Mensagens de WhatsApp mostram que policiais militares investigados pela morte de Antônio Vinícius Gritzbach, discutiam abertamente a possibilidade de fazer negócios e lucrar com os esquemas de lavagem de dinheiro do delator.
Gritzbach foi executado a tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024, após voltar de uma viagem com a namora
Nos prints das conversas, os PMs que foram indiciados por organização criminosa trocavam ideias sobre como apresentar "propostas de investimento" a Gritzbach.
Em uma das mensagens, o tenente Giovanni de Oliveira Garcia, o organizador dos PMs que faziam a segurança do delator, disse que tinha certeza de que fecharia um negócio envolvendo um imóvel no Guarujá.
A conversa foi com o tenente Fernando Genauro da Silva, suspeito de dirigir o carro usado na execução de Gritzbach:
"Ele vai contratar. Ele vai arrumar a documentação, mas já aprovou. Pode ir planejando aí. Semana que vem a doc (documentação) está pronta", dizia Garcia.
Em outra troca de mensagens, Garcia pede a Genauro ("Gege") que busque opções de "terreno + investimento" para apresentar a Gritzbach ("Vini").
Garcia também alerta para o risco envolvendo Emílio Congorra Castilho, o traficante do PCC conhecido como “Cigarreiro” apontado como um dos mandantes da execução.
"O cara está com medo de passar para o nome do Vini, e o Cigarreiro sabendo que ele ajudou", escreveu Garcia, segundo o relatório da investigação.
O inquérito concluiu que as conversas tratavam de transações imobiliárias e financeiras visando "ocultar patrimônio" de Gritzbach, atribuindo bens a terceiros para que seu nome não aparecesse.
Paralelamente às conversas sobre negócios, a investigação detalhou o esquema de segurança privada montado para Gritzbach, que era jurado de morte pelo PCC.
Pelo menos 12 PMs da ativa participavam de uma escala de revezamento organizada pelo tenente Garcia ("Garça" ou "Chefinho").
Cada policial recebia R$400 por dia de "bico", valor que subiu para R$500 em viagens, como a que Gritzbach fez a Maceió dias antes de morrer.
Embora Garcia tenha alegado em depoimento que apenas indicava os PMs e recebia uma comissão de R$100 por diária, mensagens interceptadas mostram o tenente gerenciando a escala, oferecendo vagas e pedindo dados para pagamentos via Pix.
Em uma conversa, oferece uma vaga fixa na escolta e pergunta ao colega se já sabia quem era o "VIP", referindo-se a Gritzbach, recebendo como resposta: "Por mim, sem novidades".
Ao final do inquérito, em 15 de abril, a Corregedoria da PM indiciou 16 pessoas por organização criminosa.
Entre eles, os 12 PMs que faziam a escolta de Gritzbach, um deles também foi indiciado por falsidade ideológica.
Os três PMs acusados de participação direta no homicídio, Fernando Genauro, Denis Martins e Ruan Silva, foram indiciados por organização criminosa voltada à prática de violência e também respondem por homicídio qualificado na Justiça comum.
A investigação não apontou envolvimento direto dos demais PMs da escolta no assassinato.
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