A história do comunismo foi um dos acontecimentos mais influentes da história moderna. Quase metade do mundo aderiu às ideias de Karl Marx e Engels ao longo do século XX, mudando a vida de indivíduos, sociedades e gerando novas disputas entre nações.
Mesmo países que não aderiram formalmente ao pensamento comunista, recebem influências políticas e culturais até os dias de hoje.
Conheça agora a história do comunismo e suas principais consequências.
A história do comunismo ganha projeção internacional com o pensamento de um homem: Karl Heinrich Marx. Ele nasceu em 05 de maio de 1818 em Tréveris, na Alemanha. Foi filósofo, político, economista, sociólogo e jornalista. Sua família era de judeus de classe média.
Quando adolescente, ingressou na Universidade de Bonn. Cursava Direito quando começou a se engajar na política estudantil. Não muito tempo depois, ele se transferiu para a Universidade de Berlim, onde conheceu o pensamento de Hegel, outro conhecido filósofo da modernidade.
Desse momento em diante, ele passou a condenar mais fortemente tanto o Estado quanto a religião, mostra David McLellan no livro Karl Marx: His Life and Thought.
Devido a suas posições revolucionárias, Marx foi expatriado e expulso da Alemanha, refugiando-se em Londres. Lá, ele conheceu Friedrich Engels, filho de grandes empresários.
Os dois se tornaram grandes amigos, desenvolvendo juntos as ideias comunistas. Engels usou o dinheiro das indústrias de sua família para financiar os estudos e a divulgação das ideias comunistas.
Nessa época, eles delinearam os principais pressupostos da visão de mundo que transformaria o século XX. Karl Marx e Engels condenavam:
O sistema comunista defendia que a população deveria compartilhar as propriedades e viver em uma comunidade sem a moral tradicional do Ocidente. Para eles, o ser humano é um ser apenas material que deveria aumentar a produção de bens físicos, sendo uma enganação buscar a transcendência.
Alguns dos principais livros de ambos, que contém os principais pressupostos do comunismo, são:
Após publicar suas obras comunistas e escrever sobre a opressão contra os operários, Marx e Engels foram convidados a participar de sociedades secretas revolucionárias que lutavam pelo direito dos trabalhadores.
O historiador Vladimir Tismaneanu explicou à Brasil Paralelo que a sociedade da época estava em condições de miséria causadas por abusos feitos na Revolução Industrial. Os operários da época estavam criando sociedades secretas para se organizar e mudar a situação econômica e social da Europa.
"Em uma carta à Rainha Vitória, o primeiro-ministro da Inglaterra, Benjamin Disraeli disse em outras palavras: 'as condições dos trabalhadores são tão terríveis que, se algo não for feito, será impossível impedir uma revolução", disse no I Episódio de História do Comunismo.
Os dirigentes da Liga dos Justos conheceram as obras de Marx e Engels e os convidaram para participar do grupo.
Tempos após ingressar na Liga, Marx e Engels travaram um debate com o célebre teórico comunista Wilhelm Weitling diante dos operários e sindicalistas.
Weitling defendia a imposição imediata do comunismo, e Marx defendia que era preciso esperar as condições sociais certas, pois sua teoria supostamente científica demonstrou que a natureza da humanidade levaria a uma revolução orgânica.
A opinião dos membros do partido ficou a favor de Marx e Engels, e pouco tempo depois eles foram alçados à posição de chefes do grupo, mostra o Épico História do Comunismo, da Brasil Paralelo.
O que convenceu o público foi a argumentação de Marx de que sua teoria era o socialismo científico, não o utópico.
O nome da sociedade secreta mudou para Liga dos Comunistas. Em 1848, eles publicaram O Manifesto do Partido Comunista, panfleto que é uma das principais bases da história do comunismo.
Devido a fama de Marx nos movimentos revolucionários dos proletários, ele foi convidado para participar do grupo chamado Primeira Internacional. O grupo buscava se organizar para instaurar o socialismo no mundo, começando pela Europa, mostra o livro History of the First International de G. M. Stekloff.
