Jair Bolsonaro falou sobre seu indiciamento por golpe de Estado, abolição violenta contra o Estado Democrático de Direito e associação criminosa. O ex-presidente afirmou que o documento “é uma peça de ficção” e que não há provas contra ele.
“Falar em golpe de estado com o general da reserva, quatro oficiais da Polícia Federal, é outra piada. Como um todo, não tem prova de absolutamente nada. Eles não querem pegar o Braga Neto, o Heleno, seja quem for; eles querem é pegar a mim mesmo”.
Em entrevista ao programa "Oeste Sem Filtro", Bolsonaro afirmou que é visto como "o grande mal da democracia".
Ele acredita que sua presença incomoda porque seu governo adotou abordagens diferentes, desafiando expectativas.
Para ele, as operações envolvendo as acusações de golpe de Estado são “Tabajara”, termo usado nos anos 1990 para descrever algo mal feito e sem qualidade. A palavra era usada no humorístico Casseta e Planeta para se referir a uma empresa que fabricava produtos de má qualidade.
O ex-presidente classificou o comportamento dos ministros da Suprema Corte como “inadequado”, apontando que falas como “derrotamos o bolsonarismo” não deveriam sair da boca dos magistrados.
“O papel de um ministro da Suprema Corte é tentar destruir um partido político? Se [quando eu era o presidente] eu tivesse os mesmos poderes do Alexandre de Moraes e pudesse abrir um inquérito para investigar as eleições, eu obviamente quebraria o sigilo do ministro”.
Defensor do voto impresso desde 2012, lembrou que, embora a proposta tenha sido aprovada no Congresso, o Supremo Tribunal Federal a considerou inconstitucional.
“Não sei, porque uma maquininha de votar igual que existe agora na Venezuela, igual que existe no Paraguai, é inconstitucional e não entendi, mas não vou falar muita coisa para não até não alongar”.
O indiciamento de Marcel Van Hattem por falar contra um delegado da Polícia Federal foi classificado como uma tentativa de calar o parlamento brasileiro. Van Hattem é acusado de calúnia, difamação e injúria contra Fábio Alvarez Schor por criticar sua atuação na corporação.
Para o Bolsonaro, a situação foi de caso pensado e envolve ministros da Suprema Corte.
“O delegado da PF não ia fazer isso, tem alguém por trás dele. Quem foi esse ministro? Desconheço se foi o Flávio Dino, se foi o próprio Alexandre de Moraes. E daí o Van Hattem teve a iniciativa de falar: ‘Não vou depor’. Ele foi convocado, falou: ‘Não vou depor”, disse, elogiando a postura de Arthur Lira sobre a questão.
Recentemente, o presidente da Câmara declarou que “ninguém vai calar o parlamento”.
A possibilidade de regulações mais duras para as redes sociais foi classificada como “censura da verdade”. Bolsonaro criticou os apoiadores da proposta e elogiou Elon Musk por ter comprado o antigo Twitter.
“Graças a Deus ele comprou o Twitter, porque o próprio Trump enquanto presidente teve o seu Twitter lá atrás, né, derrubado. Imagine o chefe de Estado ter um Twitter derrubado. E hoje você vê que bate muito na questão de que temos que censurar ou controlar as mídias sociais. Caso contrário, isso que falam a meu respeito de golpista, eu não tinha como me defender”.
Bolsonaro tem demonstrado interesse em estar na posse de Trump, a quem elogia como uma “salvação para os EUA”. O evento está marcado para 20 de janeiro.
No entanto, seu passaporte está confiscado por causa dos inquéritos aos quais responde. Sendo assim, precisará de autorização do STF para deixar o país.
“Caso eu receba o convite, vou peticionar ao ministro Alexandre de Moraes, que é o encarregado de todos esses inquéritos, e ele vai decidir se vai me liberar ou não”.
O ex-presidente também criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal e comentou sobre a decisão de tornar o deputado Daniel Silveira inelegível. Ele expressou seu desejo de fortalecer o Senado nas eleições de 2026 para “reequilibrar os poderes”.
Jair Bolsonaro foi indiciado na semana passada junto com mais 36 pessoas por terem discutido um possível golpe de Estado em 2022. O documento agora está nas mãos da Procuradoria Geral da República (PGR) que decidirá se eles se tornarão réus. Ele está inelegível por decisão do STF.
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