Em programas true crime, é incomum achar obras para menores de 18 anos. As séries e podcasts true crime apresentam crimes misteriosos através de uma perspectiva inovadora. Quando assistem a esses programas, os espectadores passam a fazer parte de investigações criminais importantes. Mas por que tantas pessoas se interessam por casos tão pesados?
Além de entender este gênero e descobrir os melhores programas true crime, descubra os principais motivos para as pessoas se interessarem por crimes hediondos. Conhecer crimes reais vai além do entretenimento.
True crime é um gênero do entretenimento que investiga casos criminosos reais. As obras true crime existem há tempos, principalmente em livros e rodas de conversa. Na atualidade o true crime ganhou força com os podcasts e documentários.
As obras do gênero “crimes reais” (true crime) não possuem o formato de romances ou filmes. Os conteúdos deste estilo apresentam as etapas e os detalhes da investigação dos crimes reais.
No Brasil, o gênero true crime é chamado pelo nome original em inglês. Um dos principais motivos é que o nome estrangeiro evoca obras deste estilo, o que não necessariamente acontece com a tradução do termo na língua portuguesa.
Cada vez mais o interesse pelo gênero cresce no Brasil e no mundo. As séries e filmes de investigações criminais ficcionais fazem sucesso há tempos, com programas como CSI, Law & Order, Sherlock Holmes e outros. A última temporada de CSI teve 15 milhões de telespectadores no mundo.
Porém, obras de crimes reais em formatos modernos ganharam destaque recentemente, especialmente a partir de 2015. Neste ano, a série documental da Netflix Making a Murderer, alcançou 19 milhões de espectadores.
No Brasil, a série true crime Investigação Paralela alcançou 1,4 milhões de visualizações no episódio As mortes no triplex. Cada vez mais pessoas buscam obras deste estilo.
Alguns locais para assistir obras do gênero true crime são:
Investigação Paralela é o programa de investigação criminal da Brasil Paralelo. A série já investigou grande parte dos crimes políticos mais misteriosos do Brasil, como o assassinato de Celso Daniel, o sequestro de Abílio Diniz e as mortes do triplex da prisão de Lula.
Questionado sobre o motivo de ter criado a série, mesmo já existindo tantos programas de investigação, Henrique Zingano respondeu:
“Existem outros programas investigativos, mas não com o mesmo tema. Por causa da independência editorial da Brasil Paralelo, nós conseguimos tratar de temas que ninguém da grande mídia pode ou têm interesse em tratar.
A motivação veio justamente por isso: pelo fato de esses assuntos serem escondidos do povo brasileiro por tanto tempo. É notório que a grande mídia se utiliza da sua suposta isenção e confiança geral do público para passar uma agenda política e ideológica.
Por causa disso, acabam tirando o foco das notícias que realmente importam, e nós aqui no Investigação Paralela fazemos esse trabalho reverso, de mostrar a verdade sobre esses casos tão polêmicos e pouco falados pela “elite” do jornalismo. Depois não sabem por que estão falindo (risos)".
A primeira temporada do Investigação Paralela pode ser assistida no YouTube. A segunda temporada já está disponível no streaming da Brasil Paralelo, o BP Select.
Making a Murderer foi filmado durante 13 anos, acompanhando de perto uma discussão sobre uma possível farsa penal. Steven Avery negou ter cometido o assassinato de Teresa Halbach, mas mesmo sem provas cabais ficou preso durante 18 anos devido a este caso.
Steven foi solto no 18º ano de prisão por falta de provas, mas foi novamente preso 2 anos depois, novamente em circunstâncias controversas. Disponível na Netflix.
Elize Matsunaga matou e esquartejou o marido, chocando todo o Brasil em 2012. Sua primeira entrevista foi concedida nesta série documental que investiga o crime real. O documentário está disponível na Netflix.
João de Deus alcançou fama internacional com suas atividades mediúnicas e reuniões espíritas. Contudo, sua credibilidade como mestre espiritual foi posta em cheque. Diversos ex-discípulos e pacientes espirituais começaram a procurar a mídia e a justiça para denunciar diversos abusos do mestre. O documentário está disponível na Netflix.
O assassinato de Daniela Perez chocou o Brasil. Daniela estava no auge de sua carreira, a jovem atriz era protagonista de uma das principais novelas do Brasil quando perdeu a vida repentinamente.
Gloria Perez - uma das principais escritoras de novelas brasileiras e mãe de Daniela - e todo o país buscaram respostas durante dias, até que uma reviravolta nas investigações mostram que um colega de televisão foi responsável pelo crime. A série Pacto Brutal mostra como foram as investigações para encontrar o assassino de Daniela.
