O marxismo cultural é uma vertente da teoria marxista que entende que a transformação da sociedade e da política é feita com base em esforços académicos e intelectuais contínuos para subverter a cultura ocidental.
A revolução tomará o poder não pelas armas, mas pela destruição de valores e crenças tradicionais que serão substituídos pelos valores revolucionários.
A modalidade marxista cultural surge a partir dos escritos de Antonio Gramsci.
A teoria marxista é uma das ideologias mais influentes no mundo moderno. Seus preceitos se desenvolveram e inspiraram diversos governos e movimentos sociais. Os principais pontos da teoria marxista são:
A teoria marxista não engloba apenas a obra de Karl Marx. Diversos autores desenvolveram suas teorias e as envolveram em outros campos do conhecimento, além de teorizarem novos desdobramentos para as teses de Marx.
Um dos principais desdobramentos da teoria marxista é justamente o Marxismo Cultural, aponta o artigo The Frankfurt School, Political Correctness, and the Cultural Marxist Agenda, de William S. Lind, formado em história pela Universidade de Princeton.
Os trabalhadores ao redor do mundo não se uniram como Marx previa. Novas correntes do socialismo foram se espalhando pelo mundo, como na Rússia em que uma vanguarda formada por burgueses tomou o poder em nome do povo.
Na China, Cuba, Vietnã, e outros países viveram experiências socialistas com ideias diferentes daquelas originalmente propostas por Marx.
Apesar das diferenças, há um padrão da teoria marxista que se replica: o espírito revolucionário.
Para o professor de direito e filosofia Marcus Boeira, há um método operacional das revoluções, ele as chama de modalidades de guerra.
São três as modalidades de guerra que são desdobramentos da teoria revolucionária marxista:
A revolução lenta e pacífica é feita por meio da guerra cultural. Sem que seja derramado sangue ou sem que as pessoas sequer percebam, a revolução vai tomando as instituições, símbolos da cultura e modificando ambos para consolidar seu projeto de poder. A estratégia foi desenhada por Antonio Gramsci.
A guerra de informação é uma estratégia adotada por vários países no século XX, especialmente no contexto da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria. Ocupar espaço, controlar informações cruciais, são formas de deter vantagens objetivas contra adversários.
Da Guerra Cultural para a Guerra de Informação houve um ponto de inflexão que é a Hegemonia. O ponto de inflexão da Guerra de Informação para a Guerra de Narrativa se chama Indústria da Desinformação.
Saul Alinsky é quem percebeu que melhor do que tomar a informação do adversário para ter uma vantagem competitiva, é lançar uma informação falsa sobre o adversário que o coloca em xeque perante todos os demais. Plantar uma mentira proposital para comprometer os planos de ação do adversário — para isso é usado a tática da desinformação.
O tenente-general da STB, Ion Mihai Pacepa, aponta em seu livro Desinformação, que essa estratégia foi realizada e incentivada pela KGB ao redor do mundo.
A estratégia das modalidades de guerra foi usada para propagar a teoria do Marxismo Cultural. Este movimento começa com um pensador italiano.
Antonio Gramsci foi um teórico do partido comunista italiano responsável por compreender que era perda de tempo fazer uma revolução armada.
Empreender uma guerra para conseguir o poder a fim de tomar o Estado para implementar o socialismo através da planificação da economia e de tudo aquilo que a teoria socialista propunha, para Gramsci, não era a melhor opção.
Ele argumentou que era mais fácil, por meio das instituições culturais, fazer as pessoas acreditarem que o sistema não vale nada e que o socialismo é a melhor opção.
Gramsci entendia que a revolução cultural era um fronte de batalha muito mais viável que o estado de armas implementado por Lênin na União Soviética.
Outros teóricos se debruçaram no problema do não engajamento dos proletários com a revolução. O filósofo húngaro Gyorgy Lukacs culpou a cultura ocidental como causa da alienação dos trabalhadores.
Para o pensador, a mistura da teologia judaico-cristã, com o direito romano e a filosofia grega era uma invenção dos burgueses para iludir os proletários.
Diante da descoberta, o filósofo exclamou: “Quem nos salvará da cultura ocidental?”
A resposta não demorou a surgir. Felix Weil, utilizou de sua fortuna familiar para fundar o que veio a se chamar “Escola de Frankfurt”: um “think tank” marxista que, abandonando as ilusões de um levante universal dos proletários, passou a dedicar-se ao único empreendimento viável que restava: destruir a cultura ocidental.
A escola de Frankfurt foi uma escola de pensamento que surgiu sob o nome de Instituto de Pesquisas Sociais na Universidade de Frankfurt, Alemanha, aponta.
Suas ideias são um desenvolvimento da teoria do Antonio Gramsci.
Desde o princípio, foi criada com a finalidade de destruir a cultura ocidental, atacando o capitalismo, a dimensão religiosa da vida e a tradição clássica.
