O cinema é um dos entretenimentos mais apreciados do mundo. Nos dias de hoje, é comum que as bilheterias cheguem aos bilhões. Contudo, para além de um entretenimento imersivo, o cinema é uma obras de arte. São vários os porquês de o cinema ser considerado a sétima arte.
O cinema passou a ser considerado como a sétima arte a partir de 1911, com a publicação do “Manifesto das Sete Artes”, escrito pelo intelectual italiano, Ricciotto Canudo. Como surgiu em 1895, rapidamente o cinema foi considerado uma das principais artes existentes.
Logo após a invenção da gravação, obras importantes do cinema foram criadas, tais como: “A fada dos repolhos“ (1896), de Alice Guy-Blaché, e a adaptação da célebre obra de Júlio Verne, “Viagem à Lua”, por Georges Méliès, em 1902.
Antes de adentrar no porquê de o cinema ser considerado a sétima arte, é necessário entender o conceito de obra de arte em sentido lato.
Seria a arte uma simples questão de gosto subjetivo? Qual o sentido das artes?
Uma das definições possíveis é que arte é uma obra humana cujo objetivo é aproximar as pessoas da beleza. A arte imprime no material o que o autor quer expressar.
Segundo Leonardo da Vinci:
“A lei suprema da arte é a representação do belo”.
O artista, utilizando a razão, cria algo que pode guiar o ser humano para a beleza, que por sua vez pode levar à verdade e ao bem. A arte pode ser entendida como a inclinação criadora do homem, a tentativa de representar o que sente, como vê a realidade e conceitos que não consegue exprimir em palavras etc.
Nessa perspectiva, a arte não é um fim em si mesma, mas guia o entendimento do homem ao que o artista quer mostrar.
Devido a profundidade da vida humana e a incapacidade de observar tudo ao mesmo tempo, a percepção humana deve focar em uma coisa de cada vez.
Ao olhar para um corpo humano, não é possível estudá-lo totalmente de uma vez, mas é necessário em um momento conhecer como funciona sua química, depois a biologia e depois a física.
Pode-se fazer uma analogia com o belo.
Ela está fortemente presente na vida. Ao observar uma árvore, as casas de uma cidade, o abraço de uma mãe com seu filho, o encontro de amigos e as formas e características dos animais, pode-se ver beleza.
Curiosamente, cada tipo de arte possui um foco ao retratar a beleza ou a ausência dela.
O cinema possui todos os aspectos de uma obra de arte.
Ricciotto Canudo, o responsável por classificar o cinema como arte pela primeira vez, justificou seu posicionamento da seguinte maneira:
“Por ser uma arte do espaço e do tempo, o cinema seria a grande síntese de todas, a sétima arte, pois parte de uma imagem projetada em uma superfície, como a pintura ou a fotografia, mas envolve o movimento, relacionando-se ao ritmo, ao tempo”.
O cinema é uma arte sui generis. Ele representa a realidade como a pintura e a escultura, mas também consegue trazer movimento, como a dança.
Ademais, consegue encaixar a música na representação da beleza que se une intimamente com a “pintura” que ele retrata. A cena abaixo, retirada do filme Nosthalgia, do diretor russo Andrei Tarkovsky, exemplifica o que se disse.
A imagem é carregada de simbolismo. A união das diferentes artes com o cinema eleva a experiência artística a um grau nunca antes visto.
Por afetar quase todos os 5 sentidos, a sétima arte é mais imersiva que as demais. Ela consegue fazer o admirador aproximar-se da beleza de forma mais íntima que as outras.
Além de conseguir retratar o belo existente na realidade, ao mesmo tempo o cinema representa aquilo que é a substância da vida humana: a narrativa.
A sétima arte consegue manifestar histórias pessoais, estilos de vida, grandes momentos históricos e características da vida humana com toda a psicologia que envolve essas realidades.
Assim ao assistir um filme, é possível refletir acerca da mensagem que o diretor deseja passar, ou aquilo que ele visa representar com a sua produção.
A experiência da imersão na história de um filme pode conduzir ao nível da reflexão e da interiorização de um aprendizado.
A reflexão, por fim, pode conduzir o homem a ações e mudanças de vida.
Como os filmes impactam vários sentidos humanos, de modo a proporcionar uma experiência bem imersiva, é possível demonstrar e analisar diversos aspectos do comportamento humano.
Diferente das demais artes, o espectador tem um aprofundamento maior na forma e no conteúdo, podendo contemplar mais a realidade como um todo.
É da união de todos esses elementos que surge a enorme apreciação dos homens pela sétima arte.
