O conservadorismo, tanto no campo dos costumes quanto no campo da economia, atingiu os maiores níveis entre os americanos em uma década. As conclusões foram publicadas na semana passada (8) pela empresa de pesquisa Gallup.
Americanos que se dizem conservadores em questões sociais atingiram 38% em 2023, nível não visto desde 2012.
O salto de cinco pontos percentuais ajudou os conservadores a virarem o jogo sobre os autodeclarados progressistas, que caíram de 34% para 29% no mesmo período.
No campo econômico, em toda a série histórica da Gallup construída desde 2000, não há um período em que os americanos preferiram as ideias de esquerda na economia.
A pesquisa de valores e crenças da Gallup aponta que 44% dos americanos preferem as ideias conservadoras na economia, contra 21% progressistas.
Esses resultados “vêm em um momento em que muitos estados estão considerando políticas a respeito de assuntos transgêneros, aborto, crime, uso de drogas e ensino de gênero e sexualidade nas escolas”, comenta o editorsênior da Gallup, Jeffrey M. Jones.
“O aumento na auto identificação conservadora em assuntos sociais ao longo dos últimos dois anos é visto entre quase todos os subgrupos políticos e demográficos”, complementa Jones.
O número de eleitores do Partido Republicano e de eleitores sem partido cresceu:
Existem conservadores que são eleitores do Partido Democrata, o número permaneceu estável em 10%
Na pesquisa por faixa etária, quase todos os grupos tiveram um aumento para os declarados conservadores em questões sociais:
O Partido Republicano já se beneficia dessas tendências, com uma leve virada. Nos últimos três anos:
Há um maior purismo ideológico entre os republicanos: enquanto 79% deles se identificam como conservadores, menos da metade dos democratas (48%) se identifica como progressista (o termo original é “liberal”, que tem conotação diferente nos EUA).
No Brasil é comum associar pessoas conservadoras e/ou liberais à direita, enquanto os progressistas são associados à esquerda. Nos Estados Unidos os termos possuem algumas diferenças.
“Conservador” nos EUA indica tanto conservadores quanto liberais, uma vez que os pais fundadores da nação no século XVIII defendiam essas ideias e as de pensadores liberais como Adam Smith e John Locke.
A economista liberal (clássica) americana Deirdre McCloskey reclama, em seu livro de 2019 “Por que o liberalismo funciona” (“Why Liberalism Works”, em tradução livre, sem edição no Brasil), que a esquerda tomou para si no país o termo “liberal”, e comemorou que isso está mudando — o que poderia explicar a aparente falta de pureza ideológica do Partido Democrata apontada pela Gallup.
“Recentemente, os ‘liberais’ americanos ficaram com medo da palavra que começa com L e agora chamam a si mesmos de ‘progressistas’. Que fiquem com a palavra ‘progressista’”, comenta McCloskey na obra, lembrando que, no começo do século XX, a ideologia política que chamava a si mesma de progressista no país era a que defendia a eugenia e promoveu esterilizações compulsórias.
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