Líbero Badaró era um jornalista italiano que veio ao Brasil e fundou um jornal chamado O Observador Constitucional. Esse jornal trazia textos críticos ao governo e com uma defesa da imprensa livre.
Em um dos trechos do jornal, é possível identificar essa ideia:
“quem sustentou o governo do Brasil, foi a imprensa que o dirigiu, e lhe impediu de dar por paus e por pedras, como era seu costume fazer, e desta forma lhe parou a total ruína”
Em outro trecho, o jornal revela que sofreu uma ameaça por parte do Sr. Francisco de Lima e Silva, homem que estava sendo nomeado comandante interino das armas no Rio de Janeiro:
“Este homem que chegou a nos ameaçar publicamente com as suas brigadas em uma Sociedade de pessoas mais respeitaveis da cidade.”.A medida que o tempo passava, Badaró expressava com mais energia a sua posição:
“Qual seria o dever dos Brasileiros e de todos que vivem no Brasil, se houvesse quem a força aberta quisesse atentar as garantias que a Constituição lhes autorga? Defendê-las ou morrer.”
Além de Dom Pedro I, essas críticas eram dirigidas aos ministros e políticos locais. Um inimigo especificamente se tornou um dos grandes alvos, o Dr. Cândido Ladislau Japiassú. Ele possuía uma posição oposta a de Badaró, chegando a processar um outro jornal por “Abuso na liberdade de expressão”.
A briga entre imprensa e governo ficava cada vez mais tensa, até que na noite do dia 20 de novembro de 1830, enquanto o Líbero Badaró voltava para casa, ele foi assassinado a tiros.
O contexto apontava para uma execução por motivos políticos. O principal suspeito de comandar tal ato era Japiassú com a proteção e tutela de Dom Pedro I. Nunca foi provado o envolvimento de Pedro I no caso e Japiassú não chegou a ser preso.
A morte do jornalista chocou a cidade e incentivou revoltas e reivindicações. Veja como foi noticiada no jornal que ele fundou:
“Toda a cidade de São Paulo ainda está enlutada por causa da morte do constante e corajoso defensor da Liberdade, o objecto de todas as conversações é o descaramento do malfeitor, unido a atrocidade. A indignação pintada no semblante de todos reclama a punição do horrendo atentado contra a vida do estimado Badaró”
A notícia também afirmava que, momentos antes de morrer, o personagem histórico havia dito:
“Morre um Liberal, mas não morre a Liberdade”.
No Segundo Reinado, a defesa da Liberdade de Expressão foi uma pauta prioritária para o Dom Pedro II, como é possível constatar em seu diário.
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