O Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) é uma força de intervenção da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro responsável por atuar em situações críticas, afirma o site da organização.
A companhia nasceu com o objetivo de serem os melhores entre os melhores das polícias do Brasil, uma verdadeira tropa de elite. Submetidos a um treinamento com apenas 20% de aprovação, os que entram para o batalhão vêm munidos com um arsenal excepcional de habilidades.
Armados com equipamentos de ponta, eles treinaram com polícias de outros países para proteger os moradores do Rio de Janeiro. No entanto, há denúncias de corrupção que põem em dúvida se o batalhão é de fato incorruptível.
Nesse artigo, o Portal da Brasil Paralelo explica melhor em detalhes sobre o BOPE RJ, suas unidades, cursos, equipamentos e como ele foi criado.
O BOPE foi criado para ser uma unidade de elite capaz de realizar diversas funções de forma especializada. Para isso, eles possuem diversas unidades com funções específicas, como a UIT e a UEDT.
Dividida em três grupos, essa unidade é responsável por atuar em situações cruciais de crise. O grupos são:
Essa unidade surgiu com objetivo de abrir caminho para as viaturas nas comunidades. Os policiais pertencentes possuem conhecimento em mecânica de veículos pesados e explosivos. Eles operam os maquinários para liberar acessos e destruir barricadas.
No BOPE RJ, eles montam equipamentos em terrenos de difícil acesso que servem de base para missões de pacificação. O treinamento é baseado em estudos e pesquisas sobre engenharia de combate. Em 2008, a UEDT derrubou cerca de 75 muros, barricadas e bunkers.
A última novidade foram os “Transformers Caveiras”: Veículos blindados com pás mecânicas capazes de destruir obstáculos de 5 metros. Ele é equipado com retroescavadeiras, caminhão munck e que suporta 17 toneladas e é projetado para transporte de tropas.
Em novembro de 2010, o Rio de Janeiro vivenciou uma série de ataques orquestrados por facções criminosas. Ônibus incendiados e tiroteios espalharam o pânico pela cidade. Em resposta, as forças de segurança, incluindo o BOPE, organizaram uma das maiores operações já vistas. O Complexo do Alemão, considerado um dos principais redutos do tráfico, tornou-se o foco central.
No dia 28 de novembro, cerca de 3.500 homens, apoiados por 23 blindados e sete helicópteros, iniciaram a ocupação do complexo. As imagens transmitidas ao vivo mostravam traficantes fortemente armados fugindo pelas vielas, tentando escapar do cerco policial. A operação resultou na apreensão de um vasto arsenal bélico e na retomada territorial pelo Estado.
Para uma visão mais detalhada dessa operação, confira o seguinte vídeo:
Ainda em novembro de 2010, antes da ocupação do Complexo do Alemão, a Vila Cruzeiro tornou-se palco de intensos confrontos. Traficantes, ao perceberem a aproximação das forças de segurança, tentaram impedir o avanço dos blindados utilizando barricadas e armamento pesado. As cenas de criminosos fugindo em massa para o Alemão foram transmitidas ao vivo, evidenciando a pressão exercida pela operação policial.
Para compreender melhor a dinâmica dessa operação, assista ao depoimento de um ex-policial do BOPE que participou da ação:
Em novembro de 2011, a Rocinha, uma das maiores favelas da América Latina, foi alvo de uma operação significativa. O objetivo era capturar Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como "Nem", líder do tráfico local. A operação contou com a participação de aproximadamente 1.500 policiais e militares, que utilizaram veículos blindados e helicópteros para cercar a comunidade. "Nem" foi capturado tentando fugir escondido no porta-malas de um carro. A ação foi considerada um marco no combate ao tráfico na região.
Veja cenas da operação realizada:
Em 2014, às vésperas da Copa do Mundo, o Complexo da Maré, composto por 16 comunidades, foi palco de uma grande operação. O objetivo era retomar o controle de uma área estratégica dominada por facções criminosas. A ação envolveu cerca de 1.200 militares das Forças Armadas, além de policiais do BOPE. A operação foi considerada bem-sucedida, com a apreensão de armas e drogas, e sem registros de mortes.
