O famoso Homem Vitruviano é um desenho do grande artista Leonardo Da Vinci, feito em seu caderno de anotações. A ilustração representa inúmeros elementos, como: a harmonia e a proporção do corpo humano, o número de ouro da matemática, a beleza e a centralidade do homem. Mas como perceber tudo isso?
Sua origem está ligada a um desafio proposto por um arquiteto romano do século I a.C.
O Homem Vitruviano é um desenho de Leonardo Da Vinci que apresenta o corpo humano em suas proporções ideais, matematicamente calculadas. O conceito deste homem perfeito é retirado da obra “De Archictetura”, do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio.
É uma das obras mais conhecidas do mundo, considerada o “cânone das proporções”.
A obra De Archictetura é composta por dez livros. No terceiro livro o autor indica que um belo edifício deve seguir a proporção que está em todos os elementos da natureza. Como o homem é o objeto mais perfeito da natureza, eles devem ter as mesmas proporções que um humano.
“Para que qualquer edifício seja belo, deve ter simetria e proporções perfeitas, como as encontradas na natureza”.
“E como o objeto mais perfeito da natureza é o homem, um edifício perfeito deve ter as proporções do corpo humano.”
O autor apresenta o conceito do homem perfeito e seus cálculos da proporção adequada. No entanto, não deixou registrado um desenho do seu invento.
No período da Idade Média, sua obra se perdeu. Durante o Renascimento moderno, estudiosos a reencontraram e voltaram a se debruçar em seus escritos.
Da Vinci foi um dos vários artistas que topou o desafio do autor.
Leonardo di Ser Piero da Vinci nasceu na aldeia de Vinci, nos arredores de Florença, Itália, no dia 15 de abril de 1452. É o grande ícone do Renascimento, trabalhou como cientista, escultor, pintor, anatomista, matemático, engenheiro botânico, poeta e músico. É considerado um dos intelectuais mais geniais da história.
Aos 14 anos de idade mudou-se para Florença. Dois anos mais tarde, passou a trabalhar com o mestre pintor e escultor Andrea del Verrocchio.
Depois de algum tempo auxiliando o mestre, sua carreira despontou. Inicialmente, trabalhou com paisagens religiosas que adornavam altares e capelas. Somente mais tarde iria variar os temas de suas produções.
Mudou-se para Milão, onde desenvolveu trabalhos como arquiteto e engenheiro. Da Vinci chegou a auxiliar a urbanização de Milão, idealizou uma rede de canais, um sistema de irrigação e abastecimento de água.
A curiosidade era sua marca. Grande observador da natureza e dos seus fenômenos, sempre demonstrou um olhar atento ao que se passava ao seu redor.
O artista também foi um dos primeiros de seu tempo a dissecar cadáveres e desenvolver estudos aprofundados de anatomia.
Era considerado à frente de seu tempo: chegou a idealizar um protótipo de helicóptero, de tanque de guerra e até do uso de energia solar.
Criou mais de 30 artes usando a técnica de óleo sobre tela. Suas principais obras foram:
Na obra De Archictetura de Marcus Vitruvius Pollio (traduzindo para o português: Da Arquitetura, de Marco Vitrúvio Polião) há uma combinação de elementos da engenharia e arquitetura antigas, o que o autor considerava ser a arquitetura ideal para Roma e suas experiências pessoais.
A famosa ilustração do Homem de Vitrúvio surge com um desafio do autor romano
Em um dos trechos do terceiro livro, Vitrúvio descreve as proporções que calculou para o homem perfeito.
Porém, ninguém havia sido ainda capaz de fazer uma perfeita representação da descrição.
Segundo a obra, as proporções necessárias para que um homem seja considerado perfeito ou belo é:
“um palmo é o comprimento de quatro dedos;
um pé é o comprimento de quatro palmos;
um côvado é o comprimento de seis palmos;
um passo são quatro côvados;
a altura de um homem é quatro côvados;
o comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços) é igual à sua altura;
a distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um décimo da altura de um homem;
a distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da altura de um homem;
a distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto da altura de um homem;
o comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem;
a distância entre o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura de um homem;
a distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um homem;
a distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem;
o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem;
a distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento do rosto;
a distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do comprimento do rosto;
o comprimento da orelha é um terço do da face;
o comprimento do pé é um sexto da altura”.
O desafio consistia em representar esta figura dentro de um círculo, de modo que o umbigo do homem coincidisse com seu centro.
Os braços da figura deveriam estar estendidos e os dedos de suas mãos e pés deveriam tocar a circunferência. Essa mesma figura deveria também se encaixar perfeitamente dentro de um quadrado.
