Se uma pessoa vive com um medo excessivo do que os outros estão pensando dela, paralisa ao ter que falar em público, sente seu corpo suar e tremer ao conversar com um estranho, então, provavelmente ela tem ansiedade social.
Segundo dados do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, 26 milhões de brasileiros sofrem com esse transtorno.
Conheça o que é ansiedade social, seus principais sintomas e descubra sete técnicas para aliviar essa síndrome.
Ansiedade social, também chamada de sociofobia ou fobia social, é o nervosismo exagerado ao lidar certas situações sociais, como falar ou comer em público, indica o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais( DSM-V).
Os indivíduos que sofrem desse transtorno, ficam muito nervosos ao ter que lidar com pessoas desconhecidas, sentem um grande medo de seu julgamento e de serem humilhados e, muitas vezes, paralisam.
Isso pode fazê-los evitar as situações que os deixam incomodados, levando até mesmo a uma demissão no serviço ou término de relacionamento.
É um grande obstáculo em suas vidas e causa grandes prejuízos.
“Nos casos mais graves, as pessoas não saem de casa, não comem, nem mesmo utilizam banheiros coletivos”, diz Maria Cecília Freitas Ferrari, psiquiatra e pesquisadora do Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da USP de Ribeirão Preto ao Portal do Governo de São Paulo.
A ansiedade social não deve ser confundido com a timidez, que não é uma síndrome, mas sim um traço da personalidade. Esse traço não é um fator limitante, não impede de fazer algo, se bem gerido.
É normal que em algumas situações qualquer pessoa possa ficar constrangida ou temerosa, mesmo não sendo tímida nem possuindo fobia social.
Por exemplo: um músico vai fazer a sua primeira apresentação e sente seu coração disparar e seu corpo tremer ao ver a plateia.Porém, consegue tocar e, à medida que a apresentação acontece, ele se acalma.
Num outro exemplo, tem-se um jovem que vai conhecer seus futuros sogros.
Ele passa a semana toda com dor de estômago ao pensar nesse momento e teme causar má impressão.
No caminho, está tão distraído que quase bate o carro, e durante todo o encontro, seu nervosismo não passa, suas mãos ficam o tempo todo suadas e tremendo.
Nesse caso, essa pessoa apresenta sinais e sintomas de ansiedade social.
A ansiedade tem três componentes: o fisiológico, o cognitivo e o comportamental, como descrito no livro Vencendo a Ansiedade Social com a Terapia Cognitivo-Comportamental: Manual do Paciente, de Debra A. Hope, Richard G. Heimberg e Cynthia L. Turk.
No aspecto fisiológico, segundo o livro citado, a pessoa pode apresentar os seguintes sintomas:
Além disso, ela também dá sinais relacionados ao componente cognitivo: começam a aparecer pensamentos de medos desproporcionais.
O ansioso social pensa que algo muito ruim vai acontecer se ele der sua opinião; interagir com desconhecidos; comer, beber e falar em público.
O portador de ansiedade social começa a sofrer por antecipação por coisas que ele acha que podem acontecer. Esses pensamentos o levam para o terceiro componente do transtorno: o comportamental. Assim, ele foge do que tem medo.
“O cérebro acaba interpretando as situações como uma ameaça legítima [à integridade]. É lutar ou fugir", afirma psicóloga Nataly Martinelli à Folha de Pernambuco.
Seus sintomas são aliviados no momento que toma a decisão de escapar, o que faz com ela queira fugir sempre e isolar-se.
Mas a cada vez que faz isso, momentos depois, sente-se incapaz e derrotado, o que reforça a ansiedade na próxima situação parecida e cria-se um círculo vicioso, chamado espiral descendente da ansiedade.
Para uma compreensão mais profunda do assunto, é preciso investigar quais as causas que levam alguém a esse transtorno.
Algumas teorias foram criadas para tentar explicar a causa desse transtorno, como é apresentado no livro Como Superar Timidez e Ansiedade Social, de Dra. Paula Machado.
A teoria do Déficit de Habilidades Sociais, apresentada por J. P. Skills Curran, é uma delas. O autor defendia que a ansiedade social poderia ser um defeito nas habilidades de relacionamento, ou seja, a pessoa não sabe se comportar nas diferentes situações da vida, como até mesmo iniciar uma conversa.
O modelo Crenças Irracionais é outra dessas teorias. Defendido por Albert Ellis, psicólogo estadunidense, esse modelo afirma que tais sintomas podem ser fruto de crenças como a busca exagerada pela perfeição.