Assista a matéria do SBT sobre o caso na época em que aconteceu:
Em junho de 2000, o sequestro do ônibus 174 chocou o país. O sequestrador manteve passageiros reféns por mais de quatro horas, sob a mira de um revólver. A ação foi transmitida ao vivo, e o desfecho trágico resultou na morte de uma refém e do sequestrador.
Assista a matéria produzida pelo jornal UOL na época:
Um caso que ganhou a mídia foi o sequestro do ônibus 2520 em 20 de agosto de 2019. William Augusto da Silva de 20 anos sequestrou um ônibus com um revólver falso, mas no momento isso não era conhecido. Ele obrigou o motorista a fechar a via e amarrou as mãos de 39 reféns.
Um sniper do BOPE se posicionou camuflado em cima de um caminhão de bombeiros a 80 metros do alvo. Após três horas e meia, o sniper abateu o sequestrador com seis tiros. O então governador Wilson Witzel comemorou a ação do oficial e dividiu opiniões.
Em setembro daquele ano, o sniper recebeu a Medalha Tiradentes pelo salvamento das vítimas.
A Record cobriu o caso e fez uma reportagem em vídeo na ocasião:
Em primeiro lugar, para entrar no BOPE é preciso ser policial militar do Rio de Janeiro há pelo menos dois anos e passar nas avaliações físicas, psicológicas e médicas. Feito isso, são oferecidas duas opções:
Nesse curso, o aluno treina para operar em favelas, selvas e montanhas. A comida e o sono são regradas e as situações são propositalmente muito estressantes para que se trabalhe o psicológico.
Os inscritos recebem instrução de artilharia, emboscada, patrulha, sobrevivência, primeiros socorros, negociação, armamento e auto defesa. Nas aulas teóricas eles aprendem as aspirações de cada grupo de terroristas, suas táticas e como identificá-los. Também aprendem sua história e como derrotá-los em combate. A taxa aprovação do curso é de somente 20%.
A média de tiros disparados no curso de 2500 por recruta. São ensinados 12 tipos de armas e os atiradores são treinados para acertar uma moeda de 5 centavos a 100 metros. Os soldados desenvolvem várias habilidades distintas, entre elas a capacidade de tomar decisões rápidas em situações estressantes.
As primeiras coisas que aprendem é sobre direitos humanos e comunicação com o público. Eles trabalham linguagem corporal, protocolos de tratamento da Organização das Nações Unidas (ONU) e palestras sobre direito, sociologia e psicologia.
O COEsp era ministrado pelo Exército e tinha o intuito de:
"Habilitar oficiais e praças para a execução de missões especiais, bem como a manutenção do estado físico e atualização de conhecimentos especializados necessários ao bom desempenho em quaisquer missões especiais, com ênfase aos treinamentos visando ações em áreas urbanas".
Busca colocar na linha de frente tecnológica e operacional policiais que vão atuar nas missões mais difíceis de segurança. É o mais completo e difícil do país e quem passa por ele recebe o título de “Raio”. Desde 1996 até 2015, 763 oficiais formaram.
Todos os dias há pelo menos três horas de preparo físico e todos os meses há treinamentos específicos de três dias como ações em montanhas ou helicópteros, por exemplo.
Até 1995, o Exército oferecia esse curso para os policiais, mas a partir de 1996 os agentes passaram a treinar em intercâmbios em outros países, como a Colômbia, por exemplo. Em 2015 o Exército voltou a ofertar vagas.
O Rio de Janeiro é uma cidade linda, bela, conhecida por sua rica história, está à mercê do crime que se faz presente desde o controle de facções criminosas nos mototáxi nas favelas até na política partidária. Existe alguma solução para o Rio de Janeiro?
O primeiro passo é compreender o problema. A Brasil Paralelo foi até a cidade para entrevistar pessoas que combatem e vivem com o crime de perto. Uma produção arriscada, com imagens exclusivas de dentro de algumas das favelas mais perigosas do país.
