Após a realização de um evento digital na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), tomou medidas para investigar o influenciador Felipe Neto. O motivo? Uma expressão controversa utilizada por Neto durante sua participação no simpósio "Regulação de Plataformas Digitais e a urgência de uma agenda".
Durante o evento, que abordou o Projeto de Lei 2630/2020, popularmente conhecido como PL das Fake News, Felipe Neto fez uma intervenção polêmica.
Referindo-se a Arthur Lira como "excrementíssimo", o influenciador expressou descontentamento com as decisões do presidente da Câmara em relação à legislação sobre desinformação.
"É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei como era o 2.630. Que foi, infelizmente, triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira. Se não tivermos o povo do nosso lado, os deputados não vão votar, a gente já sabe como funciona", disse o criador de conteúdos.
Em resposta às declarações de Neto, Arthur Lira solicitou à Polícia Legislativa que investigasse o caso, argumentando que as palavras do youtuber constituíam injúria e exigindo que "providências cabíveis" fossem tomadas.
O alagoano ainda afirmou que “isso não é liberdade de expressão. É ser mal educado”, referindo-se às falas de Felipe Neto.
“Uma crítica constante sobre as redes sociais é a falta de civilidade, respeito e educação de muitos que a utilizam. Confunde-se liberdade de expressão com o direito a ofender, difamar e injuriar. Foi o que fez o sr Felipe Neto em seminário na Câmara, meio público para o bom debate, mas que ele usou para escrachar e ganhar mídia e likes. Isso não é liberdade de expressão. É ser mal educado.”, afirmou Lira.
Em sua defesa, o influenciador enfatizou que sua intenção ao usar o termo "excrementíssimo" era satírica e jocosa, sem a intenção de ofender a honra de Lira.
“Acabo de saber que o presidente da Câmara dos Deputados acionou a polícia contra mim. Confesso que achei curioso, uma vez que o próprio Arthur Lira disse hoje: ‘Parlamentar ser chamado para depor na PF porque disse que ministro é isso ou aquilo na CPI é exagerar um pouco’. Não tenho opinião sobre a pessoa Arthur Lira, não o conheço. Como parlamentar, minha opinião é clara: suas ações e inações são em grande parte nocivas e extremamente reprováveis. Minha intenção, ao citar ‘excrementíssimo’, foi claramente fazer piada com a palavra ‘excelentíssimo’, uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra. Já sofri tentativas de silenciamento com o uso da polícia antes, inclusive pela família Bolsonaro. Continuarei enfrentando toda essa turma enquanto me sobrarem forças. E eu nunca falei que os enfrentaria com flores, nem assim o fiz e nunca o farei”, declarou o influenciador.
O embate entre o presidente da Câmara e o influenciador levanta questões não apenas sobre a liberdade de expressão, mas também sobre o papel das redes sociais na esfera política e a maneira como os legisladores lidam com a disseminação da desinformação. À medida que a investigação avança, as repercussões deste incidente certamente continuarão a ressoar no cenário político e digital do país.
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