"Vocês vão usar essa mesma boca para falar a verdade", afirmou o influenciador Pablo Marçal. Ele esteve no centro de mais uma polêmica nos últimos dias, envolvendo o maior grupo de comunicação do país. E o motivo não foi apenas sua doação milionária às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Um dos principais ativistas no auxílio aos afetados pela tragédia, o empresário desafiou o mais poderoso grupo de mídia do Brasil. Enfrentou também ameaças de represálias do governo federal por conta de graves denúncias.
Um dos principais ativistas no auxílio aos afetados pela tragédia, o empresário desafiou o mais poderoso grupo de mídia do Brasil. Enfrentou também ameaças de represálias do governo federal por conta de graves denúncias.
O influenciador doou recursos financeiros, conseguiu helicópteros e participou pessoalmente de equipes de resgate. Os impactados chegaram a milhares. No entanto, não foi isso que chamou a atenção da mídia e do governo, mas sim uma denúncia de que carretas carregadas de mantimentos estariam sendo paradas por falta de notas fiscais e excesso de peso.
No vídeo, publicado na rede social Tik Tok, Marçal disse:
“Nós estamos em estado de guerra. Aprendam que guerra é guerra e temos que ir para cima. Os caras estão querendo nota fiscal e nós estamos querendo doar comida!”
O governo do estado reagiu negando as denúncias do empresário e as classificando como desinformação e Fake News.
O Secretário-chefe da Casa Civil no estado, Arthur Lemos, e o subcomandante geral da Brigada Militar, Douglas Soares, gravaram vídeos em que não mencionam Marçal, mas negam que tenha ocorrido cobrança de imposto ou fiscalização de caminhões levando doações.
Já o governo federal pediu a abertura de uma investigação contra o empresário e outros nomes por supostamente espalharem notícias falsas sobre a tragédia no sul.
Ao noticiar o caso, a repórter da Rede Globo Natuza Nery fez duras críticas ao influenciador. A jornalista chegou a classificá-lo como mentiroso e irresponsável:
“Um dos casos mais alarmantes, e que assustou boa parte da equipe que está prestando socorro às vítimas no Rio Grande do Sul, foi uma dessas Fake News que dava conta de que os caminhões de doação estavam sendo barrados porque não tinham nota fiscal. Uma irresponsabilidade isso e partiu de um endereço certo. Isso partiu de um coach chamado Pablo Marçal.”
Após a notícia, o empresário publicou um vídeo, em que respondia às acusações:
“Você é uma repórter incompetente. Você não teve o trabalho de pesquisar seus colegas da Rede Record e do SBT, que tem vídeos mostrando isso em outras reportagens. Você não assistiu esse vídeo aqui, assiste esse vídeo aqui, sua miserável.”
Após a fala, Marçal utilizou uma reportagem do SBT que mostra oficiais da ANTT, agência responsável pela regulamentação do transporte de carga em rodovias, parando carretas com doações por conta de sobrepeso e falta de notas fiscais.
O influenciador também exigiu uma retratação pública da emissora:
“Eu tô pedindo aqui e agora, vou acionar o Judiciário para ver se ainda existe justiça nesse país. Você vai usar essa mesma boca para falar a verdade e vocês não definem o que é a verdade”.
Ainda conclamou a população a filmar com os celulares a real situação do Rio Grande do Sul, uma vez que acredita que o consórcio de mídia não estaria noticiando toda a verdade``.
“Vocês estão escondendo alguma coisa e nós vamos descobrir. Quero pedir pro povo se levantar, use seu celular e filme. É seu direito filmar.", afirmou.
Pouco tempo depois da reação, a Rede Globo retirou do ar o vídeo com a fala da jornalista. Apesar disso, o empresário falou no evento La Casa Digital que ainda quer retratação e não desistirá enquanto não receber.
O empresário também declarou que em poucos meses a Rede Globo será vendida:
“Vou declarar algo aqui. A Rede Globo, em pouco tempo, vai ser vendida. Alguém vai comprar essa rede Globo e a gente não vai mais permitir que o Brasil seja manipulado por vocês. Fica o recado, em poucos meses essa Rede Globo vai ser vendida e vocês não vão prosperar com esse negócio. O povo não vai dar mais atenção para vocês.”
Marçal seguiu acusando a empresa de desrespeitosa e até mesmo de satanista, por conta da cobertura do show da Madonna.
“Vocês desrespeitaram o povo brasileiro, que estava morrendo afogado, transmitindo o show daquela pornográfica, aquilo é um ritual satânico que tá acontecendo no Brasil e todo mundo sabe o que vocês estavam fazendo. Vocês estavam fazendo oferenda com os corpos das pessoas do Rio Grande do Sul e todo mundo que tem o mínimo de entendimento espiritual sabe o que estava acontecendo ali naquele lugar.”
Não é a primeira vez que Marçal aparece na mídia por posicionamentos polêmicos e atitudes extravagantes.
Para muitos, o empresário ficou conhecido após ter acionado o Corpo de Bombeiros para auxiliar na descida dele e do grupo que o seguia rumo ao topo do Pico dos Marins.
Com a repercussão do episódio, o influenciador ganhou muita visibilidade e expandiu a base de seguidores, incluindo pessoas interessadas em se “destravar`` e aprender técnicas de empreendedorismo e evolução pessoal.
O empresário também tem ambições na política. Pré-candidato à Presidência da República pelo PROS, ele deixou o partido quando a legenda decidiu apoiar Lula. Após a ocasião, o ex-pré-candidato passou a apoiar Jair Bolsonaro.
Em sua candidatura à presidência, o empresário apresentou um sistema ideológico próprio chamado de “governismo”, que se basearia na identidade pessoal e capacidade de empreendedorismo para difundir o poder entre pessoas “destravadas”.
Atualmente o empresário é pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB.
Com a repercussão da briga com a Rede Globo, há muitos grupos e páginas em redes sociais que elogiaram Marçal e até estão afirmando que ele deveria ser presidente do Brasil.
A polêmica com o empresário lança luz a um importante debate sobre Fake News e o controle do fluxo de informação. De um lado, há a mídia tradicional que tem a missão de verificar informações e apresentá-las de modo imparcial e confiável. De outro, um influenciador que revela o poder das redes sociais como ferramenta alternativa para noticiar acontecimentos. A mídia chama Marçal de “coach mentiroso”; ele, por sua vez, afirma que os veículos gostariam de agir como “Ministérios da Verdade” e transformar suas narrativas em fatos absolutos e incontestáveis. Entre um e outro, ficam as pessoas com seu direito e necessidade da verdade.
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