“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas”. Neste resumo do livro 1984 de George Orwell, uma distopia não tão mais futurista, será possível entender aspectos da manipulação de massa e do controle da vida das pessoas. O romance começa em um dia frio, como frias ficaram as vítimas do totalitarismo.
1984 é uma das principais obras escritas em língua inglesa, figurando entre as mais conhecidas mundialmente.
Sua narrativa convida à reflexão abordando temas atuais:
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Entende-se por utopia a idealização de uma sociedade boa e ideal.
Denomina-se distopia a idealização de uma sociedade em condições de extrema opressão, desespero e privação.
Neste resumo do livro 1984 de George Orwell será possível entender porque o livro é uma distopia, e especialmente para quem o mundo descrito na narrativa é uma utopia.
Ao construir sua ficção, Orwell afirmou inspirar-se na reunião dos líderes do Aliados na Conferência de Teerã, em 1944. Conferência esta, que foi o primeiro de uma série de acordos firmados entre as superpotências durante a Segunda Guerra Mundial.
O mundo distópico de 1984, como será apresentado no resumo, também é controlado por totalitaristas. Entre as nações, prevalece uma guerra perpétua, além de uma forte vigilância governamental e manipulação pública.
Na criação do romance, Orwell escreveu de forma com que os capítulos possam ser agrupados em conjuntos. Antes do resumo do livro, é importante ter uma visão geral sobre isso.
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Além disso, grandes professores conduzirão a leitura de temas fundamentais ao ser humano, como morte, vida, amor, simbologia e muito mais. Um dos professores, Guilherme Freire, já fez comentários a 1984. Na Sociedade, ele faz a relação com outras obras.
Na primeira, o autor retrata uma sociedade inspirada na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40. Ele narra três nações distintas em 1984:
Esses territórios estavam em constante guerra uns contra os outros.
O livro fala como é a nação de Winston, governada pelo Partido, coordenado por um personagem chamado Grande Irmão e pelos membros do partido interno, que eram ricos e com muitos benefícios. Obviamente, compunham a menor parte da sociedade.
O restante era dividido entre membros do partido externo, com menos benefícios; e prole, os abandonados.
Na segunda parte, é explorada a revolução interna do protagonista: Winston. Ele já não concordava com os ideais do Partido.
Na terceira parte, finalmente, tem-se o desfecho de 1984. Orwell evidencia que o totalitarismo é eficiente para manter a ordem.
Tendo em mente essa visão panorâmica da obra, resta conhecer o resumo do enredo de 1984.
Exatamente como intitula o livro, a história passa-se em 1984. A narrativa revela um futuro distópico em que o Estado é extremamente autoritário e impõe um regime de vigilância sobre a sociedade.
O romance acontece na cidade que um dia fora Londres, na fictícia Oceânia, território dominado pela repressão e pelo medo.
Nessa realidade, o partido Ingsoc impõe a vigilância do Grande Irmão, de cujo poder ninguém escapa. O lema desse partido é:
“GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA”.
O partido é representado por quatro ministérios:
Winston Smith, um homem de meia-idade, representando o contraponto ao regime, é o personagem principal do romance. Ele fazia parte do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade.
“Winston Smith, queixo enfiado no peito no esforço de esquivar-se do vento cruel, passou depressa pelas portas de vidro das Mansões Victory, mas não tão depressa que evitasse a entrada de uma lufada de poeira arenosa junto com ele”.
Sua função era alterar dados históricos e documentais para que nada contrariasse o que o partido preconizava. Toda a verdade era editada e o que não podia ser reescrito era destruído.
As estatísticas eram manipuladas para que tudo parecesse bom, ainda que estivesse de mal a pior, o que de fato acontecia. Os jornais eram alterados e a história era reescrita.
“Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”.
Na Oceânia estava a ex-Inglaterra, as ex-Américas, a ex-Austrália, a Nova Zelândia e parte da África. O mundo nesse lugar era sombrio e opressivo.
Pelas ruas viam-se cartazes com o escrito:
“O Grande Irmão está de olho em você”.