O filme “A Paixão de Cristo”, do diretor Mel Gibson, custou 30 milhões de dólares e teve uma bilheteria de 611, 9 milhões. Um dos maiores lucros da história do cinema.
Já a maior bilheteria de todos os tempos é do filme “Avatar”, alcançando 2 bilhões de dólares.
Para conhecer mais sobre a sétima arte, a Brasil Paralelo elaborou um documentário com grandes intelectuais do Brasil e do mundo. Pode ser assistido gratuitamente no youtube.
A história do cinema mundial só foi possível com a invenção do cinescópio, em 1889, por William Dickson. O assistente de Thomas Edison criou a primeira máquina capaz de capturar imagens em movimento. Os inventos posteriores foram aprimorando essa máquina e moldando o que é hoje o cinema.
O cinescópio, no entanto, não era capaz de projetar imagens. O espectador tinha de observar as imagens por meio de uma lente que dava para uma câmara escura do aparelho onde se projetavam as imagens.
Era uma experiência individual, já que o aparelho não projetava as imagens, e os filmes duravam até quinze minutos.
Baseado na invenção de Edison, Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil capaz de: capturar imagens em movimento, revelá-las e projetá-las.
A partir de 1895, os irmãos passaram a fazer várias exibições cinematográficas para apresentar o invento. Eram sessões curtas, com pequenas produções, mas que despertaram bastante interesse.
Um de seus primeiros filmes exibe a chegada de um trem na estação. Conta-se que os espectadores ficaram com medo de o trem sair da tela e atropelá-los.
Inicialmente, os filmes, assim como as fotografias, representavam apenas registros de fatos do cotidiano. Foi apenas nas primeiras décadas do século XX que o cinema se firmou enquanto arte.
Isso ocorreu pela ação de artistas que lançaram mão de recursos como mágica e ilusionismo para criação de efeitos cênicos.
Dois precursores do cinema com efeitos especiais foram: Alice Guy-Blaché e Georges Méliès.
Guy-Blaché produziu um filme baseado num conto popular, “A fada dos repolhos”, em 1896 e Meliès dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, ambos conseguindo com esses filmes efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época.
No dia 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor, ocorreu a primeira exibição de cinema da história do país. A exibição apresentou vários filmes curtos que retratavam o cotidiano da vida europeia.
O evento foi patrocinado pelos irmãos italianos Paschoal Affonso e Segreto, considerados os primeiros cineastas brasileiros.
No dia 19 de junho de 1898, os irmãos realizaram as primeiras gravações em solo brasileiro, na Baía de Guanabara. Esse dia passou a ser o Dia do Cinema Brasileiro, apesar de não haver nenhuma gravação original conservada.
No ano seguinte, Paschoal Segreto realizou uma filmagem na cidade de São Paulo durante a celebração da unificação da Itália.
As quatro primeiras produções nacionais são do período de 1897-1898. Ei-las:
No ano de 1899, o italiano Vittorio di Maio abre a primeira sala de cinema em São Paulo. Nessa mesma época, passou a rodar filmes diversos sobre o cotidiano carioca.
Os primeiros anos da história do cinema brasileiro são marcados por vídeos documentais. Assim como na Europa, a tecnologia de filmagem foi usada para gravar e reproduzir cenas do cotidiano do país. Somente em 1908 isso iria mudar.
Antônio Leal, um cineasta luso-brasileiro, em 1908, lança seu primeiro filme, “Os Estranguladores”, considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, de 40 minutos de duração.
O primeiro longa-metragem brasileiro viria em 1914, “O Crime dos Banhados”, do português Francisco Santos. Com mais de duas horas de duração, o filme seguia a tendência de “Os Estranguladores” de retratar grandes crimes nacionais e adaptá-los ao cinema.
Em 1917, foi produzido “O Kaiser”, do desenhista Seth, a primeira animação brasileira. Porém, com o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, o cinema nacional enfrentou a primeira crise.
O cinema brasileiro fora dominado pelas produções hollywoodianas, de maior qualidade técnica e roteiros mais bem construídos.
Outro fator que justifica esse fortalecimento americano são as baixas tarifas para a reprodução dos filmes no Brasil e os investimentos massivos por parte da indústria americana.
Nas décadas de 20 e 30 o cinema brasileiro buscava se reinventar. Assim, conseguiu alguma expansão com a publicação das revistas de cinema “Para Todos”, “Selecta” e a “Cinearte”.
E foi na década de 30 que surgiu o primeiro grande estúdio cinematográfico do Brasil, a Cinédia.
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