Nicolás Maduro, acusado de manter uma ditadura na Venezuela desde 2013, sucessor de Hugo Chávez no país, chegou ao Brasil para um encontro com Lula e outros nove presidentes ligados ao bloco Unasul, criado em 2008. Lula diz querer propor aos líderes a criação de um “novo mecanismo de integração”. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o evento deve acontecer amanhã (30).
Ontem (28), Nicolás Maduro desembarcou em Brasília (DF) pela primeira vez desde 2015, quando participou da cerimônia de posse da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Com exceção da peruana Dina Boluarte, que tem uma vedação constitucional para sair do país, os chefes de Estado da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Suriname, Uruguai e da Venezuela estarão reunidos em Brasília nesta semana.
“Agradeço a calorosa acolhida com que fomos recebidos em Brasília, capital da República Federativa do Brasil”, escreveu Maduro, no Twitter. “Nas próximas horas, estaremos desenvolvendo uma agenda diplomática que reforce a necessária união dos povos de nosso continente.”
Nas redes sociais, Lula disse "Recebo nesta semana em Brasília presidentes da América do Sul, para juntos discutirmos o futuro da nossa região. Nenhum país cresce sozinho. Temos que trabalhar com nossos vizinhos na construção de parcerias pelo desenvolvimento econômico da região, fortalecimento de laços."
No desembarque, o vídeo registra a guarda de honra da FAB recepcionando Maduro.
"Venezuela" já se despontou nos trending topics do Twitter. Internautas criticaram a recepção honrosa destinada a Maduro.
Sua visita causa espanto por causa das polêmicas que o envolvem.
Em relatório divulgado em agosto de 2022, a ONU apontou que os serviços de inteligência da Venezuela cometeram crimes contra a humanidade sob ordens das esferas mais elevadas do governo para reprimir a oposição.
"Esse plano foi orquestrado no nível político mais alto, liderado pelo presidente Nicolás Maduro", ressaltou em entrevista coletiva Marta Valiñas, presidente da Missão Internacional Independente da ONU sobre a Venezuela.
"Nossas investigações e análises mostram que o Estado venezuelano usa os serviços de inteligência e seus agentes para reprimir a dissidência no país. Isso leva à prática de crimes graves e violações de direitos humanos, incluindo atos de tortura e violência sexual", denunciou Marta.
Segundo o presidente venezuelano, o encontro com Lula tem um motivo claro: “Estamos dispostos a trabalhar arduamente para fortalecer a América Latina e o Caribe”.
Por ocasião dessa visita ao Brasil, o Senador Sergio Moro chamou o presidente da Venezuela de "ditador" e disse que a sua visita ao Brasil será ruim para a imagem do governo Lula.
"O Brasil voltou a receber com honras de Estado ditadores sul-americanos, desta vez Maduro. Outro sinal negativo para a comunidade internacional pelo Governo Lula. Será cobrado do ditador o restabelecimento da democracia e dos direitos humanos na Venezuela?", criticou o senador em suas redes sociais.
O deputado federal Zé Trovão (PL/SC) enviou uma carta à embaixadora dos Estados Unidos da América, a Sra. Elizabeth Frawley Bagley.
Consta:
“Informo a presença, no Brasil, do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que, conforme consta no site do Drug Enforcement Administration (DEA), é procurado por autoridades norte-americanas, acusado pelo Procurador-Geral dos Estados Unidos, Sr. Willian Barr, dos crimes de narcotráfico, terrorismo internacional e corrupção.
Manifesto a essa Embaixada minha indignação pela presença do ditador venezuelano em solo brasileiro, ao tempo em que peço informações de quais medidas podem ser adotadas pelo Governo Americano para captura deste criminoso."
Durante o governo Bolsonaro, ele estava proibido de vir ao Brasil, quando o então presidente assinou uma portaria que vetava permissão de missão diplomática a integrantes do regime bolivariano.
O Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), acordo firmado em 1947, surgiu para promover a defesa mútua entre os países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). Com estreitos laços políticos com Washington, a organização considera Maduro como uma ameaça à região.
Os Estados Unidos, durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, apresentou acusações criminais de 'narcoterrorismo' contra Maduro e encabeçam a lista de nações que se opõem a ele. Oferece-se uma recompensa de US$ 15 milhões por sua captura.
Conforme declarações do Departamento de Estado Americano, Maduro é acusado de envolvimento com tráfico de drogas, bem como outros crimes de lesa-humanidade.
Novamente em território brasileiro, por volta das 10h40 da manhã de hoje, já estava sendo recepcionado no Palácio do Planalto.
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