A autora Glória Perez deixou a Globo após 35 anos. Em abril de 2025, a emissora rejeitou a sinopse de Rosa dos Ventos, novela prevista para substituir Vale Tudo no horário das 21h em 2026. O caso encerrou um contrato iniciado em 1990.
A trama, analisada por diretores e setores internos, caiu por uma história confusa e temas sensíveis, como política e aborto.
Os diretores justificam a rejeição por dois motivos. Diretores avaliaram o enredo como mais confuso que Travessia (2022), último trabalho de Glória, de baixa audiência.
A direção alega que o fato do aborto poderia ser contornado, porém tratar de figuras políticas em época de eleição seria ruim.
A convivência de Glória Perez na Globo já não estava boa. Em março, a autora compartilhou conteúdo sobre a manifestação pró-anistia ocorrida em 16 de março.
Na ocasião, Glória postou um story em seu Instagram acompanhando a manifestação, com a manchete:
“Manifestação pacífica no Rio em defesa da anistia. Povo lota a praia de Copacabana na manhã deste domingo.”
Além disso, Glória apoiou a escalação de Cássia Kis e Humberto Martins em sua última novela, “Travessia”. Ambos são declaradamente alinhados à direita política brasileira. Na ocasião, outros atores protestaram e fãs pediram boicote à trama.
A novela acompanha a história de Cibele, uma ex-miss que após declinar em sua carreira, passou a trabalhar como vendedora em uma loja de departamentos. Ao conhecer Murilo, empresário rico e casado, toda a sua vida muda.
Outro núcleo da trama era focado na vida de Mabel, política em ascensão, com quem Murilo era casado.
Cibele apaixona-se por Murilo, que promete deixar a esposa. A protagonista engravida do empresário e vê no filho a chance de enriquecer e recuperar sua vida de glamour ao lado do amado.
No entanto, Murilo teme um escândalo que poderia afetar seus negócios e a carreira de Mabel. Então, droga Cibele e a submete a garota a um aborto.
Ao acordar, percebe o que aconteceu. Sua dor vira revolta e ela passa então a lutar por justiça contra Murilo.
Gloria Perez começou na Globo em 1979 como pesquisadora de texto. Em 1983, colaborou com Janete Clair em "Eu Prometo!”, última novela da autora.
Deixou a emissora em 1986 para escrever Carmem (1987) na TV Manchete e voltou em 1990 com Barriga de Aluguel.
Em 1992 enfrentou a morte de sua filha Daniela Perez, assassinada por um colega de elenco.
O maior sucesso veio com O Clone (2001), que aborda a cultura árabe e clonagem, marcando a TV brasileira.
Glória trabalhou em outras obras sempre com temas expressivos.
América (2005) tratou de imigração;
Caminho das Índias (2009) venceu o Emmy com tradições indianas;
Salve Jorge (2012) explorou o tema do tráfico humano;
A Força do Querer (2017) falou sobre transgenerismo;
Travessia (2022) foi seu único fracasso recente;
Séries como Hilda Furacão (1998) e Dupla Identidade (2014) marcaram sua carreira.
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