Estudar dói. Mas muitas coisas boas doem, precisamente porque exigem esforço, o que não anula o benefício dos frutos conquistados. Muitos se perguntam como estudar bem, porque realmente querem aprender. Nenhuma técnica muda o fato de que é necessário investir tempo e dedicação, cada qual a seu modo.
Entretanto, mesmo que a atividade seja a mesma, ela pode ser aprimorada. Muitos sabem que devem ler, mas como ler bem?
Muitos sabem que devem meditar o conteúdo aprendido, mas qual é o método para isso?
Fontes, livros pelos quais começar, atividades extras… Para estudar bem é necessário criar uma rotina. Tudo isso será abordado.
O primeiro passo para entender como estudar bem é olhar para si mesmo. Cada pessoa está em um estágio diferente de aprendizado. Alguns buscam uma vida intelectual, outros querem aprender apenas o que consideram necessário para alguma tarefa ou prova.
Responda a este questionário para se localizar:
Neste artigo sobre como estudar bem, o foco está centrado nas técnicas de estudo e de leitura. Para realmente aprender a ser mais inteligente, leia o conteúdo completo com o passo a passo para a vida intelectual.
Há uma frase de um filósofo grego que permaneceu imortal ao longo do tempo. Sócrates, sabiamente, disse:
“Só sei que nada sei”.
Alguém que pense que sabe algo, naturalmente não se ocupará em estudar o que julga saber. Mas se sabe que não sabe, procurará entender melhor o assunto.
Antes de aplicar as dicas sobre como estudar bem e como ler melhor, você precisa ter bem claro para si uma coisa:
Descobrir os limites de seu próprio conhecimento é um passo imprescindível para realmente alcançar bons resultados em seus estudos. Há também etapas de preparação interior, que podem ser conferidas aqui.
A seguir, as principais dicas serão explicadas.
Abaixo estão listadas as 19 dicas para estudar melhor. A partir delas, é possível que cada pessoa faça uma adaptação, considerando a intensidade com que deseja estudar e o tipo de estudo.
Algumas delas podem já estar sendo seguidas, enquanto outras serão novas.
Parece incoerente sugerir para as pessoas que não sabem como estudar bem. Seria de se esperar que, na busca da vida intelectual, perder-se nos livros fosse a lei. Mas não.
Os livros cristalizam a realidade intelectual que foi vivida em outro tempo. É como uma partitura.
O início está na experiência e o verdadeiro intelectual não se fecha para a realidade, para o mundo ao seu redor. A recomendação, portanto, é viver o mundo de verdade, sem criar um castelo mental desvinculado de tudo o mais.
Em outras palavras, as ideologias são inimigas do estudo, porque fecham o indivíduo ao mundo real e o aprisionam em seu mundo de opiniões. É necessário ter uma atitude de honestidade intelectual antes de se apegar aos livros.
Uma pessoa fechada em uma ideologia pode ler o quanto quiser algum livro que aponte o contrário. Ela não mudará, porque escolheu seguir uma linha por causa de sua paixão por uma vertente, não por causa da razão.
Este é um ponto muito importante do método de estudo vitoriano. A primeira coisa é ler. Então, um resumo é elaborado e memorizado. Com o conteúdo em mente, é possível meditar sobre o que foi lido.
A consumação da leitura se dá na meditação. É preciso refletir sobre o que foi recebido pela inteligência. Meditar sobre um conteúdo é como degustá-lo, saboreá-lo e olhar para ele como quem olha para um belo quadro na parede.
Pense sobre o conteúdo, imagine, descubra comparações, argumentações, críticas, desdobramentos. Isto é que faz uma pessoa estudar bem, pois elase lembrará do que aprendeu e saberá como colocá-lo em prática, interligando-o a outras áreas do conhecimento e da vida prática.
Questionar não é ser crítico em relação a tudo. Mesmo antes de criticar, é necessário estudar muito o assunto. Para Mortimer Adler, em Como Ler Livros, não se pode dizer “concordo” ou “discordo” antes que se possa dizer “eu entendo”.
No início da vida intelectual, o mais criticado deve ser o próprio estudioso. Questione-se a si mesmo sobre sua própria ignorância.
A honestidade intelectual consiste em dizer que se sabe o que realmente se sabe. Por outro lado, é também confessar que não se sabe o que de fato não se sabe.
É preciso uma atitude socrática.
“Todo o meu saber consiste em saber que nada sei”.
