Com a morte do papa Francisco na última segunda-feira (21), a Igreja Católica se prepara para mais um conclave.
Para os católicos, a escolha do novo papa é um ato espiritual. Segundo a fé da Igreja, o Espírito Santo assiste o conclave e orienta os cardeais na decisão.
Em entrevista à Brasil Paralelo, Dom Fernando Rifan falou sobre o conclave. Segundo o bispo, embora o Espírito Santo assista ao conclave, não “impõe” uma escolha.
“Cada cardeal vota com a mão sobre o Evangelho, jurando diante de Deus escolher aquele que, diante de sua consciência, julga ser o melhor. É um ato de fé, liberdade e responsabilidade pessoal. O Espírito Santo ilumina, mas não substitui a liberdade humana.”
O pensamento do bispo está alinhado com a visão de Bento XVI, que, ainda como cardeal, explicou que o Espírito Santo não impõe uma escolha no conclave. Em vez de controlar diretamente o processo, concede liberdade aos cardeais, sem deixar de acompanhar e orientar a decisão.
“Então o papel do Espírito deveria ser entendido num sentido muito mais elástico; não que ele dite o candidato em quem cada um tem que votar.
Provavelmente, a única certeza que Ele oferece é que a coisa não possa ser totalmente arruinada. Existem exemplos demais de Papas que evidentemente o Espírito Santo não teria escolhido".
Essa dinâmica ajuda a explicar por que tantas vezes cardeais cotados pela mídia ou pela opinião popular não são os eleitos.
“Quantas vezes os favoritos não são eleitos? João Paulo II não era cogitado, Bento XVI era tido como figura de transição e Francisco sequer aparecia entre os principais nomes. Isso acontece porque o critério ali não é político, mas espiritual. E espiritualidade não se antecipa por análise de bastidores.”
A lógica do conclave, afirma o bispo, é a do recolhimento para que a melhor decisão seja tomada:
“É um verdadeiro retiro diante de Deus. Os cardeais ficam em clausura total, sem telefone, sem internet, sem contato com o mundo. Esse isolamento existe para garantir que a decisão seja tomada sem pressões externas, com liberdade interior e sob a luz da oração.”
O tema do conclave voltou aos holofotes após o falecimento do papa Francisco. Os cardeais já estão em Roma, preparando-se para o processo que elegerá o novo líder da Igreja Católica.
Com a proximidade da eleição, surgem prognósticos de todos os lados. Enquanto alguns veículos afirmam que o próximo Papa seguirá a linha de Francisco, outros apostam em um perfil mais conservador.
Mas, segundo Dom Fernando Rifan, essas categorias não se aplicam à lógica da Igreja, pois o conclave não funciona como uma eleição comum.
“Não se pode analisar um conclave como se fosse uma eleição política. O papa não é eleito por plataforma de governo, não há palanque, campanha ou promessas. O que há é discernimento diante de Deus.”
Se você quer entender como funciona a eleição do novo sucessor de São Pedro, preparamos um artigo completo explicando todos os detalhes do conclave. Clique aqui e leia.
O papa Francisco faleceu na última segunda-feira, 21 de abril, às 4h47, horário do Brasil (9h47 no horário de Roma).
O comunicado oficial veio diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em um pronunciamento que marcou o encerramento de um pontificado que transformou a história da Igreja.
Nascido na capital argentina e filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi eleito pontífice em março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Sua eleição inaugurou uma nova era na Igreja, afinal, Francisco é:
Está disponível, no canal da Brasil Paralelo, o primeiro episódio do Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o pontificado de Francisco.
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