As frases de Jordan Peterson geram muitas polêmicas no debate público. A sua coragem de tocar em temas sensíveis e a sua habilidade de explanar argumentos complexos com simples frases, gera muitos fãs e inimigos. Para muitos leitores, as suas falas são capazes de dar mais significado à forma como levam a vida.
Jordan Peterson é um psicólogo clínico, professor emérito da Universidade de Toronto e que atuou como professor associado na Universidade de Harvard. Autor de muitos livros e artigos, ele é considerado um dos intelectuais mais influentes da atualidade.
O autor dedicou 15 anos à escrita da obra Mapas do Significado: A Arquitetura da Crença. Nesse livro ele investiga temas como a natureza do pensamento religioso, emoções e motivação para que seres humanos cometam atrocidades a serviço de uma ideologia.
Peterson se tornou um sucesso global quando resolveu gravar uma série de três vídeos para o YouTube. Esses vídeos receberam o nome de “Professor contra o politicamente correto”.
Ele estava reagindo a uma lei que tramitava no Canadá onde passaria a ser considerado crime não tratar uma pessoa pelo pronome que ela se identifica. Peterson acusava a lei de autoritária, e a partir destes vídeos ele se destacou na crítica à Ideologia de Gênero.
O Autor começou a ser convidado para entrevistas em emissoras de televisão que tinham como objetivo expor e desmentir as suas ideias, mas o efeito foi o contrário. Batendo em temas como coletivismo, feminismo e ideologia de gênero, Peterson ganhou uma legião de fãs.
Jordan Peterson ampliou a sua fama ao apresentar suas ideias. Seu pensamento foi responsável por influenciar jovens a aumentar a sua autoestima, ajustando a lente com a qual enxergam o mundo e se conhecendo melhor.
Essa frase de Peterson lembra uma frase de um dos seus autores preferidos, Friedrich Nietzsche: “Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E, se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você”.
Estar em contato com o mal pode fazer a pessoa estar suscetível a ele. Em algum momento essa pessoa pode começar a reproduzir comportamentos ruins por influência do ambiente em que está. Caso a pessoa sofra com isso combatendo o mal, como seria se ela estivesse próxima sem o combater?
A inação diante do mal já pode ser considerada negligência, algo ruim por si só. Em um cenário hipotético, uma pessoa andando na rua vê uma idosa tropeçando e deixando todas as compras caírem no chão. Caso essa pessoa saia andando e ignore a idosa, a inação dela é algo ruim por si só, ela recusou um bem diante do mal.
Isso vale para situações em que a ajuda não é por uma ação física, mas pela fala. Omitir a denúncia de um mal, segundo Jordan Peterson, é o primeiro passo para se tornar parte dele.
No livro Além da Ordem, Peterson argumenta como se sentir preso a algo que não motiva a pessoa pode ser uma das grandes causas de sua infelicidade. Muitas vezes, alguém que se sente incapaz de se arriscar para conseguir um trabalho melhor, permanece em uma empresa onde é maltratado e obrigado a trair os próprios valores.
Para o intelectual, o ideal seria essa pessoa começar a criar de imediato as condições para mudar a sua vida e ir trabalhar com algo que traga significado a ela.
Peterson alerta sobre o problema de jovens que querem mudar o mundo antes mesmo de transformarem as próprias vidas. Esses jovens se entregam a ideologias que vendem uma visão de mundo que parece muito perfeita e é como se, com pouco tempo de estudo, aquela pessoa passasse a identificar todos os males da humanidade.
Para o autor isso está ligado a uma certa arrogância, é essencial que o indivíduo faça um voto de humildade e foque em consertar a própria vida antes de se achar pronto para influenciar na vida dos outros. E quando fizer isso, que seja livre de ideologias que apenas cegam a análise clara da realidade.
Permanecer em uma situação ruim e tentar se conformar com ela é gerar um problema reprimido dentro de si.
Muitas vezes, as pessoas acabam descontando em outras pessoas essa frustração e falando ou fazendo coisas que se arrependem logo em seguida. Não é viável guardar os problemas, eles precisam ser resolvidos.
Nem toda comunicação humana é verbal. A forma como a pessoa se veste, a postura dela, o olhar, as expressões, tudo é uma forma de comunicação com os outros indivíduos.
Uma pessoa que anda curvada para baixo e com feições tristes está dando sinais de fraqueza ao outro. Assim, as pessoas a percebem dessa forma.
Todos vão passar a tratá-la como se ela de fato fosse isso, afinal, é a imagem que ela passa. O tratamento das pessoas a ela funcionará como um estímulo para que ela acredite que realmente é isso e continue agindo dessa forma. É um ciclo vicioso que se retroalimenta.
Existem pessoas que cuidam muito bem dos amigos, dos pais e até dos cachorros, mas acabam esquecendo de cuidar de si próprias. Essa frase de Jordan Peterson faz com que o leitor reflita que ele é importante o suficiente para ser bem cuidado por si próprio.
