Putin ascendeu à presidência da Rússia em 1999 para nunca mais deixar o poder máximo do país. Entre as suas ações, uma delas foi a criação de emendas constitucionais que lhe permitem ser reeleito até 2036. Como Putin conseguiu tanto poder e influência no país que havia saído do comunismo há tão pouco tempo?
Vladimir Putin é o presidente da Rússia desde o ano 2000. Antes de ser presidente, Putin trabalhava como agente da KGB. Iniciou o cargo logo após sua formatura no curso de Direito, em 1975. Durante seu trabalho nos serviços secretos da União Soviética, Putin passou por diversos cargos e cursos de formação.
Atualmente, pode ser considerado um dos homens mais poderosos do mundo, até mesmo da história. Seu partido possui maioria absoluta no congresso russo, possibilitando que muitos dos seus decretos sejam aprovados, e que a sua linha política seja sempre seguida.
Putin é o chefe supremo das forças armadas da Rússia, tendo a sua disposição um dos três maiores exércitos do mundo. O exército da Rússia possui o maior arsenal nuclear da Terra, contando com aproximadamente 6.000 ogivas.
Embora possam causar um grande estrago, é um mito que a Rússia e os EUA conseguem destruir o mundo com seu arsenal nuclear.
Mesmo no auge da tensão nuclear, na Guerra Fria, a soma dos poderes de destruição dos dois países conseguiram destruir apenas 5% do mundo, segundo cálculos feitos a partir do raio de destruição das bombas atômicas.
Putin possui o poder de ativar todo o arsenal bélico do país com apenas uma ordem, como ele fez ao ordenar a invasão da Rússia à Ucrânia, Chechênia e a defesa da Síria.
A vida daquele que muitos chamam de ditador esclarece alguns de seus principais objetivos, bem como ele alcançou o poder máximo do país por décadas.
Putin nasceu na cidade de Leningrado, atualmente nomeada São Petersburgo, em 1952. Seu pai trabalhou como engenheiro em uma fábrica e sua mãe cuidava da casa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, sua família foi fortemente afetada. Seu pai foi à guerra, tendo sobrevivido com sequelas graves, e sua mãe sofreu também sofreu ferimentos durante o cerco de Leningrado.
O avô de Putin era um homem de confiança dos líderes da União Soviética. Era muito valorizado na sua profissão de chef de cozinha, tendo alcançado o posto de chef pessoal de Lênin e Stalin.
Segundo o próprio Putin, muitas pessoas próximas de Stalin foram exiladas ou assassinadas durante todo seu mandato, mas não seu avô, que teve acesso à casa do ditador até o final da sua vida.
A família de Putin viveu em um dos apartamentos comunitários do sistema comunista soviético, em Leningrado.
Após sua primeira eleição, Putin disse em entrevista que na infância um de seus hobbies prediletos era assistir filmes de espionagem produzidos pela URSS.
A propaganda soviética foi eficiente. Vladimir Putin tornou-se agente dos serviços secretos comunistas após concluir o curso de Direito, em 1975, aos 23 anos de idade.
Putin trabalhou na KGB até 1990, quando entrou na vida política aos 38 anos.
A KGB era um desenvolvimento da polícia secreta (Tcheka) criada por Lênin durante a revolução comunista de 1917.
Seu objetivo era identificar os inimigos da revolução e eliminá-los. Com a consolidação do governo comunista, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando a influência de Moscou passou a ser global, o órgão passou a se chamar KGB - Comitê de Segurança de Estado.
Sua função era proteger os territórios soviéticos da influência ocidental e sabotar os inimigos políticos da URSS no contexto da Guerra Fria.
O livro Desinformação, de Ion Mihai Pacepa, ex-líder da STB, agência de informação aliada da KGB, mostra como era o procedimento da agência de serviços secretos. O livro e os depoimentos dos russos da época soviética demonstram que o principal trabalho da KGB era distorcer a realidade.
Os cidadãos soviéticos recebiam apenas notícias selecionadas e distorcidas pelo governo.
Um dos casos mais famosos é a trama criada pela KGB para afirmar que o golpe de 1964, no Brasil, foi tramado pelos EUA. A história e documentação dessa desinformação pode ser conferida no livro A KGB e a desinformação soviética, também escrito por um ex-agente aliado da KGB.
Putin foi educado nesse contexto. Recebeu sua formação política nos cursos e na vivência na agência. Seus cargos e especializações dentro da organização mudaram algumas vezes. Alguns dos cargos e patentes foram:
Sobre sua relação com os ideais comunistas, já presidente da Rússia, Putin declarou publicamente em 2016 durante uma conferência de imprensa:
"Eu não era membro do Partido por obrigação. Não posso dizer que aderi totalmente à ideologia comunista, mas guardo com carinho o Manifesto do Partido".
Durante a mesma fala, disse que trabalhava no "braço armado do Partido" quando lembrou sobre seu período na KGB.
Ele também disse:
"Sempre apreciei e continuo apreciando os ideais comunistas e socialistas que lembram muito os da Bíblia.
[...]
"São belos ideais: a igualdade, a fraternidade, a felicidade, mas a colocação em prática desses grandes ideais no nosso país estava longe daquilo com que sonhavam os socialistas utópicos"
Na mesma fala, Putin criticou o líder soviético, Vladimir Ilitch “Lênin”, afirmando que o massacre da família de Nicolau II foi um erro e que Lênin foi o responsável pelas piores crises da Rússia.
As falas transcritas foram proferidas por Putin em discurso para membros do grupo Frente Popular, da cidade de Stavropol, em 26 de janeiro de 2016.