Tudo isso estará disponível em nosso novo documentário “Rio de Janeiro: Paraíso em Chama”. Clique no link abaixo e garanta o seu acesso gratuito:
A história começa com uma tentativa de fuga do Instituto Penal Evaristo de Moraes em 1974. O episódio terminou com a morte do Major PM Darcy Bittencourt e mais alguns detentos.
A ocasião motivou a criação do Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE). O projeto foi apresentado pelo capitão PM Paulo César Amendola de Souza, que presenciou a crise.
A ideia era que o NuCOE fosse formado por policiais voluntários e de elite. Os candidatos tinham especializações militares como cursos de Contra Guerrilha (CONGUE), Guerra na Selva, Estágio de Operações Especiais e Forças Armadas. Além disso, todos deviam ter alta integridade moral.
Eles começaram em um acampamento do CFAP-31 em Sulacap, zona oeste do Rio. Eram 12 barracas para 30 policiais, Todos subordinados ao chefe do Estado-Maior da PMERJ. Passaram a ter como símbolo a caveira trespassada por um punhal, ornado por duas garruchas cruzadas.
Em 1982, o NuCOE mudou para as instalações do Batalhão de Polícia de Choque. Com isso, passaram a ser designados pela Companhia de Operações Especiais (COE).
Em 1984, o batalhão mudou de nome pela primeira vez. Passou a ser chamado de Núcleo de Companhia Independente de Operações Especiais (NuCIOE) e se mudou para as bases do Regimento Marechal Caetano de Farias. Isso fez com que ficasse subordinado ao BPCh e ao chefe do EMG.
Em 1988, mais uma mudança de nome, dessa vez para Companhia Independente de Operações Especiais (CIOE). A equipe passou a ter missões em todo o estado do Rio de Janeiro determinadas pelo comandante-geral. No mesmo ano, foram chamados para resolver uma guerra por controle de bocas de fumo nas favelas. Apenas em 1991, ganhou o nome de Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE RJ).
Em 2000, oficiais do BOPE foram chamados a negociar com Sandro Barbosa do Nascimento, um sequestrador com reféns. Foram quatro horas de negociação com atiradores posicionados. Os policiais sem rádio tinham que se comunicar por gestos.
O Coronel José Penteado estava no local.
O sequestrador estava usando um ônibus como base e conseguiu sair com uma professora de refém. O nome da mulher era Geísa Gonçalves e na tentativa de salvá-la, o soldado Marcelo Santos atirou sem ordens, mas acertou o queixo da refém de raspão. O susto fez com que o sequestrador disparasse três vezes nas costas da professora. O soldado Marcelo entrou em depressão e o coronel desapareceu.
O episódio fez o BOPE RJ se especializar em resgate de reféns com autonomia, treino e equipamento adequado. A unidade ganhou instalações próprias posicionadas estrategicamente para observar as linhas de tráfico.
O Sequestro do Ônibus 174, como ficou conhecido, foi o que motivou a criação do Grupamento de Intervenção Tática (GIT), especializado em resgate. Em 2001, a unidade era equipada com veículos blindados.
Eles chegaram a ficar responsáveis por treinar o Exército Brasileiro para a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH).
A Brasil Paralelo é uma empresa que busca resgatar boas ideias e valores nos brasileiros por meio do entretenimento de qualidade.
Em sua história, a empresa já produziu documentários, filmes, programas e cursos sobre história, filosofia, economia, educação, política, artes e atualidades.
Com peso variável entre 25 e 30Kg, eles usam calçados com palmilha muito parecidos com tênis de corrida. Coletes com muitos bolsos e mochilas equipadas com facas, canivetes rádio GPS, pistola e fuzil.
Para alimentação, barrinhas de cereal com o intuito de durar dois dias inteiros de operação. Também são incluídas câmeras de gravação, óculos de visão noturna, reservatório de água e granadas de fumaça, luz e sonoras. Ainda carregam kist de limpeza e primeiros socorros.
Na lista de armamento disponível encontram-se armas de vários países:
Também contam com 30 armas de eletrochoque X2 com câmeras acopladas para missões de resgate.
Em 2016, o BOPE passou a usar farda verde camuflada equivalente a dos fuzileiros navais americanos. Durante muito tempo a cor oficial do BOPE foi o preto, mas acumulava calor demais e camuflava pouco.
