Muitos consideram que o capitalismo é o responsável pelos maiores problemas da humanidade, outros acham que é o melhor sistema que já existiu. Para avaliar se esta consideração procede, é necessário lançar um olhar histórico, social e econômico sobre o assunto.
As conversas sobre o sistema capitalista invariavelmente levam à esfera política. Por esta razão, já existe um artigo completo da Brasil Paralelo sobre a verdadeira diferença entre a direita e a esquerda.
O capitalismo é um sistema de relações econômicas que visa o lucro, liberdade econômica e posse de propriedade privada. O nome capitalismo ganhou notoriedade devido as críticas Karl Marx ao sistema de livre mercado, especialmente no livro O Capital.
Para ele, esse sistema dividia a sociedade entre donos de meio de produção e proletários, aqueles que oferecem sua mão de obra para receber um salário. Segundo Marx, o capitalismo instiga ao abuso contra os proletários.
Foi ele quem criou a ideia da divisão de classes sociais com base no poder econômico, e não nas funções sociais.
Outros economistas discordam de Marx. Um deles é Thomas Woods, economista formado em Harvard e na Columbia University e membro da Escola Austríaca de Economia.
Para ele, o capitalismo é o sistema mais difundido no mundo por causa de sua eficácia econômica e seus benefícios na redução da pobreza em geral, como será explicado ao longo do texto.
O capitalismo não é uma cultura, é um conjunto de relações econômicas que se desenvolvem nas culturas já existentes e se adaptam a elas, renovando-as e fortalecendo-as.
Sobre o capitalismo, o vencedor do Nobel de economia, Friedrich Hayek, diz:
“O que uma sociedade livre oferece ao indivíduo é muito mais do que ele seria capaz de fazer se apenas ele fosse livre. O sistema de propriedade privada é a garantia de liberdade mais importante”.
Pensadores como Olavo de Carvalho dizem que, quando o capitalismo tenta destruir uma cultura, ele enfraquece e perde espaço para o socialismo.
Capital vem do latim capitale, que significa cabeça. Isto é uma alusão à riqueza, que em outros tempos era maior de acordo com a quantidade de cabeças de gado possuídas. O termo também pode significar liderança e poder.
Em economia, capital é um bem destinado à produção de outros bens econômicos. Por exemplo, uma máquina que faz xícaras é um capital, porque produz outros bens econômicos.
O dinheiro é entendido como capital enquanto implica a possibilidade de adquirir bens de capital, afinal, aqueles que têm dinheiro podem comprar o que precisam para fabricar o que pretendem.
Por sua vez, os bens de consumo estão diretamente ligados à satisfação do homem. Não são considerados capital.
Em sínteses, pode-se dizer que as principais características do capitalismo são:
O principal objetivo do capitalismo é facilitar a criação e a produção de valor. Neste contexto, valor pode ser entendido como bens e serviços que contribuem para a vida e o bem-estar de uma pessoa.
A liberdade é a condição para que o capitalismo funcione. Ela é necessária para a existência da criatividade, que estimula a inovação em produtos para a satisfação e a necessidade das pessoas.
Esta realidade está diretamente ligada à uma motivação humana básica e natural.
Ao observar a maioria das pessoas individualmente, percebe-se que elas são motivadas por uma “corrida pelo ouro”, uma corrida por um prêmio. Naturalmente, elas querem um grande ganho por terem se esforçado e assumido riscos por algo.
-> Veja como o capitalismo e o livre mercado ajudam os mais pobres:
Pensando nesta busca das pessoas, compreende-se o que é o capitalismo em duas partes:
Por exemplo, os empreendedores, com um certo grau de livre iniciativa, podem investir seu próprio capital, ou algum empréstimo, energia e esforço para criar algo que eles pensam que as pessoas gostariam de ter ou fazer.
Se funcionar, haverá um lucro e poderá ser reinvestido para obter um lucro maior.
O que possibilita a criação de produtos e serviços é o bônus da geração de riqueza.
Quem trabalharia, correria riscos, usaria seu tempo de vida e esforço para produzir e não ter retorno? Quem passaria dias, meses e anos trabalhando para não ver a realização de seu suor?
As pessoas criam produtos e serviços para ter ganhos. O dinheiro não é o único motivo para trabalhar, mas é um fator muito importante e, se for subtraído, a relação com o trabalho muda totalmente.
A história do capitalismo é explicada pelos economistas Ludwig Von Mises e John D. Mueller, nos livros Liberdade e Propriedade e Redimindo a Economia.
surgiu a partir do momento em que a riqueza financeira começou a predominar sobre a propriedade territorial. Isso aconteceu na Idade Média. Os primeiros capitalistas na Europa foram os próprios proprietários de terras, os senhores feudais.