Além dos cartazes nas ruas, havia nos lugares públicos e nos mais íntimos – mesmo dentro das casas – um tipo de televisão que monitorava, gravava e espionava a população.
Eram as “teletelas”, ferramentas de controle espalhadas por todos os cantos, transmitindo mensagens e monitorando sem parar. Funcionam como televisores e como câmeras ao mesmo tempo, porque o Grande Irmão devia ver tudo e saber tudo.
O Grande Irmão é o ditador e líder máximo do Partido. Assumiu o poder após uma guerra global, parecida com a Segunda Guerra Mundial, mas com mais bombas atômicas. Nesse caos, as nações foram eliminadas e em seus lugares surgiram os três grandes estados transcontinentais totalitários já mencionados.
Ninguém nunca viu-o em pessoa e sua representação era como a de uma autoridade monstruosa. O tirano mais opressor e mais amedrontador devia ser abstrato, desconhecido, para que cada um moldasse em sua mente uma imagem diferente dele, conforme seu medo.
Todos deviam obedecê-lo.
“Vivemos uma era em que a liberdade de pensamento será de início um pecado mortal e mais tarde uma abstração sem sentido”.
A vida estava ruim, apesar do Partido dizer que tinha melhorado. Winston se lembrava de que antes era melhor.
Comprar no mercado comum, usar qualquer tipo de adereço, ficar muito tempo sozinho ou andar nos bairros onde a prole vivia era proibido pelo Partido.
De forma crescente, este cenário tornou-se insuportável e Winston começou a questionar o modo de agir do Estado. Mas agir dessa forma era um crime.
Quando alguém questionava os documentos e era denunciado, dava-se o enquadramento em “crimideia”, o crime de ideia. Caberia à “Polícia do Pensamento” eliminar o indivíduo.
“Crimideia não acarreta a morte: crimideia é a morte”.
Aquele que fosse pego contrariando o Partido desaparecia e tinha todas as evidências de sua existência apagadas ou era torturado e reeducado para voltar à sociedade.
A opressão era física e mental. A patrulha do pensamento conduzida pela “Polícia das Ideias” fiscalizava até as relações amorosas das pessoas, porque isso era proibido. Não havia mais leis, apenas regras determinadas pelo Partido.
A opressão que todos sofriam e que Winston não mais suportava também envolvia o idioma.
O idioma do futuro era a novilíngua. Era pensada para travar o pensamento pela diminuição do vocabulário.
A língua ganhou novos termos na ficção de 1984. Palavras antigas ganharam novos significados. Para criar um estado de confusão, a semântica foi distorcida.
Mas, como explicado no início deste artigo, o resumo do livro 1984 de George Orwell é a sintetização de um romance. Winston não estava sozinho.
Winston detestava o sistema, mas evitava desafiá-lo. O máximo que fez até certo período, foi escrever em seu diário suas inconformidades. Quando apaixonou-se por Júlia, porém, tudo mudou.
Ela era funcionária do Departamento de Ficção. Sentindo cada vez mais forte em si o sentimento de um transgressor, ele começou a acreditar na possibilidade da rebelião dar certo.
Entretanto, combater o regime não seria fácil.
ABAIXO O GRANDE IRMÃO
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Percebendo que Winston e Julia estavam se distanciando das atividades do partido, O´Brien - um dos grandes nomes do governo - convida os casal para um grupo secreto, contrário ao regime. O grupo era a única chance que os dois tinham para realmente causar danos ao grande irmão. Depois de muito pensar, eles aceitam.
Adiantando um pouco a história, é preciso dizer que Winston e Julia foram desmascarados e presos. O grupo era uma farsa criada pelo partido. Eles foram torturados por O’Brien no tenebroso “Quarto 101”, considerado o pior lugar do mundo.
Os torturadores utilizavam do maior medo dos rebeldes. No caso de Winston, a tortura foi uma máscara com uma pequena abertura para uma gaiola cheia de roedores famintos.
“Eles saltarão sobre seu rosto e começarão a devorá-lo. Às vezes atacam primeiro os olhos. Às vezes abrem caminho pelas bochechas e devoram a língua”.