A fundação da organização foi o resultado de esforços coletivos de líderes trabalhistas, ativistas e intelectuais de várias partes da Europa. Marx fez parte do Conselho Geral do grupo.
O principal feito da organização foi divulgar ideias comunistas para inflamar a Primavera dos Povos, os protestos dos trabalhadores europeus contra a administração dos governos que não estava os ajudando a lidar com a fome e a pobreza.
Porém, a Primeira Internacional se desfez sem ter tido conquistas políticas. Um dos motivos de seu término foi a divisão interna.
Marx e seus seguidores brigavam constantemente contra Mikhail Bakunin e seus seguidores: para Marx, o comunismo deveria ser precedido por um Estado socialista forte; para Bakunin, a sociedade deveria abolir o Estado de imediato.
O grupo se desfez, mas Engels não perdeu as esperanças.
Em 1899, Engels fundou a Segunda Internacional com o mesmo objetivo da primeira, mas a iniciativa falhou.
Segundo o historiador James Joll, no livro The Second International 1889-1914, desde o início o grupo estava dividido entre adeptos da social-democracia, anarquia, anarco sindicalistas, socialistas-cristãos e marxistas que não concordavam no processo revolucionário e com a visão de mundo dos demais membros.
Com a Primeira Guerra Mundial, as brigas cresceram, cada membro do movimento defendia a visão de seu país contra as demais. Nesse momento, o grupo se desfez.
Apenas com Lenin, na Rússia, que a história do comunismo sairia da teoria.
A história do comunismo tem sua origem na Europa continental, mas logo outro local se torna protagonista: a Rússia.
Após a abertura a intelectuais europeus promovida pela czarina Catarina, a Grande, intelectuais russos passam a seguir ideias revolucionárias, tais como as de Voltaire e Hegel.
Pouco tempo após o surgimento das teorias comunistas, Karl Marx se tornou conhecido no país. Com a formação de uma mentalidade revolucionária, o país se torna cada vez mais propenso a revoltas sociais.
Esses grupos foram se radicalizando, seu intuito era instaurar o comunismo o mais cedo possível. Para alcançar seu objetivo, o grupo Vontade Popular assassinou o czar Alexandre II.
A história do comunismo na Rússia só começou devido à morte de Alexandre Ulyanov, irmão de Lenin.
Durante os estudos universitários de Alexandre na Universidade de São Petersburgo, ele se juntou ao grupo revolucionário Pervomartovtsi e foi escolhido para participar da missão que montaria uma bomba para assassinar outro czar, o Imperador Alexandre III, conhecido por suas políticas reacionárias e absolutistas.
Antes que eles colocassem os planos em prática, os oficiais do Imperador os prenderam e os enforcaram em praça pública. A morte de Alexander marcou a família, especialmente Lenin.
O jovem tomou ódio do Império e das instituições tradicionais, comenta Ronald Clark, no livro Lenin. Antes disso, Lenin não se importava com política, explicou o historiador Victor Sebestyen no II episódio do Épico História do Comunismo, que fala sobre Lenin e a revolução russa.
Em 1889, a família se mudou para a cidade de Samara. Rapidamente, Lênin encontrou um grupo socialista, fundado por Alexei Sklyarenko e se juntou a eles.
Foi nesse momento que ele descobriu o livro O Capital, de Karl Marx, obra que marcaria toda a sua trajetória. O historiador Robert Service aponta que Lênin dizia ser "apaixonado por Marx e Engels".
Lenin passou a militar cada vez mais dentro do movimento comunista russo, ascendendo a cargos de liderança no partido. Após anos de dedicação, ele se tornou líder de uma facção do partido conhecida como bolcheviques.
Seu grupo queria instaurar o comunismo de imediato, enquanto o outro grupo, os mencheviques, acreditavam que era preciso esperar a Rússia se industrializar para depois fazer a revolução, como Marx preconizava.
Em 1915, a monarquia russa estava enfraquecida e com pouco apoio popular. Apesar disso, resolveu entrar nos conflitos da 1ª Guerra Mundial. Enquanto isso, operários nas fábricas produziam armas e soldados russos roubam dinheiro do exército para a revolução.