É falso o que se ensina sobre o surgimento de uma nova classe, chamada burguesia, que tomou o poder. As grandes famílias de senhores feudais foram os primeiros capitalistas, pois tinham os dois tipos de poder ao mesmo tempo.
O livro Redimindo a Economia mostra que a Igreja Católica favoreceu o sistema de mercado livre na Idade Média.
Atualmente, o capitalismo é o único sistema econômico que existe e está profundamente arraigado na Europa. A única alternativa seria um retorno ao sistema feudal.
Entretanto, vive-se um capitalismo atenuado pelo intervencionismo governamental. Todos os países mantêm relações comerciais baseadas no capitalismo, mesmo que de forma secreta, atenuada ou ilegal, como no caso dos socialistas.
O ser humano percebeu que se ele alocasse o tempo que utilizava para caçar peixes para fazer uma rede, poderia caçar mais peixes. Então, ele usou o tempo para construir uma rede e, na expectativa de caçar mais peixes, conseguiu apossar-se de uma quantidade maior.
Com os peixes restantes, as opções eram duas: guardá-los ou trocá-los por outro produto. Este é o início do processo de escambo. Com o tempo e a complexidade das trocas, foi criado o dinheiro, uma moeda comum a ser usada com parâmetro.
Estabeleceu-se que cada bem valeria uma determinada unidade dessa moeda. O dinheiro poderia ser usado na troca por qualquer produto, bastando apenas fazer a equivalência.
Ao economizar as moedas, em tese, é possível ter o que se quiser.
Por meio da cooperação, muitos produtos são criados, parcerias são formadas e serviços são prestados. Funções começaram a ser distribuídas, com cada um tendo seu papel e, desta forma, surgem livre-associações. A Companhia das Índias é talvez a primeira delas.
Assim, a realização das Grandes Navegações entre os séculos XV e XVI marcam um novo modelo econômico de sociedade.
A posse de terras continuava a ser importante, mas uma nova relação comercial baseada na equivalência de moedas começou, além da cooperação na busca e produção de bens que as pessoas queriam.
O aumento da riqueza, da quantidade de produtos e de bem-estar foi exponencial.
Ainda mais detalhadamente, o capitalismo pode ser estudado em fases, nomeadamente comercial, industrial e financeira.
Esta é a primeira fase ou fase pré-capitalista. Seu início data do século XV e foi baseada nas trocas comerciais envolvendo comunidades locais ou internacionais. Com a expansão marítima europeia e a formação de colônias, foram estabelecidos mercados entre diferentes países.
As colônias exportavam as matérias-primas utilizadas pelas metrópoles na produção de mercadorias, marcando a divisão internacional do trabalho. Neste período, o sistema econômico era o mercantilismo.
Houve um acúmulo de territórios, matérias-primas e metais preciosos por parte das nações. Para manter uma balança comercial favorável, era natural que os países procurassem exportar mais do que importar.
O modo predominante de produção era a manufatura. Este era também o período de surgimento da moeda. Outras características eram o monopólio comercial, metalismo (acúmulo de metais preciosos) e o protecionismo (surgimento de barreiras alfandegárias).
Após a Revolução Industrial, que levou à troca do trabalho manual pelo trabalho mecânico, o capitalismo sofreu alterações. Os produtos manufaturados foram substituídos por industrializados e estes se difundiram pelo cenário mundial.
Nesta época, a doutrina do liberalismo econômico foi estabelecida. Basicamente, esta é a ideia de que o Estado não deveria intervir na economia. Esta deveria ser regulada apenas pelas leis do mercado em um possível equilíbrio de preços e custos de produção.
Outras características do capitalismo industrial foram:
Esta fase do capitalismo corresponde ao final do século XIX e início do século XX, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, por causa da expansão da globalização.
Nos países mais desenvolvidos, a economia passou por um processo de financeirização. Houve um deslocamento do poder industrial para o poder financeiro das empresas.
O capitalismo financeiro foi o resultado da união do capital bancário e do capital industrial, já que as empresas estavam se dividindo em ações. Elas mesmas começaram a ser comercializadas como se fossem produtos.
A bolsa de valores está neste contexto.
Outras características são:
Em todas estas variações para explicar o que é capitalismo, uma realidade permanece a mesma, que é justamente o poder que as pessoas têm para escolher o querem, o que não querem e de quem comprar.
A cooperação começou a ser mais vantajosa do que a competição selvagem. A competição continuou a existir, mas como capacitação e busca por novas oportunidades e melhores meios de entregar algo.
A história da renda no mundo o confirma. Hoje, a sociedade está muito mais rica do que já foi. Mesmo aqueles considerados pobres atualmente possuem um excelente padrão de vida se comparado com o de seus antepassados.