Os amantes, não resistindo à pressão dos interrogatórios, denunciaram um ao outro. Não foram eliminados, mas tiveram que passar pela reeducação para voltar à sociedade.
George Orwell terminou a obra no ano de 1949, por isso é uma distopia futurística, já que imaginou uma sociedade oprimida no futuro, mas que se apresentava como uma boa sociedade, avançada; isto é, uma utopia. Esse é o principal aprendizado, perceber que o mal se apresenta como um bem.
O mundo do futuro, como imaginado pelo autor, era ruim, distópico. Mas líderes totalitários não toleram críticas ou oposições. Eles reescreviam a história e definiam que tudo ia bem, que a sociedade era um avanço, uma utopia.
O livro tratou de forma ficcional o tema do totalitarismo, assunto em voga em 1984, bem como comunismo, política, política, nazifascismo, tortura, etc.
A prática foi semelhante à da União Soviética. Documentos históricos eram falsificados para moldar o passado em função dos interesses da tirania no poder. O Grande Irmão, como Orwell o descreve, foi inspirado em Josef Stalin, um dos maiores nomes do totalitarismo.
A tortura política, como vista no resumo do livro 1984 de George Orwell, foi descrita de forma impressionante. Não importa apenas o controle sobre a realidade física; o mais importante é controlar as percepções, porque é preciso adequá-las à vontade das autoridades.
“LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
Depois, quase sem pausa, escreveu por baixo:
DOIS E DOIS SÃO CINCO.”
Para os governantes que pretendem ser totalitários, a mentira deve ser considerada verdade, todos tem que obedecer e não questionar.
Esse é o fenômeno de aceitar duas crenças contraditórias simultaneamente.
“É o poder de manter duas crenças contraditórias na mente ao mesmo tempo, de contar mentiras deliberadas e ao mesmo tempo acreditar genuinamente nelas, e esquecer qualquer fato que tenha se tornado inconveniente”.
A tática do “buraco na memória” consiste em alterar ou destruir documentos, fotos, gravações e textos considerados inapropriados a fim de levar as pessoas a pensarem que um determinado fato nunca ocorreu.
Mais do que censura, isso é reescrever a história.
Na Ficção de 1984 de George Orwell, o Grande Irmão vê a tudo e a todos. O famoso reality show, Big Brother, representa esta realidade, começando pelo nome e estendendo-se à vigilância com câmeras 24 horas por dia.
Em 1999, a produtora holandesa Endemol batizou seu reality show, formato existente desde 1970, de Big Brother – o mesmo nome da mais sinistra entidade do livro.
John de Mol, autor da ideia, nega ter inspirado-se no livro de Orwell. Ele distingue entre o autoritarismo abordado em 1984 e o voyeurismo. Neste último caso, as pessoas não querem o anonimato, querem ser vistas.
Em As Sombras do Amanhã, de 1945, Johann Huizinga, historiador, demonstrou que um dos segredos para o sucesso dos regimes autoritários é estimular a denúncia entre as pessoas.
O sucesso do reality show, Big Brother, atesta o valor dado ao desejo de conhecer a vida do outro. Ditadores podem aproveitar-se disso para coletar informações, incentivando as pessoas a denunciarem umas às outras.
Na URSS, por exemplo, os filhos eram treinados para vigiar seus pais e denunciá-los. Com tecnologia, torna-se ainda mais fácil.
Hoje em dia, a realidade da vigilância por câmeras está presente na vida de todos. Shoppings são constantemente monitorados, assim como o trânsito, os bancos, etc.
Em Nova York, a ONG New York Civil Liberties Union protestou contra a existência de 40,76 câmeras instaladas por quilômetro quadrado em Manhattan.
Além do mais, quão seguras as pessoas podem estar sobre seus dados na Internet? A privacidade está realmente garantida? As redes sociais e o Google podem reter informações, imagens, textos e sugerir outros conteúdos que influenciam o comportamento do usuário.