As amizades que uma pessoa cultiva impactam em como ela age. Engana-se quem acha que pode subestimar o impacto do ambiente em que vive sobre si mesma. Mesmo que um amigo não seja capaz de mudar o comportamento do outro, em alguma instância, ele vai influenciar essa pessoa.
Existem casos em que esse impacto é mais extremo, como quando amigos usuários de drogas convencem um indivíduo a entrar neste mundo. Jordan Peterson alerta nesta frase para a importância de se cercar de boas pessoas.
Jordan Peterson diz essa frase para se referir ao autor Alexandre Soljenítsin. Ele foi aprisionado em um campo de trabalho soviético. Foi preso, torturado e lançado na prisão pelo próprio povo. Depois foi acometido de câncer. Sua vida foi mais miserável por causa de Stalin e Hitler.
Em vez de culpar a Deus e aos outros, ele agiu como o autor de sua vida. O resultado foi expresso no livro Arquipélago Gulag, que pôs em xeque a credibilidade intelectual do comunismo, como uma ideologia ou sociedade.
A força interior de tomar o controle da própria vida e erguer-se diante dos desafios é que Peterson tenta incentivar com essa frase.
Um indivíduo não deve ignorar a sua responsabilidade e realidade próxima para tentar fazer algo que esteja além. A consequência disso é o caos para sua vida pessoal e o desastre para o governo. É preciso primeiro arrumar a cama, e depois tentar ajudar o mundo.
Esta frase se trata de uma orientação de Peterson para que o leitor comece a tomar responsabilidade pela própria vida antes de querer impactar a vida dos outros.
Carl Jung e sua teoria dos arquétipos são uma das principais bases intelectuais de Jordan Peterson. Os arquétipos são imagens que se formaram ao longo da experiência civilizacional humana e foram sendo passadas de geração em geração.
Isso ocorreu a partir de histórias, livros, mitos, ou seja, através das culturas. Essas imagens se tornaram algo compartilhado por todos, e de alguma forma orientam a maneira com a qual os seres humanos enxergam o mundo.
Nessa frase Peterson mostra como dois arquétipos muito bem definidos, o de Satanás e o de Jesus, são muito fortes na mente humana. Por isso, a ideia de bem e mal é acionada quando o indivíduo interage com qualquer coisa no mundo.
Conhecer esses arquétipos é essencial para que o indivíduo possa analisar melhor como ele enxerga o mundo, como o mundo é e como ele mesmo é diante do mundo.
Os homens precisam ser durões porque outros homens exigem isso e é o que as mulheres querem, ou não se sentirão seguras. Além do mais, os homens se tornam mais durões pressionando a si mesmos e uns aos outros.
O mundo atual, fortemente influenciado pela militância feminista, cria uma cultura onde existe uma repressão do masculino. O homem é impelido a não agir como homem. Jordan Peterson aponta para o perigo disso.
Para ele, o espírito que interfere quando os meninos estão tentando se tornar homens não é benéfico nem para as mulheres nem para os homens.
A vida é repleta de problemas e alguns enfrentam problemas mais intensos do que outros, mas a solução não passa por odiar a vida, isso apenas a deixa pior. Mesmo com todos os sofrimentos, as maravilhas da vida humana estão presentes.
O prazer de comer quando tem fome, de ver uma bonita flor desabrochar ou de acariciar um gato amigável no meio do dia, são pequenas evidências do dia a dia que mostram como o mundo é um lugar lindo.
Ao invés do indivíduo enfatizar os problemas, ele precisa se fortalecer para enfrentá-los e buscar alívio nas maravilhas que o mundo possui.
Para Peterson, existe no mundo uma tendência favorável a quem defende a ideia de uma tirania patriarcal. Ele argumenta que a disputa por posições na sociedade está ligada à competência, e não ao sexo da pessoa.
Como é da natureza masculina essa ambição pelo poder, os homens são julgados como tiranos. Isso é injusto com os jovens e os fazem distanciar da sua natureza, ficando menos motivados a buscarem a posição que antes ambicionavam.
Uma das causas que Peterson mais atua e que gera maior polêmica, é na luta por um resgate da masculina que, segundo ele, vem sendo agressivamente atacada.
Hoje a masculinidade é fortemente atacada pelo movimento feminista. O homem é acusado de alimentar o patriarcado que oprime as mulheres, para Peterson, isso é falso:
Viver preso ao resultado futuro é ter uma vida ansiosa e frustrada. É não saber aproveitar o presente onde há a vida. Dentro do trajeto que leva uma pessoa a um bom resultado, muitas coisas boas aparecem e elas são a verdadeira causa da felicidade. Amar o processo é tomar responsabilidade pela própria vida e sentir realização por estar cumprindo o seu dever.
O melhor passo para começar a estudar o pensamento de Jordan Peterson é pelo livro 12 Regras para a Vida: um antídoto para o caos. Ele faz uma introdução ao pensamento do autor e possui uma leitura mais fácil.
No documentário “Caos e Ordem: a ascensão de Jordan Peterson” é possível ver a fragilidade de um pensador que ajudou a fortalecer milhões de pessoas em todo o mundo.
Ele está disponível legendado em português, com alta definição na plataforma da Brasil Paralelo.
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