O reinado do czar Nicolau II dá sinais claros de fraqueza. Durante a guerra, a fome se alastra pela Rússia e novas revoltas e greves tomam as ruas, explica o historiador Donald Sassoon no II episódio de História do Comunismo.
Em fevereiro, os trabalhadores da Rússia anunciaram uma greve geral. Liberais e mencheviques comandam as manifestações e pressionam pela queda do czar. Nicolau II renunciou e o parlamento russo assumiu o comando da Rússia em caráter provisório.
Este evento ficou conhecido como Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca.
Outro núcleo de poder surgiu nesse momento: o soviete de São Petersburgo. O poder russo torna-se dual devido à aliança de liberais e comunistas.
Lenin queria tomar o poder, acabar com o novo parlamento, e dar todo o poder aos sovietes. Com difamações, Lenin minou a reputação dos liberais e instigou o povo a protestar contra a lentidão de suas reformas, radicalizando o movimento.
Os mencheviques queriam implementar uma constituição, criar novas instituições de poder e organizar toda a nova estrutura política russa de maneira democrática. As reformas davam passos lentos e não sanavam as principais demandas populares:
Lenin adotou uma estratégia perspicaz: publicamente dizia apoiar o regime provisório. Por trás dos bastidores, incitava o povo a promover uma revolução mais incisiva.
A radicalização das massas diante das lentas reformas serviram como uma legitimação das ideias de Lenin.
Em 23 de outubro de 1917, o exército vermelho se reúne no soviete de São Petersburgo e marcha para derrubar o governo provisório. Este evento ficou conhecido como Revolução Vermelha, ou Revolução de Outubro. Assim, os comunistas chegaram ao poder.
Para fazer com que a história do comunismo não se restringisse à Rússia, Lenin e seus camaradas fundaram a Internacional Comunista.
A Internacional Comunista (Comintern ou Komintern, do alemão Kommunistische Internationale) foi iniciada em março de 1919. Foi uma organização criada para unir os partidos comunistas e promover uma revolução global.
Isto se deu após a vitória da Revolução Bolchevique em 1917, com Lênin liderando o Partido Comunista Russo. Sua sede era em Moscou e ela durou até 1943.
A direção era conduzida pela Pequena Comissão ou Uskaia Komissia, responsável pelas decisões sobre aspectos políticos e inteligência. Ela também ligava o Comintern ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS).
O grupo buscava desenvolver os grupos geridos e desenvolvidos por Karl Marx, baseando-se na Liga dos Comunistas e na Primeira Internacional.
Dos 7 Congressos Mundiais da Internacional Comunista, alguns tiveram especialmente o Brasil como uma das principais pautas. Antonio Bernardo Canellas, um brasileiro, fez parte do alto escalão do Comitê Executivo dos comunistas de Moscou.
A abrangência da Internacional alcançou a América do Sul. Alguns eventos do regime militar de 1964 estão relacionados ao plano do Comintern de espalhar o comunismo pelo mundo.
- Saiba mais sobre a Internacional Comunista e suas principais realizações.
Os principais feitos de Lênin como governante foram:
Ao assumir o poder, Lênin emitiu uma série de decretos para iniciar o socialismo e posteriormente o comunismo na Rússia, a sociedade sem Estado e propriedade. Na realidade, o país não se viu sem Estado ou sem propriedade, o governo tomou tudo para si.
O historiador Robert Service aponta que as principais políticas de Lênin foram:
Muitos socialistas do mundo criticaram as políticas de Lênin, afirmando que esse período foi uma mancha na história do comunismo.
Alguns dos principais críticos de esquerda foram Karl Kautsky, Rosa Luxemburgo, Piotr Kropotikin e outros, narra James Ryan no livro Lenin's Terror: The Ideological Origins of Early Soviet State Violence.
Lênin decidiu retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. Mesmo com alguns de seus colegas desejando manter a guerra para espalhar a revolução, o líder da Rússia acreditava que manter o país na guerra poderia acabar com seu governo e atrapalhar a revolução internacional.
Para retirar a Rússia da guerra, Lênin aceitou entregar grande parte do território do país para a Alemanha através do acordo Brest-Litovski, perdendo uma parte significativa do território produtivo russo, narra Richard Pipes.
