Um dos favoritos ao Oscar de 2025 de melhor filme, Conclave (2024) conta a história da disputa em torno da escolha do novo papa. Com a morte do papa atual, é convocado um conclave, que é uma reunião em que cardeais, à portas fechadas, escolhem o novo pontífice. Esse evento é o que dá nome ao filme.
A obra é protagonizada pelo Cardeal Lawrence, interpretado por Ralph Fiennes. Ele é o clérigo responsável por organizar o conclave.
O filme cria um cenário que se passa nos bastidores da disputa pelo papado, em que cardeais entram em confronto com o objetivo de conquistar o poder. Para o diretor de fotografia, André Brandão, o filme declara abertamente que “a igreja é política e a salvação dela é tornar-se ainda mais política”.
“Não existe choque real entre fé e poder por que não há fé lá, ela nem aparece em cena verdadeiramente. Todas as maquinações dos personagens principais são baseadas em mudar o estado das coisas.”, completou Brandão.
Nesses bastidores, são mostrados grupos. De um lado, tradicionalistas e do outro progressistas. Do lado mais conservador, encontra-se o Cardeal Tedesco, que critica o abandono do Latim na missa. Já do lado liberal, há o Cardeal Bellini, que defende pautas progressistas como a ordenação de mulheres.
Esses grupos estão confinados e proibidos de ter contato com o mundo exterior para que não sejam influenciados em sua escolha. Ao final desse período, eles se direcionam até a Capela Sistina para depositar o seu voto em uma urna. O cardeal que obtiver a maioria, é nomeado o novo Papa.
Fora dos principais nomes que compõem as lideranças dos grupos, está o cardeal Benítez. Ele foi ordenado diretamente e em segredo pelo Papa por atuar no Afeganistão e ser muito arriscada qualquer ação que chamasse atenção.
Ele é apresentado como um homem que se preocupa muito com a fé, em contradição aos outros cardeais que depositam mais energia na disputa pelo poder.
A sua escolha como o novo papa polemizou por Benítez se revelar intersexo.. Críticos disseram que o filme fez uma caricatura dos tradicionalistas como perversos e gananciosos e apontou os liberais como bondosos e bem intencionados.
O Bispo Robert Barron orientou os católicos a não assistirem ao filme:
“Acabei de ver ‘Conclave’. Se você está interessado em um filme sobre a Igreja Católica que poderia ter sido escrito pelo conselho editorial do New York Times, este é o seu filme. A hierarquia da Igreja é um viveiro de ambição, corrupção e egoísmo desesperado, os conservadores são extremistas xenófobos e os liberais são conspiradores presunçosos. Ninguém pode escapar dessa situação irredimível. O único caminho a seguir é abraçar as palavras da moda progressistas de diversidade, inclusão, indiferença à doutrina, e a solução final é um cardeal sinalizador de virtude que assume o nome papal de Inocêncio e que é uma mulher biológica. Como ele preenche praticamente todas as caixas woke, tenho certeza de que ganhará um monte de prêmios, mas meu conselho é fugir dele o mais rápido que puder.”
Já o Padre José Eduardo, discorda de Barron e defende que Conclave não é um filme woke:
“SOBRE O FILME CONCLAVE. Não creio que o filme deva ser assistido como linguagem literal. O roteirista, muito atento aos dilemas eclesiais contemporâneos, mostra a diversidade e problematicidade dos cenários possíveis, oferecendo um desfecho que é simplesmente a materialização do inesperado, do fortuito, do imprevisível que o futuro nos reserva. Há que se ter uma percepção sagaz para entender a lógica. Definitivamente, não é um filme woke, mas um filme sobre a indeterminação total das contingências eclesiásticas presentes e talvez sobre a sua ingovernabilidade conjuntural.”
O filme ganhou diversos prêmios em diferentes eventos pelo mundo. Globo de Ouro, AFI, BAFTA de Cinema, AACTA International Award, Critics’ Choice Award, Designers Guild Award e ADG Award. E agora irá como um dos favoritos para o Oscar 2025.
Essa premiação, que é considerada a maior do cinema, tem recebido críticas e indagações do público que, em muitos casos, aponta um certo favoritismo para filmes com pautas woke.
Essa e outras questões polêmicas serão tema do nosso evento de preparação para a cerimônia do Oscar. Debaixo do Tapete Vermelho acontece ao vivo, no dia 27 de fevereiro às 20h. Clique no link abaixo e faça seu cadastro gratuitamente:
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