O marxismo original foi adaptado para que influenciasse o Ocidente e mudasse a cultura por meio das ideias e da linguagem, alterando os hábitos das pessoas.
Os principais pensadores da Escola de Frankfurt eram filósofos ou sociólogos marxistas, como:
As ideias desses teóricos permanecem vivas nos dias de hoje, sobretudo nas universidades e nas grandes mídias de comunicação. A partir do ensino acadêmico e da formação de novos profissionais, as ideias frankfurtianas permeiam a cultura.
A Escola de Frankfurt está inserida no contexto histórico do século XX. Apesar das duas guerras mundiais, os trabalhadores não se uniram contra seus patrões como Marx previa. Além disso, devido à Revolução Russa, as discussões sobre a implementação de regimes socialistas se fortaleceram.
A queda do Muro de Berlim não significou o fim das ideias socialistas. Ao contrário, seu aparente fim serviu para estas ideias se fortalecerem no Ocidente. Não há dúvidas de que os Estados Unidos venceram militarmente, mas a verdade é que o povo americano entregou sua cultura ao inimigo.
Fundamentalmente, os pensadores de Frankfurt desenvolveram dois importantes conceitos:
“O processo de destruição da capacidade de compreensão e a tentativa e o esforço de iludir o estudante, o observador, aquele que é alvo de um processo de deformação, de desinformação, ele produz consequências adiante, produz consequências na própria história.” Percival Puggina
Essas estratégias são os pilares do Marxismo cultural.
Saul Alinsky foi um grande estrategista político que comungava de ideais marxistas e encontrou meios de implementá-las na sociedade. Era filho de russos que imigraram para os Estados Unidos e tinha em Lênin um grande ídolo.
Honrou seu lema: “a revolução se faz escondida”.
Seu principal livro, “Regras para Radicais", contém seu itinerário para promover uma revolução marxista.
Para entender suas ideias, um importante episódio de sua vida resume bem:
Estava se reunindo com um grupo de militantes que haviam decidido fazer uma manifestação contra o Bush pai.
Alinsky estava no meio do movimento, mas ainda era desconhecido da militância e as pessoas estavam discutindo sobre posições e ações. Os militantes estavam sugerindo acusar o Bush pai de ser assassino e de apoiar racistas.
Alinsky, então, compartilhou sua ideia: vestir alguns indivíduos com roupas da Ku Klux Klan (KKK), movimento mais racista da história dos EUA, para que, em determinado momento, no meio da manifestação, declarassem apoio a Bush.
Para ele, isso seria muito mais eficiente do que um protesto de oposição.
Além disso, propôs que ligassem para jornalistas, para que cobrissem a manifestação, a fim de infiltrar, na mídia, a narrativa de que a KKK apoiava o Bush.
Como a investigação para descobrir se eram ou não membros da KKK e reportar a notícia real demora muito tempo, a notícia falsa já estaria disseminada.
Assim, o resumo de suas estratégias consiste em:
Outro episódio marcante de sua vida foi quando foi entrevistado acerca da questão do objetivo das ONGs. O entrevistador lhe perguntou qual era o objetivo da ONG e ele, talvez levado pelo momento, respondeu: “o problema nunca é o problema. O problema é sempre a revolução”.
Com base nas teorias de Saul Alinsky, da Escola de Frankfurt e de Antonio Gramsci, o Marxismo Cultural ganha força no cenário político global.
Segundo o professor Marcus Boeira:
“Essa base revolucionária não está totalmente ancorada em Marx. Há muitas outras teorias presentes, mas um fato é inexorável: de todas as teorias revolucionárias produzidas na História Contemporânea, a teoria que mais ganhou força cultural e política tenha sido a teoria marxista da revolução, que se propagou e ganhou novas roupagens à medida que as diferentes escolas sociológicas passaram a desenvolver teorias sociais ampliadas que, de alguma forma, acabavam numa noção da guerra e da revolução como plano de fundo da civilização humana”.
Como foi colocado por Saul Alinsky: o problema é sempre a revolução. O motor de diversos movimentos sociais e teorias modernas é apenas um: a revolução. É possível citar o exemplo do famoso movimento Black Lives Matter.
A fundadora do movimento alegou publicamente que as três criadoras do BLM são “Marxistas treinadas”:
As minorias hoje pautam o debate público. Muito é dito sobre suas reivindicações e suas críticas, mas pouco é dito sobre suas origens e propostas.
Outro movimento que segue o mesmo rumo é o feminismo, um movimento político e social extremamente popular. Suas concepções pautam a mídia, o debate público e até interações sociais.
Por trás da feição conhecida se esconde outra; muitos apoiadores do movimento sequer a conhecem, mas já foi revelada A Face Oculta do Feminismo.
O discurso politicamente correto, a linguagem neutra, tudo isto e outras diversas pautas são frutos da influência da implementação teórica do marxismo cultural.
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