A iniciativa agradou o povo que sofria com os conflitos, fortalecendo a história do comunismo na Rússia.
Para lidar com a fome de 1918, Lênin afirmou que o país estava mal devido aos grandes agricultores que escondiam alimentos para aumentar o preço de seus produtos. Devido a essa convicção, Lênin ordenou que as forças armadas do país invadissem a terra dos agricultores e procurassem alimentos.
No início da operação, Lênin ordenou que 100 desses agricultores fossem enforcados em locais públicos para servir de exemplo para os outros.
A maioria das ordens de assassinato que Lenin emitia não envolvia seu nome, mas pseudonimos, ele tinha medo que a população não gostasse de suas medidas extremas, aponta Dmitri Volkogonov na obra Lenin: Life and Legacy.
O líder da Rússia socialista defendia a violência para acabar com os resquícios da antiga estrutura social do país, chegando a afirmar:
"O Estado é uma instituição construída pelo exercício da violência. Anteriormente, esta violência era exercida por um punhado de sacos de dinheiro contra todo o povo; agora nós queremos organizar a violência no interesse do povo (trecho retirado do livro Lenin: A Biography, de David Shub)".
Nesse momento foi iniciada uma política de extermínio contra burgueses, pessoas com muitos bens e que apoiavam de algum modo a reação anticomunista. Pessoas que Lênin considerava não desejáveis também foram assassinadas, como prostitutas e mendigos, algo comum na história do comunismo.
Estimativas apontam que foram assassinadas de 50 a 140 mil pessoas nesse período, aponta o historiador Richard Pipes.
No governo Lenin, a Rússia capitaneou a formação da União Soviética (URSS), mantendo o governo comunista até 1991. A URSS foi um dos principais marcos na história do comunismo, já que ela fomentou o comunismo em outros países.
Uma das principais iniciativas foi a Internacional Comunista. Logo após a Rússia, o maior país que entrou para a história do comunismo foi a China.
Na época da revolução, Stalin e Mao Tsé Tung trocaram muitos telegramas. A URSS foi uma aliada importante para a história do comunismo na China, mostra a revista Problemas em sua edição nº 23, de dezembro de 1949.
A China foi tomada pelo furor revolucionário e converteu-se em um governo socialista. Em outubro de 1949, Mao Tsé-tung liderou uma revolta junto a um grupo de camponeses e, por meio de um golpe, proclamou a República Popular da China.
A revolução e o novo regime eram pautados com base nas teorias de Marx e Lenin. O Partido Comunista assumiu o poder na China, encerrando uma longa guerra civil. Este evento deu início a uma nova nação, mudando a história do comunismo.
Mao buscou industrializar o país e mudar a tradicional estrutura agrária chinesa. Para isso, criou grupos de trabalho e fazendas coletivas, proibindo a agricultura particular e a propriedade privada.
A coletivização e a centralização da economia transformaram a sociedade. Os chineses foram obrigados a parar de cultivar alimento para se dedicar à metalurgia, por exemplo, já que no campo industrial, a China estava bem atrasada.
Para reverter este problema, Mao Tse-Tung promoveu o Grande Salto para Frente. O novo modelo de agricultura e os esforços pela industrialização se mostraram ruins. A China enfrentou uma grande crise alimentar devido à escassez de alimentos produzidos.
A fome matou cerca de 45 milhões de pessoas entre 1958 e 1962, segundo estimativas de Frank Dikötter, autor do livro “A grande fome de Mao – A história da catástrofe mais devastadora da China”.
Dikötter é historiador, especializado em questões chinesas e presidente do instituto de Ciências Humanas de Hong Kong desde 2006.
O autor registrou até casos recorrentes de canibalismo em algumas vilas chinesas. Dikötter acessou os arquivos do PCC e identificou casos chocantes em que pessoas desenterraram seus parentes para se alimentar.
Deng Xiaoping criou o programa “Portas Abertas”, convidando empresas estrangeiras para o país. Poucos dias depois, as garrafas de Coca-Cola chegaram. Oito presidentes americanos, de Richard Nixon a Barack Obama, injetaram dinheiro na economia chinesa.
