Na Câmara dos Deputados, uma nova Proposta está dividindo opiniões ao sugerir mudanças significativas na jornada de trabalho. O texto foi proposto pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e busca pôr fim à escala de trabalho 6x1 — que permite apenas um dia de descanso após seis dias de trabalho. Visa também instituir uma jornada de quatro dias por semana, com um limite de 36 horas semanais.
Hilton argumenta que a redução da jornada não deve impactar o salário dos trabalhadores, destacando que a medida seria essencial para garantir uma melhor qualidade de vida e manter o poder de compra da população.
"A escala 6x1 é uma prisão incompatível com a dignidade do trabalhador", afirmou a deputada, posicionando-se em defesa de mudanças que, segundo ela, acompanham tendências globais de flexibilização laboral.
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A proposta está em fase de coleta de assinaturas, e precisa do apoio de pelo menos 171 deputados para seguir para análise no Congresso. Até o momento, já foi assinada por mais de 100 parlamentares. Para alguns, a mudança pode representar prejuízo econômico, especialmente para setores como o comércio e a indústria. Esses críticos apontam riscos para a produtividade e temem um aumento dos custos operacionais caso a PEC seja aprovada.
Apesar da resistência, Hilton tem citado exemplos internacionais de jornadas reduzidas, como o modelo de quatro dias testado no Reino Unido. Segundo ela, em pesquisas realizadas na Inglaterra, trabalhadores relataram uma redução significativa no estresse e no esgotamento mental. Além disso, as empresas observaram benefícios, incluindo menor rotatividade de funcionários e aumento na receita.
A proposta também divide opiniões nas redes sociais, especialmente entre usuários que pressionaram parlamentares por um posicionamento.
Esse engajamento impulsionou a deputada a lançar uma petição on-line, que já conta com mais de um milhão de assinaturas.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) foi uma das signatárias da iniciativa. Ela afirma que “o mundo mostra que é melhor para as trabalhadoras e trabalhadores e para o crescimento da economia reduzir a jornada de trabalho”. Destaca também que o descanso é fundamental para a reposição de energias e para que a classe trabalhadora possa dedicar tempo a outras atividades:
“O descanso é essencial para repor energia e para a classe trabalhadora dedicar seu tempo a outras atividades”, concluiu a parlamentar.
Outro parlamentar que manifestou apoio à proposta foi o deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE). Sua assinatura na proposta chamou atenção, considerando que o Partido Liberal, do qual faz parte, em sua maioria, opõe-se à essa pauta. Rodolfo, no entanto, vê a proposta como um caminho para equilibrar o bem-estar dos trabalhadores sem comprometer a produtividade do país.
"A maioria dos brasileiros enfrenta uma realidade difícil: trabalhar seis dias por semana, com apenas um dia de descanso".
A proposta enfrenta resistência entre alguns parlamentares, especialmente do PL, partido que lidera a oposição ao governo Lula. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi enfático em sua crítica, argumentando que reduzir a jornada semanal para 36 horas sem corte de salários pode prejudicar a economia.
“O que a Erika Hilton quer é reduzir uma semana de 44 horas semanais para 36 e manter a mesma remuneração.Cai a produtividade, e quem paga é o empresariado, aquele que recolhe impostos e gera empregos”, afirmou Bilynskyj.
Outro parlamentar contra a medida é Gilson Marques (Novo-SC). Ele argumenta que a redução da jornada semanal sem corte proporcional de salários poderá trazer efeitos adversos para os trabalhadores.
“Isso não vai ajudar quem trabalha nessas modalidades hoje em dia. Irá apenas causar duas coisas: demissões para quem ganha um salário mínimo ou próximo disso, e redução salarial para aqueles que recebem acima do mínimo”, pontuou Marques.
O debate sobre a proposta de Erika Hilton, que sugere uma redução significativa na jornada de trabalho, segue mobilizando diferentes perspectivas na Câmara dos Deputados. De um lado, os apoiadores defendem que a mudança pode melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e aumentar a eficiência. Do outro, críticos alertam para potenciais impactos econômicos, inclusive, geração de desemprego, Os setores mais impactados são os que dependem intensamente de mão de obra, que afirmam que a proposta poderia elevar custos para as empresas.
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