Jair Bolsonaro afirmou que é absurdo alguém tentar acusá-lo de participação em discussões sobre tentativa de golpe de Estado:
"Da minha parte nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse pedir golpe para mim ia falar, tá, tudo bem, o 'after day'? E no dia seguinte, como é que fica? Como fica o mundo perante a nós. (...) A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário".
Nesta terça-feira, 25 de novembro, ele saía do aeroporto de Brasília quando conversou com a imprensa sobre o assunto. O presidente voltou das férias em São Miguel dos Milagres, em Alagoas.
Bolsonaro negou participação no suposto plano de abolição do Estado Democrático de Direito pelo qual foi indiciado pela Polícia Federal:
“O [Michel] Temer disse uma obviedade: golpe de Estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe de Estado. Ninguém dá golpe de Estado em um domingo, em Brasília, com pessoas que estavam aí com bíblias debaixo do braço e bandeira do Brasil na mão, nem usando estilingue e bolinha de gude e muito menos batom”.
E continuou:
“Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais”
Bolsonaro criticou de modo veemente a forma como o inquérito tem sido conduzido:
“Ninguém duvida, especialmente com os áudios vazados do Tagliaferro com o Ailton Vieira, que o processo é conduzido e alterado constantemente, muitas vezes sob o mais alto grau de sigilo para se ajustar às conveniências do encarregado do inquérito. Todos sabemos que o inquérito não inclui a participação do Ministério Público; a mesma pessoa faz tudo e, no final, elabora o relatório e vota para condenar quem quer que seja.”
Ao ser questionado se teme ser preso, respondeu que sabe que isso pode ocorrer:
“Eu posso ser preso agora, ao sair daqui [do Aeroporto de Brasília]”, apontou.
Na entrevista, afirmou que chegou a considerar a possibilidade de decretar Estado de Sítio depois que seu partido, o PL, foi penalizado com uma multa de R$22 milhões por levantar dúvidas sobre a segurança das urnas e o resultado das eleições de 2022. No entanto, esta possibilidade logo foi rechaçada.
Disse ainda que a palavra golpe nunca esteve em seu dicionário e que analisou “todas as medidas possíveis dentro da Constituição”.
E prosseguiu falando sobre seus planos:
“Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas da Constituição, eu estudei. A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário… Jamais faria algo fora das quatro linhas da Constituição. Dá pra resolver os problemas do Brasil dentro da Constituição” .
Ao longo da coletiva, negou ter conhecimento ou mesmo ter debatido estratégias que supostamente envolveriam a prisão ou o assassinato de Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) Alexandre de Moraes. Mais uma vez, usou a oportunidade de responder aos jornalistas para dizer que não agiu além dos limites da Lei:
“Não, esquece. Dentro das quatro linhas não tem pena de morte”.
No entendimento do ex-presidente, “essa história de assassinato de autoridades foi inventada para dar uma demostração de que eles jogavam fora das quatro linhas das Constituição”.
Também reiterou a narrativa da defesa de apoiadores de que nenhum plano foi sequer iniciado:
“Não cola isso daí. No meu entender nada foi iniciado. Não podemos querer punir isso daí”, disse.
Bolsonaro passou a palavra a seu advogado, o criminalista Paulo Cunha Bueno, que confirmou que o presidente é completamente inocente em relação às acusações que lhe vem sendo imputadas:
“O presidente Bolsonaro jamais teve conhecimento ou participou de qualquer trama golpista para derrubar o estado democrático de direito ou impedir a posse do presidente eleito.”
Bueno também criticou a manutenção do sigilo do inquérito, “mesmo com a Polícia Federal divulgando a lista de indiciados em sua página”.
Paulo afirmou que a falta de acesso total aos autos “impede que os indiciados se defendem das acusações construídas contra eles”:
“Temos a certeza de que está sendo construída uma narrativa”.
Na última quinta-feira, 21 de novembro, o ex-presidente foi indiciado junto a outras 36 pessoas por abulição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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