A estratégia era o cálculo de que a prosperidade e os bens de mercado ajudariam a China a tomar uma via mais inclinada aos valores liberais. O resultado foi a maior transferência econômica do mundo.
Para entender em profundidade como o comunismo tomou a China e se reformulou para abrir sua economia sem abrir mão dos valores marxistas, a Brasil Paralelo foi até o país para produzir o 6º episódio de História do Comunismo.
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Após a Rússia e a China, a história do comunismo se encontrou com uma ilha da América Central, sendo instaurado definitivamente no Ocidente pela primeira vez.
As universidades cubanas já possuíam ativistas marxistas desde meados do século XX. Foi durante seu curso de Direito que Fidel Castro teve contato com a teoria comunista. Unindo as teses nacionalistas de José Martí com Karl Marx, o guerrilheiro mudou a história da ilha, aponta a autobiografia Fidel Castro: My Life.
Castro começou as atividades de guerrilha após o golpe de Estado do general Fulgêncio Batista de 1952. Seu governo era pró-Estados Unidos e anti-comunista.
Fulgêncio cortou as relações diplomáticas com a União Soviética, perseguiu sindicatos e grupos e personalidades socialistas de Cuba. Fidel Castro e outros membros de seu partido tentaram impedir as medidas de Fulgêncio por meio de processos jurídicos, mas não obtiveram resultado.
Não encontrando meios legais de fazer valer sua ideologia, Castro começaria as atividades de guerrilha.
"O regime de Batista é um regime de terror, e a única maneira de derrubá-lo é por meio da força", disse Fidel Castro, em uma entrevista em 1953 para Lee Lockwood, publicada no livro Castro's Cuba, Cuba's Fidel.
Não vendo opções de ação em Cuba, Fidel partiu para o México para organizar o movimento paramilitar.
Em seu exílio, Fidel trouxe diversos cubanos e latinos para a guerrilha chamada Movimento 26 de Julho. Dentre eles, estava Che Guevara, argentino comunista que tinha se mudado para o México em busca de participar dos principais grupos socialistas da América Latina.
Após organizar os guerrilheiros, Fidel, seu irmão Raul Castro e mais 80 guerrilheiros viajaram para Sierra Madre, Cuba, mostra Robert E. Quirk, autor do livro Fidel Castro.
Grande parte do povo cubano apoiou os guerrilheiros com mantimentos, esconderijos e até mesmo participando das ações militares
Após uma longa campanha de guerrilha, os comunistas saíram vitoriosos. O governo cubano logo realizou uma reforma agrária e a criação do instituto de indústria e arte.
Segundo o jornalista Tad Szulc, correspondente de Cuba para o The New York Times, as principais medidas de Fidel Castro no poder foram:
Foi no final de 1960 que a relação de Cuba com os Estados Unidos seria deteriorada. Após a vitória das guerrilhas, Fidel chegou a visitar os EUA e conversar com o vice-presidente Richard Nixon, porém, as reuniões não deram frutos.
Devido a socialização dos bens de empresas americanas e acusações trocadas entre os dois governos, os EUA cortaram relações com Cuba, parando imediatamente de comprar commodities da ilha.
A União Soviética aproveitou a situação e se aproximou de Cuba, fazendo uma oferta por grande parte da produção de açúcar do país. Foi nesse momento que os dois países se tornaram grandes aliados, marcando para sempre a história do comunismo.
A Rússia foi uma das maiores inspirações da revolução de Fidel. A URSS seria a principal financiadora de Cuba até sua queda, em 1991.
Após esse momento, Fidel Castro fortaleceu a amizade com os países e grupos socialistas da América Latina, aponta a pesquisadora Julia Sweig, autora de Cuba: What Everyone Needs to Know.
Fidel Castro cometeu diversos crimes contra a humanidade, afirma Carlos Eire, professor na Universidade de Yale, em um texto publicado no Washington Post.
Alguns dos principais crimes foram:
Para conhecer detalhes da revolução cubana e a atual situação do país, a Brasil Paralelo foi até a ilha produzir o 4º episódio do épico História do Comunismo.
