Uma lanchonete embolsou verba dos cofres públicos para montar uma peça no Theatro Municipal, em São Paulo. Liderado por Raul Paulino Torres, Pedra Preta Galeria e Café recebeu R$100 mil para contratar o elenco da ópera "O Contractador de Diamantes".
A empresa é do mesmo dono do Instituto Incube, que em 2023 recebeu R$15 milhões da Open Society Foundation, do bilionário George Soros. Esse foi o maior benefício da entidade pago a uma organização brasileira naquele ano.
Torres tem um histórico controverso, respondendo a acusações de fraude fiscal e tendo fechado contratos milionários com o poder público.
A situação foi revelada ontem, 11 de novembro, pelo jornal Gazeta do Povo .
De acordo com a reportagem, a “Pedra Preta Galeria e Café” tem como principal atividade registrada na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) a categoria "lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares".
Entretanto, emitiu sua primeira nota fiscal para o Theatro Municipal para receber o pagamento pela peça.
A empresa foi fundada por Torres em 2023 com capital social de R$200 mil, considerado pelo jornal alto se comparado com outras do mesmo perfil.
O texto aponta ainda que a companhia não tem página na internet e possui endereço oficial em um escritório de contabilidade localizado na Rua Vergueiro, 2.475, conjunto 1.512, Vila Mariana, São Paulo
O acordo pagou 23 dias de ensaios e quatro sessões de “O Contractador de Diamantes". A trama se passa na Minas Gerais colonial e conta a história de um contratador de Diamantes local.
A obra foi composta por Francisco Mignone, um dos mais aclamados compositores brasileiros da primeira metade do século XX.
As apresentações acontecem de 28 a 30 de junho e 02 de julho de 2024. Para assistir, cada expectador pagou entre R$12,00 e R$165,00.
Torres responde a um inquérito policial que investiga possível desvio de R$760 mil na ONG Instituto Sincronicidade (ISPIS), empresa onde trabalhou anteriormente.
O caso foi denunciado pela própria empresa, porém não foram divulgadas informações mais precisas sobre a queixa.
Em outubro de 2024 a ligada a Torres fechou um contrato de R$11.713 com o SESC Belenzinho, em São Paulo
Pedra Preta fez seis apresentações de contação de histórias infantis. A nota fiscal emitida tinha número 000007, sugerindo ser o sétimo serviço prestado desde sua criação.
O SESC, embora entidade privada, é financiado parcialmente por contribuições fiscais do comércio.
Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, o Theatro Municipal alegou que o elenco da Pedra Preta possuía experiência artística compatível com a produção. Justificou ainda que a lei de serviços artísticos permite o acerto sem licitação.
De acordo com a Assessoria de Imprensa:
“Trata-se de processo de contratação de serviço de natureza artística da empresa Pedra Preta Galeria de Arte e Café Ltda como elenco coadjuvante na ópera O Contratador de Diamantes de Francisco Mignone que integra a programação de 2024 do Theatro Municipal de São Paulo. O artista possui experiência com o programa, sendo sua participação aprovada pela direção da montagem.”
Ainda segundo a matéria, as investigações contra Raul Torres seguem em andamento.
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