Já há algum tempo, o presidente Lula tem admitido que a direita está mais forte nas redes sociais. Não apenas isso. Em entrevista concedida na última sexta-feira, dia 6 de dezembro, afirmou que “eles não podem permitir que alguém que pense como a extrema-direita consiga projetar maldades menos do que [a esquerda] consiga projetar suas bondades”
"O PT tem culpa, o meu governo tem culpa, porque a gente não pode permitir, em nenhum momento, que alguém que pense como pensa a extrema-direita no nosso país tenha mais espaço nas redes sociais do que nós, tenha mais informações na internet do que nós e consiga projetar as suas maldades menos do que a gente consegue projetar as bondades que nós fazemos".
O discurso foi realizado por videoconferência no segundo dia do Seminário Nacional do PT, em Brasília. Na ocasião, o petista admitiu falhas na comunicação de sua gestão:
"Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame de que não está se comunicando bem".
Fontes no Planalto afirmam que o plano para melhorar a comunicação do governo pode incluir a substituição do ministro Paulo Pimenta.
Não foi apenas Lula que identificou problemas. Nas últimas semanas, assessores próximos ao presidente notaram nas redes sociais um crescimento dos discursos associados à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos nas redes sociais. Eles acreditam que isso se intensificará nos próximos meses.
Por essa razão, tudo indica que, antes do acidente dos últimos dias, o presidente andava ciente de que há um domínio da direita nas redes sociais e, consequentemente, bastante insatisfeito com sua comunição.
Em resposta, o Planalto irá desenvolver uma série de medidas para melhorar a comunicação governamental.
A primeira delas será a abertura de uma licitação para contratar uma empresa de comunicação digital. Isso faria as mensagens do governo Lula alcançarem a população de maneira eficaz.
O governo avalia que a Secretaria de Comunicação não tem estrutura nem funcionários suficientes para lutar contra o que classifica como extrema-direita, portanto, é preciso que se contratem especialistas na área.
Há alguns meses, foi aberta uma licitação para prestadoras deste tipo de serviços. Seriam destinados R$197 bilhões para a contratação de quatro empresas do segmento. O Tribunal de Contas da União suspendeu o pregão e, até o momento, a questão não foi resolvida.
Atualmente, a nova licitação está em análise na Consultoria Jurídica da Secom, com previsão de conclusão nos próximos meses.
No Planalto, acredita-se que a insatisfação de Lula com a Comunicação do governo seja um dos motivos que podem levar Paulo Pimenta, ministro das Comunicações, a ser substituído.
A revista Veja divulgou uma conversa entre Lula e o atual ministro, Paulo Pimenta, em que ele havia incentivado o presidente a fazer o que acha melhor. Lula teria deixado claro que Pimenta permanecerá perto dele, ainda que deixe a Secom.
A última pesquisa Quaest, publicada na quinta-feira, dia 12 de novembro, aponta Lula como líder em todas as simulações de segundo turno para as eleições de 2026.
Nos cenários avaliados, o atual presidente derrotaria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com uma vantagem de 52% a 26%.
Mesmo em um possível confronto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente está inelegível, Lula continuaria na frente, registrando 51% contra 35%.
Segundo interlocutores, essa avaliação positiva vem sendo utilizada como um trunfo para que Pimenta seja mantido no ministério das Comunicações.
Fontes do Planalto revelam que, caso resolva substituir Pimenta, Lula contrataria Sidônio Palmeira, publicitário e especialista em campanhas políticas. Sidônio já esteve à frente de campanhas e estratégias vitoriosas para várioas políticos, inclusive, o PT.
A contratação dependeria de ele abandonar seus negócios e receber garantias de autonomia total na Secretaria de Comunicação Social.
Lula deverá se encontrar com Sidônio em breve para definir seu papel exato no governo. Sidônio deseja ter controle total sobre a Secom e trazer sua equipe de confiança, ao contrário do que ocorreu com Pimenta.
Os membros discordam de que os problemas de popularidade de Lula ocorram por questões relacionadas à Comunicação. Eles avaliam que a baixa popularidade se deve a falta de estratégia e de coordenação do Planalto.
Sidônio Palmeira concorda em parte, defendendo que comunicação, política e gestão são interdependentes e devem ser integradas.
A possível substituição de Pimenta e a contratação de uma nova equipe especializada são parte dessa reformulação, que leva o presidente Lula a rever sua política de manter por perto pessoas de sua extema confiança.
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