Na manhã desta sexta-feira, 25 de outubro, os corredores do Congresso Nacional foram surpreendidos com a notícia de uma operação policial envolvendo o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
A Polícia Federal deflagrou a Operação Discalculia, conduzida sob ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era investigar suspeitas de desvios de cota parlamentar e falsificação de documentos para a criação de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
No total, foram expedidos 19 mandados de busca e apreensão em locais como Brasília e municípios de Goiás. A residência de Gayer foi alvo da ação, além das residências de assessores ligados ao deputado.
O próprio deputado rapidamente foi às redes sociais para divulgar um vídeo em que relatava, visivelmente alterado, ter sido acordado pela PF “esmurrando” sua porta às 6h da manhã.
Gayer acusou diretamente o ministro Alexandre de Moraes de orquestrar a ação, chamando a PF de "jagunços de ditador" e dizendo que a operação busca prejudicar a candidatura de Fred Rodrigues (PL), que disputa a prefeitura de Goiânia e é apoiado por ele. Ele afirmou estar "perdendo a esperança" e que o episódio exemplifica o que chamou de “democracia relativa” que, segundo ele, comprometeria a liberdade no país.
A operação rapidamente dividiu a Câmara dos Deputados, expondo posições antagônicas entre colegas de partido e adversários políticos. Parlamentares governistas não perderam a oportunidade de alfinetar o deputado.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) ironizou o episódio, afirmando que “todo dia um bolsonarista” está “ nas páginas policiais”. A parlamentar ainda destacou que, no seu entendimento, se trataria de mais um caso de suposta conduta duvidosa por parte de aliados do ex-presidente.
“Hoje quem acordou com o ‘bom dia’ da Polícia Federal foi Gayer, suspeito de desvio de cota parlamentar. Mais um para a lista dos ‘cidadãos de bem’”, comentou Melchionna, em tom crítico.
Para Rogério Correia (PT-MG), a operação demonstra que os apoiadores de Jair Bolsonaro estão sendo responsabilizados pelas ações suspeitas. Correia disse que “já já começa o chororô” e que Gayer e seus aliados irão alegar “perseguição” e criticar o STF por “ditadura”.
O mineiro também defendeu a ação da PF, sustentando que casos de suspeita de desvios de verba pública precisam ser investigados com rigor e que a ação policial é um reflexo da necessidade de transparência e probidade na administração dos recursos públicos.
Enquanto isso, aliados de Gayer se mobilizaram para prestar solidariedade e, em muitos casos, manifestaram forte indignação com a operação. O deputado Coronel Meira (PL-PE) qualificou o episódio como um “absurdo”, afirmando que a ordem judicial representa uma escalada na suposta perseguição contra parlamentares conservadores.
“O Brasil, cada vez mais, vai se assemelhando às piores ditaduras do mundo. Orem por nosso país”, declarou Meira, que vê a situação como um reflexo de uma agenda antidemocrática.
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) foi ainda mais direto em sua crítica, afirmando que o caso é um sinal de que o Judiciário estaria extrapolando suas funções ao agir de maneira que ele considerou como “politicamente motivada”. O sergipano também questionou o Senado, principalmente seu presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela falta de uma resposta institucional frente ao que chamou de “perseguição judicial”. Valadares concluiu dizendo que está “ao lado” de Gayer nessa “trincheira pela liberdade”.
Com a operação e a subsequente polarização dentro do Legislativo, o episódio lança luz sobre os crescentes atritos entre o Judiciário e os setores conservadores no Parlamento, tensionando o cenário político.
Em meio a essas disputas, a pressão sobre o Senado para se posicionar vem aumentando, ao passo que a PF e o STF mantêm o silêncio sobre os desdobramentos do caso, que segue sob sigilo.
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