“O nacionalismo pode ser uma forte arma para o Estado, uma alavancagem para ele obter obediência, impostos fáceis, mão de obra barata, angariar jovens que se sacrifiquem em guerras contra povos que nunca viram, nunca conheceram nem fizeram nada contra eles”. Adriano Gianturco
O Nacionalismo é um sentimento de apreço pela nação e pelas características culturais e sociais que ela carrega. Porém, ele pode servir, conforme pontua o professor Adriano Gianturco, a um projeto de Estado. Entenda o que é Nacionalismo.
O nacionalismo é uma ideologia política, uma corrente de pensamento que valoriza todas as características de uma nação e coloca seus interesses acima de tudo. Ela valoriza as características comuns de uma comunidade nacional, quais sejam:
A ideia de Nacionalismo tem precedentes no período medieval, no momento em que as monarquias absolutistas promoveram a centralização dos reinos.
É a partir da Revolução Francesa que surge o Nacionalismo na configuração que hoje se tem.
Ele motivou guerras, como as Napoleônicas, e processos de independência ou unificação como nos casos dos Estados Unidos, da Alemanha e da Inglaterra.
A ideologia do nacionalismo provém desse sentimento de pertença à cultura de um país e de identificação com a pátria. Todos os elementos nacionais são exaltados e valorizados por um nacionalista.
Suas principais características são:
Além das características do Nacionalismo, algumas ideias costumam ser defendidas por quem compartilha dessa ideologia. São elas:
Assim o nacionalismo corresponde à identidade nacional, definida em termos de origem comum, laços culturais, língua e etnia, e a questões como a autodeterminação, envolvendo a soberania sobre assuntos internos e internacionais.
O termo Nacionalismo surge pela primeira vez na história durante a Revolução Francesa para desqualificar a turba revolucionária. O Abade Augustin Barruel utiliza dele do seguinte modo em seu livro “Memórias da História do Jacobinismo”:
“O nacionalismo ocupou o lugar do amor geral (…) Autorizou-se então a desprezar os estrangeiros, enganá-los e ofendê-los”.
Para ele, o Nacionalismo era o oposto do patriotismo, pois associava-se a um amor cego do Estado e ao ódio contra os estrangeiros, tudo em nome do povo e da vontade geral.
A palavra Nacionalismo surgiu, portanto, de maneira pejorativa.
Depois da consolidação dos ideais iluministas na França, parte da população passou a rejeitar o Estado absolutista e monárquico que em seu país vigorava. Por isso, começaram a buscar um governo popular, onde houvesse participação dos cidadãos em primeiro lugar.
Esses valores se espalharam pelo continente europeu e chegaram a países que ainda não estavam consolidados enquanto Estados-nação, como a Itália, a Alemanha, a Bulgária, a Noruega e a Albânia.
O Nacionalismo desperta então um sentimento comum a todas as pessoas que se identificam com sua nação. Os governantes, sabendo disso, podem mobilizá-las de modo a explorar esse sentimento com finalidades políticas.
Além dessas características, há também um elemento indispensável no entendimento do Nacionalismo: a formação de um exército nacional por cidadãos.
O exército napoleônico foi o primeiro grande exército nacional composto de pessoas que lutavam pela nação francesa e identificavam-se como membros de um só corpo nacional, de uma só pátria.
Sendo assim, o nacionalismo, desenvolvido no século XIX, compreendeu um conjunto de sentimentos, ideias e atitudes políticas que resultaram na formação dos Estados-nações contemporâneos.
Alguns movimentos históricos foram influenciados pelo nacionalismo, são alguns exemplos:
O teórico Ernest Gellner em seus estudos abordou amplamente a questão do Nacionalismo.
Para ele, a ideia de nação, o nacionalismo e o Estado-nação são adventos da civilização moderna que tiveram origem na Revolução Industrial do fim do século XVIII.
O sentimento nacionalista, segundo o teórico, não é observado nas sociedades tradicionais, mas é um resultado da complexificação das estruturas políticas e econômicas.
A sociedade de massas não possui um elemento familiar ou tradicional que una uma população tão grande, portanto o sentimento é estimulado para gerar essa coesão.
Há um movimento nacionalista brasileiro?
Muitos consideram que a maioria do povo brasileiro não é nacionalista, ou só demonstra amor pela nação na altura de grandes competições esportivas como a Copa do Mundo e as Olímpiadas. Mas, ao longo de sua história, o Brasil passou por momentos em que a ideologia Nacionalista teve grande impacto no país.
Um dos grandes exemplos foi a já mencionada Era Vargas. Parte do ideário de Getúlio Vargas envolvia o apelo ao Nacionalismo do povo e a valorização dos símbolos brasileiros.
Vargas incentiva o nacionalismo de diversas formas:
Durante o governo Vargas também houve a atuação dos Integralistas, um partido político que tinha o nacionalismo presente nas suas ideias.
O regime militar de 1964 também contou com grande apelo nacionalista. Ele foi bastante incentivado por meio de campanhas ufanistas para conquistar simpatia da população.
Assim, surgiram os slogans: “Ninguém segura este país”, e: “Brasil, ame-o ou deixe-o”, além das músicas com refrão: “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo; ninguém segura a juventude do Brasil”, e: “Este é um país que vai pra frente (…)”.
A ideia era contagiar a população em torno de um mesmo objetivo: amar a própria nação e defender o próprio projeto político.
Patriotismo remete à herança cultural e aos símbolos de uma nação, enquanto Nacionalismo remete à ideia de país e sua organização política.
Desse modo, é possível haver nação sem país, como é o caso dos povos curdos e bascos, bem como é possível que haja países que podem abrigar distintas nações, como é o caso do Império Romano dada a sua pluralidade cultural.
Ou seja, o Nacionalismo envolve um certo grau de patriotismo, mas é algo ligado ao compromisso com um projeto político.
Já o patriotismo autêntico transcende interesses políticos e partidários imediatos, e envolve o amor autêntico por toda a bagagem cultural de uma nação.
O nacionalismo exacerbado ou exagerado pode ser chamado de ufanismo, e acontece quando um político, uma cultura, ou a população tem orgulho excessivo de seu país, o que normalmente leva a medidas extremas.
Esse exagero, em geral, leva ao autoritarismo e à perseguição dos que não são considerados parte da nação.
Algumas ações comuns são:
Uma das principais consequências desse sentimento nacionalista exagerado é o sentimento de superioridade da própria cultura e do próprio país face a outros.
Isso gera grandes problemas de embates interiores ao país, como racismo, xenofobia e discriminação com imigrantes, por exemplo.
Em alguns países as ideias nacionalistas estão presentes ainda hoje.
Alguns casos de Nacionalismo atuais são marcantes:
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