A diplomacia argentina quer fundir o órgão de direitos humanos do Mercosul ao Instituto Social do bloco, reduzindo seu tamanho e influência.
A justificativa do governo para a proposta é que o Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos (IPPDH) não tem realizado um trabalho efetivo.
Além disso, representantes do governo Milei alegam que o local teria se transformado em um espaço importante para a militância peronista agir contra o governo.
Uruguai e Paraguai levam a ideia em consideração, apesar de defenderem que os órgãos devem continuar separados no momento atual. O governo brasileiro, por outro lado, se opõe à proposta.
Segundo os representantes brasileiros, o órgão não seria eficiente por ter sido negligenciado ao longo dos últimos anos, principalmente pelo Brasil de Temer e Bolsonaro.
Em dezembro de 2023, o governo brasileiro enviou R$5,7 milhões para quitar dívidas das gestões anteriores.
Neste ano, o orçamento do órgão está em R$5 milhões, sendo 27% pagos pelo Brasil e 62% pela Argentina.
O governo brasileiro disse estar disposto a aumentar suas remessas para diminuir o valor pago pelos argentinos.
Desde que Milei assumiu, a diplomacia argentina tem se recusado a assinar documentos internacionais que abordam questões como gênero, raça e classe.
O governo Milei está tentando tirar a sede do IPPDH de Buenos Aires. O país já sugeriu mudar a sede para Montevidéu. Em outubro foi proposto levar para Assunción, capital do Paraguai.
A questão é carregada de simbolismo histórico, já que o Instuto está no local onde operava a Escola de Mecânica da Armada (Esma).
Durante o regime militar argentino, as dependências da Esma era utilizadas para prisão e tortura de perseguidos políticos.
Com a passagem do poder para os civis, o prédio se tornou um espaço de memória, abrigando um complexo de museus. Desde 2015, as instalações são usadas pelo IPPDH.
Para representantes brasileiros, a presença do Instituto no local é uma forma de relembrar um passado comum aos membros do bloco econômico, que passaram por regimes militares nas décadas de 1970 e 1980.
Conheça a história do presidente argentino e sua surpreendente campanha no documentário da Brasil Paralelo: Javier Milei - A revolução liberal.
Assista ao filme completo abaixo:
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