O ex-colega de cela de Jeff Epstein disse que agentes federais teriam oferecido um acordo se o milionário fizesse uma denúncia contra Trump. No depoimento, as acusações poderiam até ser falsas. Trump e Epstein se conheceram em eventos da alta sociedade de Palm Beach.
O ex-policial condenado por quatro homicídios, Nicholas Tartaglione, dividiu cela com Epstein antes do magnata ter sido transferido para uma ala especial dedicada a pessoas com tendências suicidas.
Segundo uma gravação feita pela jornalista independente Jessica Reed Kraus e divulgada pelo New York Post, Tartaglione disse que Epstein teria perguntado sobre como funcionavam as delações premiadas:
"Ele disse, 'Quando você era policial, o que você sabe sobre ofertas e cooperação?' Eu respondi, 'Jeff, é bem simples, os promotores, você sabe, pegaram um peixe, você. Eles não vão soltar esse peixe a menos que você lhes dê um peixe maior.'"
O ex-policial contou que Epstein contou sobre uma proposta de acordo com a Justiça, onde ele seria beneficiado se contasse informações que poderiam causar o impeachment de Trump:
“Eles me disseram que me deixariam declarar culpa por algo pequeno, e eu passaria apenas alguns anos em um campo, se eu pudesse fornecer algo sobre Trump para que ele fosse impeachmado.”
Na versão de Tartaglione, Epstein disse que não sabia de informações comprometedoras sobre o presidente.
Os agentes teriam respondido que não era necessário provar nada, contanto que não houvessem provas de que ele estava mentindo.
Considerando a suposta possibilidade, Epstein teria dito que Trump conta com o FBI para buscar provas em caso de uma acusação falsa.
Os agentes teriam tentado acalmar o réu respondendo que “o FBI é nosso pessoal, não o dele”.
Apesar das falas de Tartaglione, o irmão do milionário, Mark Epstein, disse ao jornal The New York Post que Jeffrey alegou ter informações sobre Donald Trump e Hillary Clinton em 2016:
"Aqui está uma citação direta: 'Se eu dissesse o que sei sobre ambos os candidatos, teriam que cancelar a eleição.' Foi o que Jeffrey me disse em 2016,"
Trump já foi fotografado ao lado de Epstein em algumas ocasiões. Em 2002, o presidente elogiou Epstein para a coluna social na revista New York Magazine:
"Conheço Jeff há quinze anos. Cara incrível. Ele é uma companhia muito divertida. Até dizem que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do lado mais jovem. Sem dúvida — Jeffrey gosta da sua vida social."
Na época, Epstein era apenas uma figura considerada misteriosa que fazia festas para a alta sociedade.
Durante a campanha eleitoral de 2024, uma ex-modelo chamada Stacey Williams disse que Trump a apalpou enquanto ria com Epstein.
Isso teria acontecido depois dela visitar a Trump Tower durante uma caminhada com Epstein em Nova Iorque.
Williams conta que ficou com a impressão de que os dois homens “eram bons amigos e passavam muito tempo juntos”.
Segundo a ex-modelo, o homem que ria enquanto Trump a assediava teria brigado com ela por ter “deixado ele fazer isso” assim que deixaram o prédio.
A campanha de Trump acusou a modelo de ter mentido e disse se tratar de uma invenção feita pela campanha da democrata Kamala Harris.
Williams já tinha comentado sobre a história nas redes sociais, mas trouxe detalhes durante um evento do grupo Survivors for Kamala.
Trump comentou sobre Jeffrey Epstein em 2019, após ser questionado por jornalistas durante uma coletiva de imprensa realizada após uma reunião com o Emir do Catar.
O presidente disse que conhecia Epstein, mas não era muito próximo e os dois estavam brigados há anos:
“Pessoas em Palm Beach conheciam ele, ele era um figurão em Palm Beach. Eu tive uma briga com ele há muito tempo, acho que não falo com ele há 15 anos, não era um fã.”
A versão de Trump parece estar de acordo com o relato de Tartaglione. Segundo o ex-policial, Epstein teria dito que não tinha uma boa relação com Trump:
"Eu disse, 'Bem, você conhece o Trump?'. Ele disse, 'Bem, você sabe, eu o conheço. Eu o encontrei, mas nós não gostamos um do outro.'
Trump teria expulsado Epstein de seu resort privado na Flórida, conhecido como Mar-a-Lago, após uma briga.
O motivo do suposto desentendimento teria sido uma conversa entre o milionário e uma menor de idade:
“Ele disse: 'Trump ficou bravo, eu estava conversando com uma garota.' Naquela altura, já tinha percebido o motivo dele estar lá e perguntei: 'Quantos anos tinha a garota, Jeff?' Ele respondeu: 'Ah, uns 18, 19.' Como eu era policial, disse:'Jeff, isso significa provavelmente 14, 15 anos.' E ele continuou: 'Bem, Trump me expulsou, não falo com ele desde então.'"
Epstein era um magnata do mercado financeiro conhecido por manter uma relação de proximidade com pessoas muito influentes.
Os processos mencionam que figuras como o ex-presidente Bill Clinton e o Príncipe Andrew do Reino Unido mantinham contato com o empresário.
Ele foi acusado de tráfico humano e exploração sexual de diversas mulheres, incluíndo menores de idade.
As investigações apontam que o milionário promovia encontros sexuais entre essas mulheres e homens importantes em diversos lugares, inclusive em sua ilha particular no Caribe.
Ele foi preso em 2019, dividindo cela com Nicholas Tartaglione. Um dia Epstein foi encontrado desacordado e alegou ter sido agredido pelo ex-policial.
Tartaglione foi considerado inocente e o caso foi interpretado como uma tentatia de suicídio. A gravação do presídio no momento foi perdida.
Depois do acontecimento, Epstein foi mantido em uma ala especial para pessoas com risco de tirar a própria vida.
Poucos dias depois de deixar a ala especial, seu corpo foi encontrado enforcado e sem vida na cela.
Epstein não compartilhava o espaço com ninguém, pois aguardava a transferência de um colega. Procedimentos básicos de segurança não foram seguidos no dia do suicídio.
A morte de Epstein alimenta até hoje uma série de especulações e teorias da conspiração sobre a possibilidade dele ter sido vítima de uma “queima de arquivo”.
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