Os novos uniformes camuflam melhor, são mais leves e frescos, possuem resistência a fogo e ventilação. A mudança também foi motivada pela intensificação de criminosos em áreas florestais.
A Anistia Internacional declarou que:
"As forças policiais brasileiras adotam métodos violentos e repressivos. Isso causa violações dos direitos fundamentais de grande parte da população em uma base regular".
A organização condenou a utilização de vans blindadas com a caveira pintada e afirmou que o BOPE RJ é excessivamente agressivo e ineficiente.
Um relatório de 2005 na Universidade de Direito da Nova York acusou o BOPE de executar quatro jovens supostamente traficantes de drogas resistentes à prisão. Segundo a universidade, o BOPE plantou provas e nenhum dos meninos tinha histórico criminal.
Em 2012, o terceiro-sargento Arlen Santos da Silva, instruiu membros da quadrilha do Terceiro Comando Puro do Complexo da Maré a usar equipamentos do BOPE em troca de propina.
A revista Veja disse que a não participação do BOPE na operação que culminou na morte do traficante Playboy se deu por casos de corrupção. Um policial disse “Eles não conseguem mais controlar 450 homens. Então, fica difícil não haver vazamento”.
A revista Veja destaca que duas apreensões feitas pelo Bope recentemente somam R$ 39,4 mil, um valor cinco vezes maior do que o total apreendido em dinheiro vivo nos dez anos anteriores. Segundo a publicação, entre 2005 e 2015, foram registradas apenas dez apreensões de dinheiro em espécie, totalizando R$ 7.295.
Metade desse valor foi confiscada em 2011, quando R$ 3.590 foram recuperados. Esse montante seria utilizado para o pagamento de propina a policiais do 2.º BPM, em Botafogo.
Moradores também acusam agentes do BOPE de confiscar dinheiro de suas economias. Em 2010, uma família acusa cinco homens da unidade de invadir sua casa e roubar 900 reais. Em 2012, uma mulher afirma ter se encontrado com um capitão da tropa ao chegar em casa e dado falta de 100 reais.
Em 2015, quatro policiais do BOPE foram presos por suspeita de receber propina de traficantes. Um quinto policial, Rodrigo Meleipe Vermelho Reis, foi preso três dias depois. Na casa dele, foram encontrados R$ 70 mil em dinheiro.
Além de Rodrigo, os suspeitos eram Maicon Ricardo Alves da Costa, André Silva de Oliveira, Raphael Canthé dos Santos e Silvestre André da Silva Felizardo.
De acordo com o Ministério Público, os policiais recebiam propinas semanais do Comando Vermelho em troca de informações sobre operações do BOPE em diversas comunidades do Rio de Janeiro. Além disso, negociavam armas apreendidas e até fardas da tropa com traficantes.
A investigação começou após uma operação no Morro do Faz-quem-Quer, em que a favela foi encontrada vazia, levantando suspeitas sobre vazamento de informações. O comandante do BOPE, tenente-coronel Carlos Eduardo Sarmento, relatou que diversas operações não obtinham resultados e que os policiais perceberam a ausência de qualquer movimentação criminosa esperada, o que indicava traição dentro da corporação.
A propina variava entre R$ 2 mil e R$ 10 mil por comunidade, e cada um dos policiais suspeitos atuava em um grupo diferente do BOPE. A operação "Black Evil" foi conduzida pelo BOPE, com apoio da Corregedoria Interna, Coordenadoria de Inteligência, Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSINTE) e do GAECO do Ministério Público.
Como resposta, o BOPE transferiu 60 policiais para outros batalhões, mesmo sem envolvimento direto no caso, visando reestruturação da equipe. O comandante Sarmento declarou estar satisfeito com a operação, mas não feliz, destacando que os presos desonraram a reputação da tropa e reforçando o compromisso de levar corruptos à Justiça.
Rio de Janeiro é uma cidade linda, bela, conhecida por sua rica história, está à mercê do crime que se faz presente desde o controle de facções criminosas nos mototáxi nas favelas até na política partidária. Existe alguma solução para o Rio de Janeiro?
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