Há uma maior abundância de recursos, possibilidades, menos pobres, menos miséria. Atualmente vivemos o melhor momento da história da humanidade, com menos pobreza e mais riqueza.
O capitalismo proporcionou esta geração de riqueza, esta conexão entre as pessoas.
Se alguma força intervém nesta relação de cooperação e competição, na relação de liberdade e criatividade, um desestímulo é gerado e a geração de riqueza não será a mesma.
Há uma desconfiança nas pessoas de que se tudo for entregue ao capitalismo, haverá um desequilíbrio no bem-estar social. Sem qualquer tipo de intervenção, grupos de pessoas podem beneficiar apenas a si mesmas, gerando o caos em certas áreas da sociedade.
Não há total confiança em delegar tudo à livre-iniciativa de uma forma totalmente isenta de um poder intervencionista.
Para resolver isto, o socialismo não é uma opção. Já houve tentativas de chegar ao socialismo de forma mais radical, e o resultado da natureza levou a parar este caminho. O resultado foi catastrófico e milhares de vidas foram perdidas.
Por outro lado, a aproximação menos radical do capitalismo gerou muita riqueza, muito bem-estar e muita qualidade de vida.
Entretanto, os pontos negativos do capitalismo podem ser facilmente percebidos em sua aproximação da doutrina do liberalismo.
Como o capitalismo é um sistema de livre comércio, pode-se esperar que um país capitalista tenha uma completa descentralização econômica e nenhuma interferência do Estado.
Não existe um país 100% capitalista no planeta, da mesma forma que não existe nenhum país 100% socialista.
O que existe são os sistemas intervencionistas que se aproximam do estilo socialista, tendo sua meta à esquerda; ou que se aproximam do capitalismo, tendo sua meta à direita.
Os países mais capitalistas do mundo são aqueles que possuem o maior índice de liberdade econômica. Existem diversas listas de liberdade de comércio, uma das principais é o relatório anual do Fraser Institute.
De acordo com os relatórios desse instituto, os países mais capitalistas do mundo são: Hong Kong, Cingapura, Nova Zelândia, Suíça, Geórgia, Estados Unidos e Irlanda.
A ideologia liberal não se confunde com o capitalismo mas apoia esse sistema econômico. A principal característica desse pensamento é exaltar a liberdade humana.
Suas origens são:
O humanismo liberal é acrescentado a estas características. Nele, a liberdade é considerada a essência absoluta do ser humano, que por sua vez é considerado bom sem ter que fazer nada para isso. É o homem que se determina a si mesmo.
Em uma economia liberal, o fundamento é a lei da oferta e da procura, o fim último da economia é o lucro, o trabalho é considerado apenas uma mercadoria e a liberdade e a propriedade privada são considerados direitos absolutos.
Nesta união da economia capitalista e ideologia liberal, o resultado é que o lucro se torna o motor essencial do progresso econômico, a concorrência se torna lei suprema e a propriedade privada como um bem absoluto sem obrigação social.
Um dos principais críticos do capitalismo é Karl Marx. Suas obras visam criticar esse sistema econômico e propor a criação de um sistema contrário: o comunismo. Para Marx, o capitalismo é um sistema que fortalece a exploração social.
O livro O Capital é uma das suas principais obras de análises e críticas econômicas. Ele descreve o capitalismo com base na premissa de que as relações econômicas são a essência da vida social.
Os outros elementos culturais, psicológicos, morais e religiosos que compõem a vida do homem, inclusive anteriores ao surgimento do capitalismo, são omitidos.
A única relação que recebe foco é a do capital-trabalho, fundada na alienação, no fetiche pelo dinheiro e na destruição dos laços de participação comunitária.
Nesta ótica marxista, o ser humano é visto como um indivíduo inexpressivo usado como marionete pelas forças mecânicas de produção e consumo.
Esta descrição tem sido aceita por muitas pessoas, embora o capitalismo, como ela descreve, nunca tenha ocorrido. Não se trata de uma cultura; afinal, os países onde o capitalismo mais aderiu foram aqueles que mais permaneceram firmes em suas tradições, especialmente as religiosas.
A leitura da história aponta que os países mais vulneráveis ao ateísmo foram na direção oposta, preferindo o socialismo.
Como esta é a versão mais conhecida, a do capitalismo sendo uma criação puramente burguesa para oprimir a classe proletária, é necessário fundamentar as principais características do capitalismo.
Em sua forma pura, o marxismo defende que pela revolução a classe operária deve tomar os meios de produção dos burgueses. A teoria de Karl Marx e Friederich Engels está contida no livro Manifesto do Partido Comunista.