Esse documentário de quatro episódios segue a história de India Oxenberg, uma mulher que participou de uma das seitas mais perversas dos EUA. India ingressou em um grupo chamado NXIVM. Inicialmente, a comunidade parecia uma reunião de pessoas que buscavam auto desenvolvimento, mas o tempo provou o contrário.
India foi adentrando nos círculos internos do NXVIM, até que começou a enfrentar momentos terríveis. O documentário está disponível no streaming Starz Play.
A quantidade de programas de crimes reais é imensa e ainda cresce. Diante de tantos conteúdos true crime, surge uma dúvida: qual é o motivo de as pessoas gostarem de conhecer crimes reais?
O interesse por crimes brutais pode parecer contraintuitivo, mas os fatos revelam o contrário.
Uma das explicações de o true crime gerar tanto interesse é dada pela filosofia clássica. Utilizando a filosofia de Aristóteles, o interesse pelas obras de crimes reais pode ser explicado pela busca da verdade, do saber, a principal função da razão humana.
O autor grego definia o ser humano como animal racional, aquele que tem a capacidade de conhecer e nomear as coisas. Para ele, a busca pela verdade é a tendência natural do homem, que desde a infância busca respostas para coisas triviais e coisas mais elevadas.
Segundo o filósofo Mário Ferreira dos Santos, em seu livro Filosofia e Cosmovisão:
“O homem é um ser que interroga constantemente. [...] Tendemos a uma resposta. A interrogação exige uma resposta. Mas uma resposta qualquer?
Não, exige uma resposta que aclare, que esclareça, uma resposta que responda. A interrogação revela, portanto, um querer saber. Ela quer saber. A filosofia é assim um saber, um querer saber”.
A curiosidade muitas vezes leva as pessoas a assistirem séries true crime, e ela também surge a partir da capacidade de conhecer.
Além da busca pela verdade, pelo saber, outro fator tocante dos crimes reais é o despertar de fortes emoções e sentimentos.
As emoções são outro aspecto importante da vida humana. Elas são respostas intuitivas a algo, aparecem no homem conforme aquilo que ele interage. Dependendo daquilo com o que se interage, as emoções possuem uma intensidade maior ou menor, e é aí que surge a força do true crime. Os casos apresentados em obras true crime violentam a essência da vida humana.
A vida é definida como o maior direito de todos, segundo autores do direito natural. Sem a vida, todos os outros direitos deixam de existir. O jurista brasileiro José Pedro Galvão de Souza, no livro Direito Natural, Direito Positivo e Estado de Direito, diz:
“Há uma justiça anterior e superior à lei escrita, há direitos que precedem a feitura das normas estatuídas pelo poder social competente [...] o princípio da lei natural é universalmente admitido, porque evidente, e assim pode formular-se: devemos praticar o bem e evitar o mal.
Assim, por exemplo, uma das inclinações naturais do homem é para a conservação da própria vida”.
Esse é um dos motivos para que os crimes contra a vida humana gerem tantas emoções: a vida é a base do homem, a necessidade mais fundamental de uma pessoa. Acabar com a vida é acabar com todas as outras possibilidades biográficas de uma pessoa.
Isso pode explicar o porquê de as obras de true crime mais assistidas serem as de homicídio. O recorde de visualizações do programa Investigação Paralela é o episódio As mortes do triplex. O recorde de visualizações true crime da Netflix é Making a Murderer.
A união entre fortes emoções e razão harmoniza as maiores forças humanas, podendo criar um caldeirão de curiosidade e interesse.
Os crimes reais, também, evocam uma das outras tendências da razão humana: a justiça. Desde mitos a histórias antigas, o ser humano busca seguir uma série de leis da justiça natural. Roubos, assassinatos e calúnias são vistos como crimes por sociedades que se desenvolveram de forma completamente à parte.
É o caso dos dez mandamentos do povo hebreu, das doze tábuas do povo romano e da lei de talião dos babilônios. Satisfazer a justiça é uma tendência inquebrantável da natureza humana, segundo os jusnaturalistas.
Aristóteles definia justiça como “dar a cada um o que lhe é devido''. O Código de Hamurábi, uma das leis escritas mais antigas do mundo, possui princípios semelhantes à definição do filósofo grego. Um dos artigos diz o seguinte:
“200º — Se alguém quebrar os dentes de outrem de igual condição, deverá ter quebrado os seus dentes”.
Não saber quem cometeu um crime e como cometeu o crime impede a satisfação do desejo por justiça. Tudo isso elucida alguns motivos do porquê de as pessoas gostarem de obras de true crime.
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