Celebrado em 31 de outubro, o Halloween festeja o dia das bruxas. Enquanto alguns aderem à comemoração como parte da cultura, entre os cristãos o assunto gera polêmica.
Por um lado há quem afirme que os seguidores de Jesus não podem participar da data. No entanto, o assunto não possui uma diretriz direta em algumas denominações, dentre elas a Católica.
O sacerdote católico Frei Gilson afirma que não é correto associar demônios com algo bom. Em entrevista ao Conversa Paralela, disse:
“Eu sendo uma pessoa de Deus, posso ou não participar de festas e práticas pagãs? Você está falando de uma festa onde as pessoas se vestem de demônios, portanto é uma festa pagã. Não existe brincadeira com um lugar que é pagão. Isso não se aplica somente ao Halloween, mas outros locais pagãos”.
Ele ainda citou Efésios, 5,11. O trecho diz que o cristão não pode ter cumplicidade com festas pagãs.
"E digo aqui: não deixe seus filhos a irem ir para essas festas".
Para a pastoral universitária Metodista, a festa não faz parte da cultura brasileira. Sendo assim, desaconselha os fiéis a participar:
“As Pastorais Escolares e Universitárias responsáveis pela confessionalidade das nossas instituições, manifestam este posicionamento e recomendam a não promoção e celebração desta festa. Reafirmamos nosso compromisso com a celebração da vida, da paz, da alegria e do Amor de Deus proclamado em Cristo Jesus”.
A Igreja Universal do Reino de Deus segue a mesma linha de pensamento. Em um artigo, a entidade afirma que “quem tem discernimento espiritual consegue ver além da aparência e não ignora que há um mundo espiritual por trás de tudo que existe de material”.
O Pastor Walber Barboza, responsável nacional do grupo Força Teen Universal (FTU), afirma:
“De inofensivo [o Halloween] não tem nada! Além do grande apelo comercial, trata de normalizar o mal como se fosse algo inocente. Por falta de visão espiritual, cristãos têm se ajustado ao mundo, mas as duas coisas não combinam. Quando se trata da nossa Salvação, devemos ser radicais”.
Por outro lado, o jornalista Alexandre Varela, credenciado à Santa Sé, e sua esposa Viviane, afirmam que a decisão do cristão em participar ou não do Halloween é pessoal.
Em um vídeo publicado ontem, 30 de outubro, no Instagram, Viviane compartilhou um esclarecimento do bispo da diocese de Fall River (EUA). O religioso escreveu:
“Muitas vezes, a concepção cristã da vida irá incliná-los para determinada solução, em certas circunstâncias concretas. Outros fiéis, porém, com não menos sinceridade, pensarão diferentemente acerca do mesmo assunto, como tantas vezes acontece, e legitimamente. Embora as soluções propostas por uma e outra parte, mesmo independentemente da sua intenção, sejam por muitos facilmente vinculadas à mensagem evangélica, devem, no entanto, lembrar-se de que a ninguém é permitido, em tais casos, invocar exclusivamente a favor da própria opinião a autoridade da Igreja.”
Viviane ainda ressalta que cabe ao católico exercer o discernimento, pois até mesmo a opinião de sacerdotes não deve ser considerada uma lei da Igreja. No vídeo, diz:
“Na Constituição Apostólica Gaudium Et Spes, o papa são Paulo VI explica que em questões nas quais a Igreja não fechou a questão, nenhum fiel, nenhum clérigo, tem o direito de colocar sua própria opinião como se fosse parecer de autoridade da Igreja”.
Ela ainda lembrou a festa do Dia de Los Muertos, que apesar de ter origem pagã, foi incorporada à cultura da Igreja Católica no México.
A data coincide com uma festa de origem Celta na região onde é a Grã-Bretanha e a Irlanda, chamada Festival de Samhain.
Segundo a revista Britannica, a data marcava o início do inverno, quando os rebanhos voltavam do pasto e as posses de terra eram renovadas.
Acreditava-se que as almas dos mortos visitavam suas casas e que aqueles que tinham falecido durante o ano viajavam para o outro mundo.
Para proteger-se dos maus espíritos, as pessoas acendiam fogueiras nas colinas e renovavam o fogo das lareiras. Também usavam máscaras e disfarces para não serem reconhecidas pelos fantasmas.
Esse costume associou bruxas, duendes, fadas e demônios ao evento. O período também era considerado ideal para adivinhações sobre casamento, saúde e morte.
Quando os romanos conquistaram os celtas no século I d.C., incluíram seus festivais de Feralia, que homenageava os mortos, e Pomona, a deusa da colheita.
No século VII d.C., o Papa Bonifácio IV instituiu o Dia de Todos os Santos, originalmente em 13 de maio.
No século seguinte, possivelmente para substituir a festividade pagã por uma celebração cristã, a data foi transferida para 1º de novembro.
A noite anterior ao Dia de Todos os Santos tornou-se uma véspera sagrada, da qual a palavra "Halloween" se originou. A expressão em inglês é “All Hallows’ Eve”, que em português seria “Vésperas de Todos os Santos”.
No final da Idade Média, os dias seculares e sagrados se fundiram. A Reforma pôs fim ao feriado religioso entre os protestantes, mas na Grã-Bretanha, o Halloween continuou como um feriado secular.
Entre os primeiros colonos americanos, a celebração foi amplamente proibida, mas na década de 1800 surgiram festivais de colheita que incorporaram elementos do Halloween.
A partir de meados do século XIX, muitos imigrantes, incluindo irlandeses, levaram seus costumes para os Estados Unidos.
No século XX, o Halloween tornou-se um dos principais feriados americanos, especialmente popular entre as crianças.
Anualmente, o feriado reabre as discussões a respeito da celebração.
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