Enfim, por causa de todos esses temas, o livro 1984 de Orwell permanece atual. Sua ficção é um vislumbre de características presentes em governos do mundo contemporâneo, como as tentativas de controle do mercado e da sociedade.
Orwell propôs a reflexão sobre a instrumentalização das pessoas comuns, situações em que o cidadão é reduzido a uma peça do controle estatal.
Segundo o biógrafo Bernard Crick, Orwell preferia que o título fosse O Último Homem da Europa, mas Frederick Warburg, seu editor, insistiu para que o nome fosse outro, com um maior apelo comercial.
O texto foi concluído em 1948 e o nome traz os dois dígitos finais invertidos. Era uma forma de dizer que a distopia descrita não era uma ameaça distante.
Em 1956, o diretor britânico Michael Anderson adaptou a obra de Orwell para o cinema, dando ao seu filme o mesmo nome do livro: 1984.
Ralph Gilbert Bettison e William Templeton assinaram o roteiro e tentaram transpor as páginas para o cinema. Integraram o elenco nomes como Edmond O’Brien, Jan Sterling e Michael Redgrave.
Exatamente em 1984, o também diretor britânico, Michael Radford, lançou uma nova versão longa metragem para o cinema, roteirizado por ele próprio e por Jonathan Gems.
Comporam o elenco nomes como John Hurt, Richard Burton, Suzanna Hamilton e Cyril Cusack.
O livro 1984 de George Orwell marcou a sua e as futuras gerações, porque já foi concebido tocando em temas polêmicos.
George Orwell é um pseudônimo do autor, um nome que ele adotou para assinar suas obras. Em seu batismo na Igreja Anglicana, foi chamado de Eric Arthur Blair.
Nasceu em 25 de junho de 1903, em Motihari, na cidade de Bengala, Índia. Seu pai era funcionário colonial inglês, agente do Departamento Britânico de Ópio. Orwell, ou Blair, estudou em uma escola de elite chamada Eton.
Quando crescido, não se matriculou em uma universidade como a de Oxford, o que poderia fazer. Antes, preferiu ingressar na Polícia Imperial da Índia, o que o permitiu conhecer a truculência do Império Britânico.
Escandalizado, abandonou a farda e tornou-se boêmio em Paris e Londres. Quase tornou-se um mendigo.
Em 1936, lutou contra o franquismo na Guerra Civil Espanhola. Ferido no pescoço, passou a falar apenas em tom baixo.
Seu amigo e escritor, Malcolm Muggeridge o definiu assim:
“Um sujeito que é fácil da gente amar, mas difícil de ter por perto”.
Fazia parte de sua personalidade um rígido senso de justiça e de busca pela verdade. Isso o tornava admirado por muitos, mesmo que outros o vissem apenas como um chato.
Tendo deixado a vida militar, George Orwell tornou-se jornalista, ensaísta e romancista. Fato é que desencantou-se das utopias políticas, incluindo a soviética, que atacava com ferocidade, como retratado em A Revolução dos Bichos, 1945.
Na vida pessoal, casou-se com Eileen e adotou o pequeno Richard Horatio Blair. Em março de 1945, o escritor ficou viúvo após o falecimento da esposa em decorrência de problemas com a anestesia aplicada em uma cirurgia.
Incomodado com a subserviência dos intelectuais às ideologias, fossem de esquerda ou de direita, disse:
“A aceitação de qualquer disciplina política parece ser incompatível com a integridade literária”.
Na casa de um amigo, sem eletricidade, rádio ou qualquer forma de comunicação com o mundo externo, e padecendo gravemente de tuberculose, escreveu seu último livro: 1984.
Depois de entregar o manuscrito, foi internado em uma clínica em Cotswolds para se tratar.
Foi quando confessou:
“Eu deveria ter feito isso há dois meses, mas eu queria terminar aquele livro sangrento”.
A essa altura, as possibilidades de cura eram quase inexistentes. Morreu aos 46 anos e seu funeral foi realizado nos jardins da igreja de Sutton Courtenay, Oxfordshire, organizado por seu amigo David Astor.
Sete meses após a publicação de 1984.
Seu legado foi a lucidez política.
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