Ontem (24/08), os governadores Romeu Zema (MG), Tarcísio (SP) e Ratinho Jr. (PR) reuniram-se na 24ª Conferência Anual do Santander para falar sobre investimentos e infraestrutura.
Os três deram destaque para a parceria de seus governos com a iniciativa privada, afirmando que seus estados estão em busca de favorecer o livre mercado.
O governador Tarcísio prometeu privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE):
"[Privatizar a Sabesp] é o nosso grande projeto. Com certeza vai ser a maior privatização do país nesses próximos anos. Pelo porte da empresa. Estamos falando da maior companhia de saneamento do Brasil”.
O governador Romeu Zema possui uma proposta no mesmo sentido da do governo de São Paulo.
Zema enviou à Assembleia Legislativa uma proposta para mudar a Constituição mineira, acabando com a necessidade de aprovação em referendo para venda da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
O governador Ratinho Jr. afirmou ter planos semelhantes aos dos outros governadores, mas ainda não apresentou um plano concreto de privatização. Segundo ele, seu governo está trabalhando para viabilizar a entrada de capital privado na Companhia Paranaense de Energia (Copel) e na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
O encontro dos três é mais um dos marcos na criação do bloco Sul-Sudeste, a nova iniciativa que busca criar uma frente política para favorecer as duas regiões frente ao governo federal. O bloco surgiu por iniciativa do governador Romeu Zema, que disse:
"Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade? Tem, sim.
Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década.
Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos - que é o que nunca tivemos - protagonismo político".
Há 5 meses, Tarcísio, governador de São Paulo, já tinha afirmado que ele e Zema estavam conversando sobre a criação do bloco, tendo a aprovação dos demais governadores das regiões. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também defendeu a criação do bloco e a fala de Zema.
Membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e governadores do Norte e Nordeste criticaram a iniciativa do governador de Minas Gerais. Para o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES):
"Ao contrapor regiões do Brasil, numa fala nitidamente preconceituosa, Zema busca estimular a divisão e o ódio entre os brasileiros por puro oportunismo eleitoral. O Brasil é um só e o verdadeiro inimigo dos brasileiros é o populismo irresponsável".
O Consórcio Nordeste publicou uma nota assinada pelo governador da Paraíba e presidente do grupo, João Azevêdo (PSB), dizendo:
"Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, (Zema) indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento", diz o documento.
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