“Hoje entendo que vim ao mundo não para ser curada, mas para curar”.
A frase está no post em que a influencer Isabel Veloso anuncia sua gravidez. Ela está com um tumor terminal perto do coração que não tem cura. De sua dor, tirou um propósito: fazer Jesus ser conhecido, como narra em seu Instagram.
A notícia repercutiu nas redes sociais. Por um lado, algumas pessoas criticaram a moça, afirmando que o bebê ficará sem mãe. Outras a parabenizaram não só pelo bebê, mas por não viver o tempo que tem apenas esperando a morte.
Isabel se casou em 22 de abril de 2024 com Lucas Borba. Ela tinha acabado de receber a notícia de que seu câncer é incurável e decidiu viver os últimos momentos ao lado do homem que ama.
Enquanto fazia o tratamento, passou a incentivar a autoestima feminina. Em sua conta no Instagram, compartilhava mensagens de amor e esperança em meio à dor.
Em 2021, passou por um transplante de medula óssea e foi curada. Só que no início do ano, a doença voltou mais forte. Os médicos disseram que agora, o linfoma é incurável.
A notícia da gravidez gerou debate. Isabel sempre deixou claro para seus seguidores o desejo de ter filhos. Só que para alguns internautas, a escolha dela e do marido seria egoísta, uma vez que a chance de ela ver a criança crescer é pequena.
Entre os que parabenizaram o casal, há pessoas que percebem na luta dela um exemplo de coragem para continuar a vida após um
câncer.
A
Isabel sempre deixou claro a seus seguidores que queria ter filhos e deixar um legado no mundo. Afirma também que o tratamento não irá prejudicar o bebê. Em entrevista à revista Crescer, declarou:
"As pessoas pensam que sou egoísta por querer gerar, mas escolheria o momento certo. Só penso na criança. Seria mais arriscado para mim do que pro feto, muito mais. Assumiria o risco pelo bebê".
O Instituto A.C. Camargo se dedica a ajudar pessoas com câncer a melhorar sua qualidade de vida. Em um artigo, a entidade aponta que é possível ter uma gravidez saudável mesmo com a doença. Embora seja complexo, há maneiras de tornar isso viável.
Os hormônios da gravidez podem enfraquecer ainda mais o sistema imunológico, o que deixa a mulher propensa a infecções como HPV e EBV, que podem causar tumores no útero.
Por isso, é preciso criar um plano de enfrentamento da doença baseado na condição da mãe. Isso é feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui obstetra e ginecologista.
Uma mulher que passou pelo câncer enquanto estava grávida foi Gianna di Morolla. Médica, ela recusou um aborto para salvar a vida de sua filha. Morreu dias após o parto deixando além da recém nascida, mais 3 filhos. Hoje a menina que foi salva pelo sim à vida de sua mãe é uma mulher que se dedica a honrar o sacrifício. Clique aqui e leia nosso artigo sobre ela.
A discussão levanta a questão de como a sociedade enxerga a vida. Uma pesquisa de 2020, conduzida pelo neurocientista e professor da Unifeso, Álvaro Machado Dias, revelou que 40% dos entrevistados entendem que ter uma vida longa é a prioridade. O estudo comprova que ter saúde e tempo para si mesmo são os valores mais defendidos pelos que prezam a longevidade.
Em seu relatório, o professor explica que um dos fatores que podem explicar essas ideias é a forma como a cultura brasileira lida com a morte. O oncologista americano Ezekiel J. Emanuel afirmou, em um artigo, que o desespero pela longevidade pode ser destrutivo para o ser humano.
"Isso nos priva de experiências e marcos, de tempo passado com nosso cônjuge e filhos. Em resumo, nos priva de todas as coisas que valorizamos."
O depoimento de Emanuel é parecido com o de Isabel e do marido. Ela fala de viver o tempo que se tem hoje. Aproveitar os momentos pensando menos no futuro e mais no presente. No post em que anuncia a gravidez, eles compartilharam que a vida deles pertence a Deus.
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