O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completou nesta segunda-feira (10) a marca de 100 dias de governo. É comum que os resultados deste período sirvam de termômetro para avaliar o desempenho do governante.
Em três meses, o atual presidente enfrentou queda de sua popularidade, crises e contradições ao que havia proposto em sua candidatura.
, O presidente Lula investe em programas já existentes do PT, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o levantamento mais recente do DataFolha, Lula começou o seu terceiro mandato como presidente com uma reprovação maior que nos outros dois.
De acordo com a pesquisa:
No seu primeiro mandato, em 2003, o presidente tinha no mesmo período 43% de aprovação e apenas 10% de reprovação.
O presidente Lula iguala sua pior marca nos oito anos anteriores de governo, obtida em 2005, durante o escândalo midiáticodo mensalão.
"Vamos fazer avaliação dos cem dias e vamos ter que anunciar o que a gente vai fazer para frente, porque os cem dias vão fazer parte do passado. A gente vai ter que discutir o que fazer do ponto de vista do investimento na área industrial agrícola, o que a gente vai fazer na área de ciência e tecnologia", disse o presidente durante reunião ministerial da semana passada.
A avaliação ruim fez com que Lula aumentasse a cobrança de seus ministros para fazer mais entregas.
O presidente afirmou que a Petrobras financiará pesquisas em combustíveis renováveis. Na área de infraestrutura, o governo vai acelerar a construção de ferrovias com o objetivo de escoar a produção agrícola.
Lula prometeu ampliar as aulas em tempo integral nos ensinos fundamental e médio. Prometeu também expandir a faixa de atendimento do programa Minha Casa, Minha Vida, incluindo famílias que ganham entre 3 e 5 salários mínimos mensais.
Segundo levantamento do jornal Estadão, o presidente Lula pretende nesta nova fase do governo apresentar um programa periódico de diálogo com a população nas redes sociais.
O presidente Lula prometeu pacificar o país após a sua vitória, devido a forte polarização nacional. Nos últimos 100 dias, Lula mudou de tom e foi firme nas críticas a seus adversários.
O senador Sérgio Moro (União-PR) foi acusado por Lula de "armação" no plano que a Polícia Federal identificou que tinha o senador e outras autoridades como alvos do PCC.
Em uma viagem ao Uruguai, o presidente criticou seu adversário o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Michel Temer (MDB):
"Quase tudo que fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos de governo, foi destruído em seis anos, ou em sete anos, nos três do golpista Michel Temer, e quatro, do governo Bolsonaro”, disse Lula na ocasião.
Ainda sobre o ex-presidente Bolsonaro, Lula afirmou:
"Vou lutar pelo nosso partido e vamos lutar pelo povo brasileiro, para que nunca mais um genocida ganhe eleições com base na mentira e na indústria da mentira", disparou o presidente durante o aniversário do PT.
Os problemas com o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, seguem. Lula e integrantes do governo pressionam para que o BC baixe a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 13,75%.
"É humanamente inexplicável a taxa de juros de 13%, juro real [descontada a inflação] de 8,5%. Não é possível a economia funcionar, e não é o Lula que está dizendo isso. Qualquer empresário que vocês entrevistarem daqui para frente vai dizer", afirmou o presidente durante um café com jornalistas na última quinta-feira (6) no Planalto.
Lula prometeu mudar os diretores do Banco Central "de acordo com os interesses do governo", segundo apuração da Gazeta do Povo.
O presidente poderá substituir dois dos nove integrantes do BC ainda em 2023. Em sua fala, Lula criticou Campos Neto:
"Não vou ficar brigando com o presidente do Banco Central, ele tem dois anos de mandato, quem indicou ele foi o Senado [na verdade, o Senado aprovou a indicação feita por Jair Bolsonaro]. E daqui a dois anos vai-se discutir o novo presidente do Banco Central. E os novos diretores, nós vamos mudar de acordo com os interesses do governo".
No período dos 100 dias de governo, o Ibovespa registrou queda de 8,12%. O desafio do presidente é equilibrar o crescimento econômico e responsabilidade fiscal em diferentes setores da sociedade.
No Ministério da Fazenda, a proposta principal foi o novo arcabouço fiscal. Ele permite um crescimento dos gastos do governo atrelado ao crescimento da receita do governo a partir da captação de impostos e uma banda de metas de resultado primário.
Neste cenário, o Ibovespa já chegou a perder e a recuperar 100 mil pontos, com queda acumulada de 8,12% no ano até a sessão da última quinta-feira (6), quando fechou a 100.822 pontos.
Enquanto o dólar cai cerca de 4%, na casa dos R$ 5,05.
De acordo com levantamento do TradeMap, que verificou o comportamento do Ibovespa nos governos desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (FHC), o desempenho do Ibovespa no terceiro mandato de Lula é o pior desde o início do primeiro mandato de FHC, em 1995, quando houve um recuo de 28,48%.
Já o melhor desempenho aconteceu no segundo mandato de FHC, com valorização de 66,98%, seguido pelos 100 primeiros dias do governo Bolsonaro, com valorização de 9,18%.
O Banco Central sinaliza que a Selic só irá começar a cair quando a inflação estiver ancorada.
Segundo levantamento da InfoMoney, a XP revisou recentemente o valor justo para o Ibovespa ao fim de 2023, que passou de 125 mil para 128 pontos, com melhoras nas projeções de lucros das empresas e taxas reais de longo prazo mais baixas.
Ao mesmo tempo, o levantamento aponta que em alguns setores as sinalizações do governo têm impactado negativamente o mercado:
Crítico do mecanismo durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula reformou as emendas de relator, também conhecidas como "orçamento secreto". As emendas foram julgadas como um recurso inconstitucional por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
Até o ano passado, as emendas eram executadas como "RP9". A partir deste ano, o mesmo mecanismo foi usado com outra rubrica, "RP2", usada na destinação de verbas dos ministérios, segundo apuração do jornal Gazeta do Povo.
Tanto a RP9 quanto a RP2 permitem que o governo ceda verbas ao Parlamento para realizar barganhas políticas.
Os recursos que podem ser distribuídos neste ano chegam a casa dos R$ 46 bilhões. O movimento faz parte de uma estratégia para tentar ampliar a base de Lula dentro do Congresso Nacional.
Os 46 bilhões estão divididos entre concessão de emendas individuais a parlamentares e as emendas de ministérios.
A verba prevista no governo de Bolsonaro em 2022 para fim semelhante, apenas de emendas de relator, era mais baixa: R$ 19,4 bilhões.
Pelo modelo atual, a liberação de verbas ficou concentrada no ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O chefe da pasta é responsável pela interlocução com os líderes da Câmara e do Senado.
Até o momento, Lula e seus auxiliares não se manifestaram sobre as críticas envolvendo a nova sistemática para manter ativo o orçamento secreto. Na campanha, o petista chegou a rotular o modelo de negociação com o Congresso Nacional como “bandidagem”.
O presidente Lula retirou o Brasil do acordo internacional do Consenso de Genebra em defesa da:
O acordo havia sido feito em outubro de 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A saída do Brasil do pacto antiaborto foi confirmada por meio de nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Ainda durante a campanha, Lula chegou a afirmar que era contra o aborto. O movimento do petista ocorreu em meio a uma estratégia durante o período eleitoral de reduzir a rejeição entre o eleitorado evangélico.
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