotar o socialismo há 100 anos. Eu sempre uso a analogia do sapo na água. Se alguém ligar o fogo e esquentar a água aos poucos o sapo não se dará conta do calor.
Porém, chegará um momento em que o calor será tamanho que o sapo morrerá. A Argentina foi aderindo ao socialismo com uma ideia que pode parecer atrativa de início mas é terrível em termos econômicos: a ideia de que onde existe uma necessidade existe um direito.
É um problema porque existem necessidades infinitas mas existem recursos finitos, e alguém tem que pagar por esses direitos. Na visão liberal essa questão é facilmente resolvida através de liberdade econômica e propriedade privada. É um mecanismo natural.
Os socialistas não gostam da mão invisível do mercado e se escondem atrás das garras do Estado. Eles disfarçam suas ideias com o argumento da justiça social. Esse pensamento é profundamente injusto porque promove o tratamento desigual perante a lei - e é precedido pelo roubo".
Milei defende o pensamento da Escola Austríaca de Economia. Para ele, o Estado deve diminuir sua intervenção na economia para o menor grau possível.
O candidato argentino acredita que a liberdade do mercado permite que as pessoas consumam o que realmente querem, caso seja algo lícito, e trabalhem de acordo com o que realmente querem.
Isso não ocorre em países socialistas, por exemplo, onde o cidadão consome apenas o que o governo decide entregar. De acordo com a Escola Austríaca, a liberdade econômica verdadeira permite o equilíbrio de mercado.
O equilíbrio de mercado é a satisfação tanto do consumidor quanto do produtor. Em uma economia livre, todos saem ganhando.
A pessoa que deseja comprar um fogão, utilizará seu dinheiro para comprar o produto e o receberá. O dono do fogão, por sua vez, receberá o dinheiro para usar como ele bem entender.
Em uma economia estatizada isso é prejudicado. O prejuízo se dá quando o governo decide aumentar impostos sobre um determinado tipo de produto ou serviço, desestimulando o cidadão de consumi-lo.
Uma das causas da crise econômica argentina são as proibições de importações feitas pelas ditaduras militares argentinas entre os anos 1930 e 1980.
Sucessivamente, esses governos adotaram políticas protecionistas e de substituição de importações, explica o documentário A Queda da Argentina.
O objetivo era tornar a Argentina autossuficiente. Mas a troca das importações pelas produções locais trouxe consequências. As indústrias nacionais não eram competitivas.
A população era forçada a pagar mais caro em produtos do próprio país e as indústrias eram impedidas de importar maquinário para aumentar e aprimorar a produtividade.
A união do protecionismo argentino com o aumento dos gastos públicos e o excesso de direitos trabalhistas tornaram a economia argentina inviável.
O atual governo aumentou o número de ministérios e cargos públicos, mas o PIB do país não aumentou, o que intensificou ainda mais a crise do país. Vídeos de argentinos desenterrando carne podre viralizaram nas redes sociais:
Tucker Carlson pediu para que Milei explicasse sua afirmação de que não fará negócios com a China. Ele respondeu:
"Não só não farei negócios com a China como não negociarei com nenhum país comunista. Sou um defensor da liberdade, paz e democracia, não existe espaço para negociar com a China, Putin ou Lula".
Milei ainda falou sobre outros ditadores comunistas ao comentar sobre sua relação com o Papa, seu compatriota com quem já trocou disputas.
"Você é católico e defende o princípio católico da vida contra o aborto. O atual Papa é argentino. Eu achei que ele iria te apoiar, mas ele te criticou e você o chamou de comunista. Por que existe esse desalinhamento?", perguntou Tucker Carlson.
Milei explicou seu ponto de vista:
"Primeiro, o Papa atua politicamente e tem forte influência política. Ele demonstrou forte apreço pelos Castro e por Maduro, mostrando apreço a diversas ditaduras sangrentas. Ele não condena os esquerdistas, é leniente com eles e com a ditadura venezuelana.
Ainda, ele tem a justiça social como um dos elementos centrais de sua visão de mundo. Esse pensamento defende o roubo do trabalho de uma pessoa para dar a outra. Defender o roubo vai contra um dos 10 Mandamentos.
Outro problema é o trato desigual perante a lei. Não me parece que seja algo justo que alguns sejam punidos e outros sejam castigados pelo Estado que possui o monopólio da violência".
Milei e Tucker Carlson ainda abordaram outros assuntos que serão comentados pelo Portal da Brasil Paralelo ao longo da semana. Inscreva-se na newsletter da BP para ter acesso a notícias sem ideologias.
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