No desenho há um homem em duas posições sobrepostas, uma de braços abertos em linha reta com as pernas fechadas, outra com as pernas abertas e os braços acima da cabeça. As dimensões do desenho são de 34 por 24 centímetros, feito a lápis e tinta.
A figura aparece em quatro posições diferentes e suas proporções são baseadas no número de ouro da matemática. Mesmo com as mudanças de posição do homem, o umbigo permanece como centro de equilíbrio imóvel da imagem.
A imagem foi desenhada dentro de um círculo e um quadrado porque para a filosofia representam, respectivamente, a Terra e o Paraíso. O homem está inserido no centro destes dois.
O Homem Vitruviano com os braços e pernas abertos toca com as mãos a intersecção entre o círculo e o quadrado, simbolizando a relação do humano com o divino.
Outros símbolos da imagem despertam a curiosidade, como os escritos acima e abaixo da ilustração.
Os escritos do diário de Leonardo Da Vinci que estão acima e abaixo do Homem de Vitrúvio são cálculos de como deveria ser a proporção correta da figura. Na parte de cima há os cálculos feitos no livro de Vitrúvio e na parte de baixo os de Da Vinci, onde este conclui algumas diferenças da proposta original.
Anotações do topo:
“A palma da mão é da largura de quatro dedos;
o pé tem o comprimento de quatro palmos;
o antebraço tem o comprimento de seis palmos;
quatro antebraços formam um homem, assim sendo, o homem tem 24 palmos;
se você abrir as pernas para que a altura da cabeça abaixe 1/14 da altura e erguer as mãos para que o dedo médio atinja a linha do topo da cabeça, o centro do corpo será o umbigo, e o espaço entre as pernas vai formar um triângulo equilátero”.
Anotações da base:
“A envergadura dos braços é igual à altura;
a distância da linha do cabelo até o queixo é igual a 1/10 da altura;
a distância de acima do peito até o topo da cabeça é igual a 1/6 da altura;
a distância de acima do peito até a linha do cabelo é igual a 1/7 da altura;
a largura dos ombros é igual a 1/4 da altura;
a distância do peito ao topo da cabeça também é igual a 1/4 da altura;
a distância do cotovelo até a ponta do dedo médio é igual a 1/4 da altura;
a distância do cotovelo até a axila é igual a 1/8 da altura;
o comprimento da mão é igual a 1/10 da altura;
a raiz do pênis marca a metade da altura;
o comprimento do pé é igual a 1/7 da altura;
a distância do pé até o joelho é igual a 1/4 da altura e a distância do joelho até a raiz do pênis é igual a 1/4 da altura;
o rosto é dividido em três partes iguais: do queixo até o nariz; do nariz à sobrancelha; da sobrancelha até a linha do cabelo;
a orelha está localizada entre as linhas do nariz e da sobrancelha”.
Leonardo Da Vinci utilizou duas formas perfeitas, o quadrado e o círculo, que representam Terra e Paraíso respectivamente, e colocou o homem com medidas, formas e proporções perfeitas no centro.
O símbolo máximo do humanismo é a ideia da centralidade do homem no universo, o chamado antropocentrismo. A obra do Homem de Vitrúvio representa bem essa ideia.
Ele coloca em questão a divina proporção ou a razão áurea, que é um padrão que demonstra simetria perfeita e que se repete na natureza — inclusive no corpo humano. Para Da Vinci, o homem era o modelo do mundo, a criação máxima de Deus.
Mas afinal, o que é essa proporção áurea ou o número de ouro da matemática?
A proporção áurea, proporção divina ou razão de Phidias é uma constante real algébrica irracional, representada pela divisão de uma reta em dois segmentos. Quando a soma dos segmentos é dividida pela parte mais longa, tem-se 1,61803398875.
Na Matemática, esse número é representado pela letra grega Phi (φ), inspirada a partir de Phidias, arquiteto que teria criado o conceito da proporção áurea ao ajudar na projeção do Partenon, cuja largura e altura da fachada obedecem a proporção de 1 para 1,618.
Esse é o número de ouro, que representa o equilíbrio perfeito. E está presente em diversos elementos da natureza, como nas plantas, nos animais e no próprio homem.
Essa proporção é frequentemente utilizada por artistas, arquitetos e até músicos que buscam a perfeição nas suas obras. Leonardo da Vinci a utilizou na composição do Homem Vitruviano e suas perfeitas proporções.
Entre as obras que são representadas a partir do número de ouro, estão:
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