No último Domingo (25/09), uma aliança de partidos conservadores venceu as principais eleições italianas, obtendo a maioria das cadeiras da Câmara dos Deputados, do Senado e o cargo de Primeiro-Ministro.
Em 2018, o Partido conservador Irmãos da Itália (tradução livre) recebeu 4% dos votos. Em 2022, 44% dos eleitores votaram no Irmãos da Itália e sua coligação.
A aliança política dos conservadores foi formada pelo Partido Liga, de Matteo Salvini; Força Itália, de Silvio Berlusconi, e o Partido Irmãos da Itália, da nova Primeira-Ministra Giorgia Meloni.
Giorgia Meloni nasceu em 1977, em Roma, e passou toda sua vida morando na capital da Itália. Sua família é de origem humilde, Giorgia trabalhava desde cedo para ajudar nas finanças da casa. Seus principais empregos eram como babá e camareira.
Desde jovem participava de movimentos políticos conservadores. Com 15 anos de idade, Giorgia ingressou no movimento "Frente Pela Juventude", onde militou por anos.
A carreira política de Giorgia começou em 1996, quando foi eleita presidente do sindicato Ação Estudantil. Em 2006 se tornou jornalista e foi eleita a deputada e vice-presidente da Câmara dos Representantes (órgão semelhante à Câmara dos Deputados do Brasil).
Entre 2008 e 2011, Giorgia foi empossada como Ministra da Juventude pelo Primeiro-Ministro Sílvio Berlusconi.
Como deputada, Giorgia esteve na oposição de governos de esquerda e de centro. Começou a presidir o Partido Irmãos da Itália desde 2014, ganhando visibilidade em território nacional por se opor ao premier Mario Draghi.
Giorgia Mileno se define como mulher, mãe, italiana e cristã. Suas ações e declarações políticas mostram que ela defende o conservadorismo político.
Em seu discurso no décimo terceiro Congresso Mundial das Famílias, realizado em Verona em 2019, Giorgia disse:
"Por que a família é um inimigo? Por que muitos veem a família com medo? Existe uma resposta única para essas perguntas: porque ela nos define, porque é nossa identidade. Nos dias de hoje, tudo o que nos define é visto de forma negativa.
Existem muitas pessoas que não gostariam que nós tivéssemos identidade, eles gostariam que nós fossemos escravos, consumidores perfeitos. Por isso atacam a identidade nacional, a identidade religiosa, a identidade de gênero.
Não posso me definir como uma mulher italiana, cristã, mãe. Eles querem que eu seja cidadão X do gênero Y com os pais 1 e 2. Querem que eu seja um número, porque se eu não tiver identidade, raízes, eu serei uma presa fácil para os grandes empresários".
Ao falar sobre os grandes empresários, Giorgia estava se referindo a visão política do globalismo.
Alexandre Costa, professor de Ciências Políticas, define o globalismo como:
"Conjunto de iniciativas e fenômenos que visam criar um ambiente de governança global, que tende a se sobrepor às soberanias nacionais e aos direitos naturais dos indivíduos, e de uma maneira geral à livre determinação dos povos.
Por se tratar de uma ideologia, ou seja, de um aglomerado de ideias entrelaçadas de forma a justificarem umas às outras, não necessita de comprovação da sua viabilidade e nem mesmo da sua eventual funcionalidade”.
No final do discurso no fórum da família, Giorgia citou o autor britânico G.K. Chesterton, conhecido por defender o Direito Natural e a fé Católica.
Sua política social defende as famílias tradicionais. Ela declarou ser contra a adoção de crianças por pares homossexuais.
Giorgia também é contrária a política de fronteiras abertas. Defende que a fiscalização deve ser mais rigorosa para impedir a entrada de terroristas e criminosos.
Durante a pandemia, ela criticou os lockdowns rigorosos convocados pelo Primeiro-Ministro Mario Draghi. Sua militância contra as medidas do governo durante a pandemia lhe renderam fama nacional, o que muitos analistas políticos enxergam como fator importante para a sua vitória nas últimas eleições.
Quanto à guerra na Ucrânia, Giorgia se manifestou a favor dos ucranianos e criticou os atos de Putin.
A maioria dos veículos de mídia tradicionais estão afirmando que Giorgia é fascista. O G1, o UOL e outros jornais publicaram diversas matérias associando a premiê italiana ao pensamento totalitário de Mussolini. Veja os prints:
Giorgia já afirmou em mais de uma ocasião que não concorda com os atos de Mussolini. Em sua juventude, ela disse que o líder trabalhou muito pela Itália, mas há anos vem afirmando não apoiar suas medidas. Segundo ela:
"A direita italiana relegou o fascismo a um capítulo antigo da história, condenando sem ambiguidades a privação da democracia e as infames leis que perseguiram judeus".
Ela disse que o ditador "cometeu diversos erros, como as leis raciais, a entrada na guerra e o sistema autoritário. Historicamente, produziu muito também, mas isso não o salva".
A palavra fascismo se tornou um adjetivo pejorativo que muitos usam contra seus inimigos políticos. Embora seja muito falado, as principais características do regime totalitário do século XX ainda são desconhecidas ou deformadas por muitos.
Um estudo mais aprofundado do assunto mostra que não é simples definir a ideologia fascista como "de direita". Análises simplórias podem criar uma visão anacrônica ou incorreta.
Entenda o que realmente é fascismo e quais são as suas principais caraterísticas. Toque aqui para ler o artigo.
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