Entrevistamos especialistas e pessoas que vivem sob o regime cubano diretamente da fonte, indo atrás de fontes e de vivências primárias.
O IV episódio é exclusivo para Membros-Assinantes. Toque aqui para garantir seu acesso a todos os episódios do Épico História do Comunismo. Toda a produção só foi possível devido aos Membros-Assinantes
A Brasil Paralelo é uma empresa de entretenimento e educação cujo propósito é resgatar bons valores, ideias e sentimentos no coração de todos os brasileiros. Em sua história, a empresa já produziu os documentários mais assistidos da história do Brasil, filmes, programas e cursos sobre história, filosofia, economia, educação, política, artes e atualidades.
Atualmente, existem 6 países declaradamente comunistas/socialistas. Eles são:
Zoe Martinez nasceu e foi criada em Cuba até a adolescência. Ao ser indagada pela revista Aventuras na História sobre a vida na ilha socialista, disse:
"Em Cuba, a população é privada do maior direito de todos: a liberdade. Sem a liberdade não temos nada. Cuba é um país sem liberdade, sem os direitos fundamentais garantidos. É um país onde você não pode sair na rua e se manifestar, como é aqui no Brasil".
A resposta de Zoe veio no contexto dos protestos de 2021, quando milhares de cubanos foram às ruas para pedir liberdade.
Dentre as pautas dos protestos de 2021, a falta de itens básicos de alimentação e saúde era uma das mais das principais reclamações da população, disseram manifestantes entrevistados pela BBC News Mundo, reportou o G1.
Desde a vitória dos guerrilheiros socialistas e comunistas do movimento de Fidel Castro, em 1959, Cuba é governada por um único partido, o Partido Comunista de Cuba. Apenas o Partido pode controlar o país e o povo não pode votar nos políticos.
Como o sistema político cubano é o comunismo, não há espaço para um mercado livre legalizado, os habitantes da ilha só podem receber itens básicos do governo. Para isso, cada cidadão possui uma caderneta que registra a quantidade de bens que cada família pode receber.
Figuras internacionais elogiaram Cuba como exemplo de liberdade e organização social, uma delas é Nelson Mandela. Em um discurso proferido em Cuba, em 1991, Mandela disse:
"O povo cubano tem um lugar especial nos corações do povo da África. Os internacionalistas cubanos fizeram uma contribuição sem paralelo para a independência, a liberdade e a Justiça na África, por seu caráter íntegro e abnegado .
Desde seus primeiros dias, a revolução cubana tem sido uma fonte de inspiração para todas as pessoas amantes da liberdade".
Uma reportagem da organização Fiocruz elogia o sistema de educação e o sistema de saúde da ilha. O artigo destaca a diminuição do número de analfabetos no país, bem como o sistema de saúde disponível para todos os habitantes.
Entre 1959 e 1970, mais de 500 mil pessoas fugiram de Cuba. Em 2021, 180 mil pessoas deixaram a ilha às pressas, mostram dados da alfândega e da guarda costeira dos EUA. Atualmente, o país passa por uma crise econômica, com a inflação tendo chegado a 70% em 2021 e a 44% em 2023.
Em entrevista exclusiva para a Brasil Paralelo, no programa Contraponto, Zoe Martinez deu mais detalhes sobre a vida no país. Confira:
Em outros países, a experiência socialista possui diferenças notáveis, embora certos aspectos da essência socialista permaneçam.
Após a revolução de 1949, a China adotou o comunismo como modelo de governo. A sociedade se desestabilizou após a aplicação do marxismo nas políticas públicas, levando a mais de 45 milhões de mortes entre 1958 e 1962.
O livro A grande fome de Mao — A história da catástrofe mais devastadora da China aponta que a principal causa das mortes foi a falta de itens básicos do país, já que o novo modelo socioeconômico fez com que a agricultura e as indústrias não conseguissem produzir alimentos e bens para toda a população.
Após a grave crise, os chineses abriram sua economia para receber investimentos estrangeiros sem abandonar o socialismo.