O governo, por sua vez, deve suprimir os burgueses para que percam a hegemonia na manutenção do poder, que constituem juntos a infraestrutura e a superestrutura.
A superestrutura é a dominação das classes. Os trabalhadores, com sua força de produção, formam a infraestrutura. A superestrutura é pensada para manter os operários alienados.
Marx defendia que o comunismo seria alcançado mediante a ditadura do proletariado (socialismo). Somente dessa forma as estruturas sociais seriam alteradas.
Para quebrar as estruturas de classes é preciso opor: empregados contra patrões, homens contra mulheres, ricos contra pobres, negros contra brancos e homossexuais contra heterossexuais.
A intenção é levar a sociedade ao caos, dividindo-a e causando o máximo de antagonismos.
Quanto ao Estado, precisaria de mais poder político para forçar a sociedade em um molde ideológico, com normas arbitrárias. Tudo isso pode ser conferido nas afirmações de célebres socialistas e estão no Livro Negro do Comunismo.
Outra famosa ideia defendida por Marx é a comunidade total dos bens, em que nada seria de ninguém, tudo seria de todos.
“De cada qual, segundo sua capacidade, a cada qual, segundo suas necessidades.”
Mas na história da humanidade, isso não se verificou, porque cada homem se dedica mais ao que é seu e não vê razão em outros gozarem de um fruto pelo qual não trabalharam.
- Veja a opinião de Felipe Rosa, professor do Mestrado em Economia do Centro de Estudos Superiores Manuel Ayau, sobre as ideias econômicas de Karl Marx:
Em seu livro Ação Humana, Mises defendeu que se houver mais pessoas do que a riqueza disponível, a sociedade empobrecerá e que, portanto, é necessário ter controle de natalidade.
Alguns estudiosos discordaram do maior nome da Escola Austríaca de economia. Para eles, limitar o número de filhos em uma família é ferir a liberdade e precificar tudo. Se uma família não pode ter dois filhos porque a riqueza deve ser dividida, a lógica humana foi ferida. A ordem natural é reproduzir-se e, enquanto espécie, ir adiante.
Outros viram ainda um problema moral em limitar a quantidade de filhos para não perder qualidade de vida.
O erro mais notório, no entanto, envolve a importância do crescimento populacional.
Há cinco mil anos, havia aproximadamente quatro milhões de pessoas. Em três mil anos, o contingente populacional era de cem milhões. Entre 1700 e 1800, houve outro pico no crescimento populacional e hoje existem sete bilhões de pessoas no mundo.
A observação histórica é suficiente para perceber que o aumento populacional não diminui a geração de riqueza, mas a aumenta. Mises baseou essa parte de sua teoria no pensamento de Thomas Malthus, já refutado pela história.
A teoria malthusiana foi considerada errada porque o ser humano aprimorou suas técnicas de produção, conseguindo garantir recursos suficientes para toda a população mundial. Contudo, muitos ficam sem alimento devido a maneira que sua distribuição ocorre.
Com o desenvolvimento tecnológico humano, terras inférteis passaram a produzir grandes quantidades de alimento.
O brasileiro, Alysson Paulinelli, por exemplo, desenvolveu na década de 80 técnicas e tecnologias que fizeram o cerrado brasileiro ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo.
Antes de sua inovação, o bioma era infértil, seco, com pouca umidade e matéria orgânica.
O Brasil precisava importar alimentos para garantir a subsistência da população.
Paulinelli e sua equipe, então, trabalharam para recompor todos os elementos químicos, físicos e biológicos da região.
Com seu trabalho, o Brasil passou a ter uma agricultura tropical altamente sustentável e produtiva.
Atualmente, apenas 7% do território brasileiro é utilizado para a lavoura. O Brasil, sozinho, fornece alimento suficiente para aproximadamente 900 milhões de pessoas no mundo todo.
Outro exemplo são os kibutz de Israel. Mesmo estando no meio do deserto, os israelenses conseguem produzir alimento para a população a partir de pequenas comunidades com a utilização de tecnologia avançada.
Outro aspecto que a teoria malthusiana não previu adequadamente foi a extensão do planeta Terra.
Todos os mais de 7 bilhões de habitantes do mundo conseguiriam viver em uma cidade do tamanho do Texas.
A cidade teria a mesma densidade populacional de Nova York, possuindo zonas industriais, áreas verdes, escritórios e residências.
Dessa maneira, apenas o Texas estaria ocupado por seres humanos, com o resto do mundo inteiro disponível para a produção de recursos.
No Brasil, o homem ainda não pisou em 80% do território da Amazônia, que representa mais de 60% do território total do país.
A BRASIL PARALELO ENTRETENIMENTO E EDUCAÇÃO S/A, é uma empresa brasileira fundada em 2016 por jovens em Porto Alegre.
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