A Advocacia Geral da União (AGU) solicitou informações ao Banco Central do Brasil sobre a cotação do dólar exibida no Google na quarta-feira, 25 de dezembro de 2024.
A cotação apresentada pelo buscador estava R$0,20 acima do último fechamento oficial.
Essas divergências aconteceram em um dia em que o mercado estava fechado no Brasil devido ao feriado de Natal. Na véspera, terça-feira, 24 de dezembro, também não houve movimentação.
Após permanecer a cotação errada durante a maior parte do dia, o valor do dólar foi retirado do site de busca do Google.
A moeda americana com vencimento em janeiro de 2025, o contrato mais líquido, teve sua última cotação do dia avaliada em R$6,2050.
O Google afirmou que não estava mais exibindo as informações e que os dados que apresentam em tempo real são fornecidos por provedores terceirizados localizados em várias partes do mundo:
“Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão, investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas aqui”, afirmou a empresa em nota.
No site consta uma página em que o Google relaciona suas fontes de informações financeiras. Eles ressaltam que "as taxas de câmbio e as cotações de criptomoedas são fornecidas pela Morningstar", empresa com sede em Chicago, nos Estados Unidos.
Não é a primeira vez que o equívoco acontece. No dia 6 de novembro, o Google mostrou valores incorretos para a cotação do dólar.
Na ocasião, deram a mesma explicação que a concedida atualmente. Afirmaram que o recurso de "câmbio de moeda" utiliza dados de terceiros e, em caso de erros, as informações são removidas e corrigidas imediatamente, em parceria com os provedores.
Tanto no dia 6 de novembro quanto na quarta, dia 25 de dezembro, o conversor de moedas foi retirado das buscas temporariamente.
O órgão afirmou que pretende reunir informações sobre a eventual atuação do Google relacionada à possível informação errada.
Também solicita informações sobre o valor da moeda americana em outros países na mesma data. Outro questionamento da AGU é se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira no feriado.
A alta no preço do dólar impacta o dia a dia dos brasileiros. Quando a moeda americana se valoriza, a influência na economia ocorre de várias formas. Em primeiro lugar, os produtos importados e os insumos necessários para a produção local tendem a ficar mais caros, o que pressiona os preços e contribui para o aumento da inflação.
O economista e professor Bruno Musa destaca que a desvalorização da moeda impacta diretamente os mais pobres, por exemplo, por meio do aumento do preço do pãozinho, que sobe já que o trigo é cotado em dólares.
O economista Leonardo Siqueira explica que “ [a alta do dólar] impacta não apenas o mercado financeiro, mas todos os brasileiros. Dólar mais caro significa produtos importados para as pessoas e para empresas que compram insumos do exterior mais caros. Isso impacta a inflação do país. O pão fica mais caro, porque o trigo importado sobe. Se a inflação sobe, os juros sobem, logo, os brasileiros também têm o crédito mais caro”.
Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de, afirma que a cotação do dólar também interfere na quantidade de bens produzidos no Brasil que permanecem no mercado local em comparação com os que são exportados. Este é o caso das commodities, produtos que, embora possam ser comercializados internamente, também têm um bom mercado no exterior.
Com o dólar mais valorizado, as exportações podem se tornar mais atraentes e lucrativas para os produtores.
O dólar atingiu a máxima histórica no dia 18 de dezembro. O valor foi de R$6,26 centavos.
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