Dra. Paula também apresenta as teorias defendidas por Heimberg, Juster, Hope e Mattia, que defendem a ansiedade social é resultado de vários fatores, como:
Mesmo com todos os sintomas, é possível que grande parte dos casos sejam amenizados ou curados.
A fobia social pode ser tratada pelo psiquiatra e pelo psicólogo.
É comum que os psiquiatras receitem remédios para reduzir os sintomas da ansiedade.
Medicamentos como paroxetina, sertralina ou venlafaxina são opções a serem receitadas nessa situação, diz Dra. Paula Machado.
Porém, apesar de possivelmente apresentarem eficácia na redução dos sintomas, os fármacos podem expor o paciente aos efeitos colaterais, e podem não solucionar as raízes do problema. Em grande parte dos casos é necessária a intervenção do psicólogo.
O ansioso social pode tomar algumas medidas para lidar com a síndrome.
Conheça 7 dicas para lidar com a ansiedade social:
No momento da crise, a pessoa pode listar cinco coisas que ela vê, quatro que ela pode tocar, três que pode ouvir, duas que ela pode cheirar e uma que ela pode sentir o gosto, como é indicado no livro Como Superar Timidez e Ansiedade Social.
Isso é uma técnica que ajuda o ansioso a se concentrar na realidade ao seu redor e focar em seus sentidos.
Desse modo, ele quebra o círculo vicioso de pensamentos negativos que levam a mais sensações ansiosas.
Diversos estudos comprovam que a prática religiosa gera melhoras físicas e mentais nos indivíduos.
Um desses estudos foi feito por Dr. Luciano Bernardi, da Universidade de Helsinki, na Finlândia.
Ele chegou à conclusão de que a recitação do rosário acalma a respiração e os batimentos cardíacos.
Assim, é possível que o ansioso tenha uma melhora nas palpitações ao ter momentos separados para rezar.
Para reduzir o ritmo da respiração,o livro Vencendo o Pânico, de Bernard Rangé e Angélica Borba, sugere inspirar contando até três, segurar o ar também contando até três e soltar contando até seis.
O processo deve durar alguns minutos, até a pessoa se sentir melhor.
Diante de situações de perigo, como um ataque de um animal feroz, o corpo libera uma série de hormônios a fim de preparar-se para a fuga.
Assim, o coração e a respiração aceleram. Na ansiedade acontece a mesma coisa, mas sem o perigo iminente.
Então, é necessário gastar essa energia acumulada no corpo que está ansioso, por meio da prática de exercícios físicos, principalmente aeróbicos, ensina Bella Falconi em entrevista ao Portal da Brasil Paralelo.
É comum que a pessoa que tem fobia social fique nervosa ao ter que falar em público ou até mesmo conversar com alguém.
Para reduzir esses sintomas, é necessário aumentar os níveis de serotonina e testosterona no sangue.
A cientista Amy Cuddy descobriu que é possível fazer isso por meio da pose de poder.
Essa é uma pose que a pessoa deve fazer em frente ao espelho por dois minutos.
Consiste em ficar como um super herói, com as mãos na cintura, além de costas eretas e ombros para trás.
Isso estimula os hormônios e aumenta a autoconfiança.
Os atletas, antes de participar de uma competição, entram no local com fones de ouvido, blindando-se das vozes críticas da plateia com as músicas.
Pensando nisso, a professora de oratória Giovanna Mel em seu curso Direto ao Ponto, ensina a ouvir músicas agitadas antes de uma apresentação, para estimular a coragem.
O que também pode ser feito pelo ansioso antes de um encontro com desconhecidos.
Ao fugir, o cérebro acredita que há de fato um perigo iminente e reforça essa sensação a cada vez que a pessoa passa por situações parecidas.
É preciso enfrentar, mesmo que aos poucos, essas circunstâncias para acostumar-se com elas. É o que a corrente psicológica do behaviorismo ensina.
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A ansiedade social é apenas um de tantos outros transtornos mentais existentes.
Buscando investigar e aprofundar-se no estudo da saúde mental, a Brasil Paralelo produziu o documentário inédito A Fantástica Fábrica de Sanidade.
A Brasil Paralelo é uma empresa de entretenimento e educação cujo propósito é resgatar bons valores, ideias e sentimentos no coração de todos os brasileiros. Em sua história, a empresa já produziu documentários, filmes, programas, cursos e séries que tratam de história, filosofia, economia, educação, política, artes e atualidades.
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