A primeira mulher a ser prefeita do Vaticano é freira e trabalhou na África

O Vaticano agora tem uma ex-missionária internacional como prefeita. Simona Brambilla é italiana e será a primeira mulher a ocupar o posto. Ela assumiu o cargo em 6 de janeiro de 2025.

Simona tem 49 anos e se formou em enfermagem em 1986. Segundo o Vatican News, o papa Francisco enxerga a escolha como uma forma de aumentar a participação de mulheres dentro da estrutura de governo eclesiástico. 

Ela é freira desde os 23 anos e também doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Gregoriana, título que obteve em 1998. 

Nova prefeita morou na África

De acordo com o portal Euronews, a experiência em missões ao redor do mundo mudou sua visão de liderança e forma de administrar. 

Simona Brambilla nasceu em Monza, Itália, em 27 de março de 1965. Formou-se em enfermagem aos 21 anos, preocupando-se em cuidar das pessoas. 

Entrou no Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata em 1988 e fez seus primeiros votos  religiosos em 1991. 

Segundo informações do site La Provincia Unica, a decisão marcou o começo de uma jornada que combinaria seu interesse por psicologia e sua dedicação pastoral.

Em 1999, Simona Brambilla fez seus votos perpétuos e partiu para uma missão no coração da África, em Moçambique. 

Como responsável pela pastoral juvenil, trabalhou no Centro de Estudos Macua Xirima, o que a inspirou a estudar mais sobre antropologia e psicologia. Tempos depois, ela fez doutorado no assunto pela Universidade Gregoriana de Roma.

Professora e amante da evangelização

Em 2003, Simona voltou à Itália e começou a dar aula na Universidade Gregoriana, dividindo seu tempo com sua missão religiosa. Segundo o portal Avvenire, permaneceu lá entre 2002 a 2006.

Como professora, compartilhou suas ideias sobre evangelizar respeitando as raízes culturais de cada povo, indo fundo na conexão com suas tradições locais. 

Foi primeira conselheira geral, depois superiora geral do ramo feminino das Missionárias da Consolata, cargo que ocupou entre 2011 a 2023. 

Mais mulheres na cúpula da Igreja Católica

Em 8 de julho de 2019, o Papa Francisco nomeou outras seis mulheres como as primeiras mulheres membros do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

A escolha Simona Brambilla como prefeita do Vaticano representa um marco na história da Igreja Católica como a primeira mulher a ocupar um cargo de tão alto destaque no Vaticano. 

Sua experiência missionária e acadêmico-pastoral, pode indicar que, e as mulheres ocuparão, mais posições estratégicas dentro dos espaços de decisão da Igreja. 

Em entrevista ao Avvenire, sobre a presença das mulheres em cargos de liderança na Cúria Romana, ela disse:

“Acredito que essa escolha do Santo Padre se insira em um caminho eclesial cada vez mais sinodal, aberto, inclusivo, dialogante, evangélico”. 

Simona também elogiou a homilia de Francisco em 1º de janeiro de 2024, solenidade de Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz. Na ocasião, o papa declarou: 

“Cada sociedade precisa acolher o dom da mulher, de cada mulher: respeitá-la, protegê-la, valorizá-la, sabendo que quem fere uma única mulher profana Deus, nascido de mulher”. 

Na mesma ocasião, o pontífice falou contra o aborto e criticou os médicos que o defendem. Leia mais aqui. 

Segundo o portal Vatican News, Papa Francisco aumentou a presença das mulheres na Igreja desde o início de seu pontificado. 

De acordo com os dados gerais referentes tanto à Santa Sé quanto à Cidade do Vaticano, entre 2013 a 2023 a porcentagem feminina na Igreja saltou de quase 19,2% para 23,4%. 

Além disso, no Estado da Cidade do Vaticano, o Pontífice nomeou duas mulheres para posições de liderança durante os dez anos de seu pontificado, sendo elas:

• Barbara Jatta, em 2016. Ela é a diretora dos Museus Vaticanos, sempre liderados por leigos. 
• irmã Raffaella Petrini, em 2022. Ela ocupa o cargo de secretária-geral do Governatorato, cargo normalmente atribuído a um bispo.