O 3º episódio do documentário O Fim das Nações, da Brasil Paralelo, mostrou que o governo chinês não abandonou as políticas comunistas de controle social e econômico, mesmo abrindo as relações econômicas exteriores. Não há liberdade de opinião nem de imprensa.
Os veículos de informação e comunicação são comandados pelo do PCC. A internet também não está sob o controle do Estado, afirma John Tang, fundador do Epoch Times.
Os cidadãos da China não conseguem acessar livremente a internet. Ela é controlada pelo firewall chinês, uma espécie de programa que controla e rastreia toda a rede chinesa. Sites, pesquisas, transmissões e diversos conteúdos são bloqueados.
Alguns dos sites bloqueados são:
O acesso às informações sobre a Coréia do Norte são restritos, já que os habitantes não podem se comunicar com o exterior, afirma Jieun Baek no livro North Korea's Hidden Revolution: How the Information Underground Is Transforming a Closed Society.
O autor deste livro e outros especialistas, como David Hawk da Humans Right Watch, afirmam que a Coréia do Norte é uma das ditaduras comunistas mais totalitárias e violentas da história.
Segundo eles, os habitantes não têm acesso a nenhuma informação a parte do que é transmitido pelo governo. Os cidadãos precisam venerar a família de Kim Jong Un e não têm acesso a livre mercado.
Shin Dong-hyuk é um ex-prisioneiro norte-coreano que nasceu e cresceu em um campo de concentração e se tornou um dos mais influentes porta-vozes da violência da Coréia do Norte.
Após sua fuga em 2005, Shin passou a viajar pelo mundo para contar sua história e falar sobre a situação nos campos de concentração.
A República Moldava da Transnístria era parte da antiga União Soviética. Após o colapso da URSS, generais de uma pequena faixa de terra ao lado oeste da Ucrânia proclamaram independência, fundando o país em 1992.
A comunidade internacional, como os países da ONU, não aceitam o país como um Estado soberano.
Os órgãos oficiais do país afirmam que o sistema político adotado é a República comunista, tendo adotado o sistema de voto popular para todos os cargos políticos, como parlamentares e políticos.
Em 2007, um relatório sobre liberdade no mundo publicado pela ONG Freedom House, com sede nos EUA, descreveu a Transnístria como um território "não livre", com um histórico ruim nos direitos políticos e nas liberdades civis.
O Laos é um país do Oriente próximo ao Vietnã e da China. Em 1975, no contexto da Guerra Fria, guerrilheiros comunistas tomaram posse do país, instaurando a República Democrática Popular do Laos.
Desde então, o governo socialista assumiu o controle de todos os meios de comunicação e criou campos de reeducação para aprisionar os adversários políticos, afirma o Washington Post. Segundo o jornal, esses campos ainda existem.
De acordo com a BBC News, o Laos é um dos países mais pobres do leste da Ásia, sendo dependente da ajuda econômica do Japão, da China e do Vietnã. A reportagem da emissora britânica afirma que, fora da capital do país, muitas pessoas vivem sem eletricidade ou acesso a instalações básicas.
O Vietnã é um país socialista de partido único, governado pelo Partido Comunista do Vietnã desde a sua fundação em 1975.
O país passou por um grande processo de reformas econômicas na década de 1980, conhecido como "Doi Moi", que liberalizou a economia e incentivou o investimento estrangeiro.
Desde então, o país experimentou um crescimento econômico significativo e se tornou um dos países mais dinâmicos da Ásia, afirma o economista Joseph Stiglitz em seu livro Globalization and its Discontents.
Sobre os direitos humanos no país, a organização Human Rights Watch (HRW) critica o país por ser governado por apenas um partido. Segundo a instituição, o governo limita a liberdade de expressão, de mídia, a livre associação da população e outros direitos básicos, chegando a relatar casos frequentes de tortura policial.
Para se aprofundar no conceito e na história da ideologia que mudou a modernidade, a Brasil Paralelo realizou a maior produção audiovisual sobre o tema: História do Comunismo. Assista agora:
Toda a série foi feita sem dinheiro público, patrocínio, leis de incentivo à cultura ou qualquer coisa do gênero. O investimento foi possível graças aos membros-assinantes da Brasil Paralelo.
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