No ano de 1991, a União Soviética passava por uma grande crise econômica, social e política. O regime comunista não conseguiu se sustentar, levando o país a um colapso iminente. Vários dos países soviéticos se declararam independentes e se separaram da Rússia.
O presidente da URSS, Mikhail Gorbachev, estava guiando a nação para o fim do sistema comunista.
Não contentes com os rumos da pátria, muitos agentes da KGB estavam organizando um golpe contra Gorbachev, eles queriam manter o sistema comunista.
Nesse momento, Putin deixou a KGB por não ser favorável ao movimento.
O golpe falhou e a União Soviética chegou ao fim.
Iniciava-se o período de adequação da Rússia a uma democracia liberal.
Putin partiu para a vida política logo após sair do serviço de espionagem.
Em 1994, ele se tornou vice-prefeito de São Petersburgo, sua cidade natal e uma das principais cidades da Rússia. Sua função era cuidar dos investimentos públicos da cidade, ele cuidava das parcerias com empresas estrangeiras e das empresas público-privadas.
Passou a ser o chefe das unidades de São Petersburgo do partido liberal Nossa Terra, em 1995.
Sua rede de contatos era extensa, após a derrota do candidato a prefeito do seu partido, em São Petersburgo, Putin foi trabalhar em Moscou, tendo sido nomeado vice-assessor do presidente da Rússia.
Já em 1998 Putin foi nomeado primeiro oficial da administração do presidente.
Um mês depois, Putin é nomeado diretor do Serviço Nacional de Segurança da Federação Russa, o FSB, agência que sucedeu a KGB. Logo após reorganizar a agência, Putin foi nomeado chefe do comitê de segurança de toda a Rússia, tendo sido o primeiro civil a dirigir a polícia secreta.
Em 1999, Putin se filiou ao partido conservador atualmente nomeado como Rússia Unida.
Nesse mesmo ano Putin é nomeado primeiro ministro da Rússia, o 2º cargo mais poderoso do país.
Pegando todos de surpresa, o presidente Boris Ieltsin renuncia a presidência durante a mensagem de ano novo, na transição de 1999 para 2000.
É o início da supremacia de Putin.
Após alcançar o cargo de presidente, Putin nunca mais saiu do ápice do poder. Seus cargos no poder máximo foram:
São 2 décadas no poder até o presente momento.
Já no cargo de presidente no ano 2000, mas não eleito, Putin se candidatou às eleições daquele ano.
Foi eleito logo no primeiro turno, com 53% dos votos. Sua promessa era fornecer estabilidade para o país, o que não acontecia há séculos.
Em 2004, foi reeleito com 71% dos votos.
Putin não podia ser eleito novamente em 2008, devido às regras da Constituição. Dessa forma, ele promoveu Dmitri Medvedev para ser o próximo presidente, seu aliado, que após ganhar as eleições nomeou Putin para o cargo de 1º ministro.
Nesse ano, Dmitri Medvedev conseguiu aprovar uma mudança constitucional para que o mandato presidencial passasse de quatro para seis anos. Essa lei surtiu efeito apenas para o próximo mandato, o mandato de Dmitri durou 4 anos.
Nas eleições de 2012, Putin concorreu novamente à presidência, sendo eleito no 1º turno com 63% dos votos. Após essa eleição, Putin foi eleito novamente, alcançando o 4º mandato que irá durar de 2018 a 2024.
Em 2020, Putin propôs um plebiscito sobre novas emendas à Constituição, permitindo que o presidente seja reeleito mais 2 vezes. Caso Putin seja reeleito em 2024, ele governará a Rússia novamente até 2030 e poderá se candidatar novamente, governando até 2036 se for reeleito.
Sua trajetória mostra sua dualidade de valores, já que começou em um partido liberal e depois se filiou a um partido conservador.
Seus principais posicionamentos são:
O sucesso de Putin na Rússia se deu, em grande parte, devido ao grande crescimento econômico que ele trouxe para o país.
Desde que Putin chegou ao poder o PIB da Rússia passou a crescer em uma média de 6% ao ano.
Durante e após o regime comunista, muitos russos estavam em situação miserável. O principal desejo do país era alcançar uma economia de mercado mais dinâmica, aumentando a quantidade de insumos básicos, como comida, boas moradias e etc.
Putin realizou o crescimento da Rússia investindo e organizando a exportação dos principais produtos naturais do país, quais sejam:
Putin, também na esfera econômica, acabou com grande parte do oligopólio de ex-agentes do governo comunista que dominaram grande parte dos setores de produção, logo após o fim da URSS.
Outro fator importante para sua 1ª eleição foi o sucesso em reprimir a revolução islâmica na Chechênia, quando era o responsável pela segurança da Rússia, em 1999.
A oposição de Putin o acusa de possuir uma fortuna avaliada em 1 trilhão de reais. Seu principal opositor, Alexei Navalny, gravou um documentário expondo sua tese e propriedades que afirma serem de Putin, compradas com dinheiro ilegal, já que seu salário e investimentos não alcança tal valor.
Atualmente, Navalny está preso na Rússia devido a alegações de fraude.
Putin tem 2 filhas com sua ex-mulher, Lyudmila Shkrebneva. Ninguém sabe a identidade de suas filhas, Putin afirma que o sigilo é necessário para a segurança delas. Publicamente afirma não possuir outro relacionamento amoroso após o divórcio.
Professa a religião ortodoxa russa.
É atleta de judô, nas férias ele frequentemente vai para o campo e passa longos períodos na natureza.
Possui 1,67m de altura.
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