A ignorância do conhecimento é inimiga do intelectual; inimiga, portanto, de quem quer saber como ser mais inteligente.
Esta dica pode não ser tão simples, pois não é fácil encontrar jornais não-tendenciosos, já vinculados a partidos e ideologias. Muitas vezes, é necessário preservar-se de matérias que mais desinformam do que informam.
No entanto, saber o que acontece no mundo é fundamental. Busque fontes que você julgue confiáveis e entenda o cenário global. Já acostumado ao estudo da história, será mais fácil entender o presente.
Receba em seu e-mail o conteúdo dos portais que você escolher. Normalmente, sites de conteúdo oferecem um resumo do que foi publicado, uma seleção das melhores notícias e comentários dos colunistas.
Acompanhar esta diversidade de conteúdos e opiniões ajuda na busca de uma vida de estudos.
Um livro é considerado clássico por já ter abordado um assunto universal de forma excelente. São pontos altos da literatura reverenciados além do tempo e da cultura em que foram escritos.
Os clássicos transcenderam barreiras, abordando conteúdos que tocam o âmago humano. Sua leitura integra o aspirante a intelectual ao imaginário forte dos mestres da literatura.
Sugestões:
Uma das melhores maneiras de interiorizar o que se aprende é ensinar. Ter círculos de pessoas interessadas em aprender como ser inteligente é fundamental. Uma das consequências de aprender a estudar bem é descobrir maneiras de ensinar.
Muitos criam um clube do livro. Leem a mesma obra e debatem sobre ela. Isto é frutífero, pois exercita a habilidade de ouvir e de falar, que também são necessárias a um intelectual.
Ao mesmo tempo, aumenta-se a cultura geral ao ouvir o que diferentes pessoas têm a dizer sobre diferentes assuntos.
Sem ele, não é possível estudar bem e melhor. Defina, de acordo com sua realidade, quanto tempo por dia você pode dedicar à leitura.
Se você não reservar um tempo específico para isso, o risco de terminar o dia sem ter feito nenhuma leitura será enorme. Muitas outras atividades durante o dia ocuparão seu tempo de estudo e servirão como desculpa para deixar seu livro de lado.
As distrações podem ser séries, filmes e o próprio celular, em que as horas são gastas em redes sociais. O livro perde para esses concorrentes, porque são mais atrativos e permitem a passividade da pessoa.
A leitura e o estudo, no entanto, devem ser uma atitude ativa. Existem regras para uma boa leitura ativa. Elas estão resumidas no artigo sobre Como Ler Livros, de Mortimer Adler.
Antes de ler um livro, veja quantas páginas o capítulo tem e se seu tempo é suficiente para ir do começo ao fim. O conjunto de entendimento que um capítulo oferece deve ser compreendido em sequência.
A leitura de um capítulo em várias etapas pode fragmentar o entendimento e prejudicar a compreensão da ideia final. Portanto, sempre que possível, priorize a leitura de um capítulo do início ao fim, sem parar.
É aconselhável não ter o celular por perto durante sua prática de estudo.
Desta forma, o cérebro assimila melhor o conteúdo. A atividade mecânica reforça a atividade mental. Escrever as palavras, formar frases, dizer de outra forma o que foi entendido, tudo isso fortalece a memorização.
Na sequência, haverá mais frutos na meditação, como abordado na segunda dica. Além disso, uma sugestão de Adler para ler melhor e tirar mais proveito dos estudos é anotar no livro.
Grife, sublinhe, circule palavras-chave, escreva nas bordas, no sumário, etc.
Grandes escritores tinham sempre papel e lápis consigo. Se surgisse uma ideia ou uma frase, anotavam para não esquecê-la. Escrever novas ideias diariamente favorece a criatividade, o que também é fundamental para quem quer ser mais inteligente.
Os que conseguem escrever o que entenderam terão mais facilidade para falar e ensinar o que foi estudado.
Qual nome é referência em seu principal tema de estudo? Assista às suas aulas, palestras e cursos. Esta etapa da vida intelectual está vinculada à herança que recebemos dos que estudaram antes de nós e por mais tempo.
Se seu autor preferido já faleceu, procure os professores atuais que são especialistas em sua obra. Também é recomendável assistir a especialistas em vários assuntos, discursando sobre suas áreas.
Mesmo que você tenha selecionado um autor específico para aprofundamento, é aconselhável ter assuntos secundários no escopo de leitura. Se o assunto escolhido for complexo, reserve tempo para a literatura como lazer.
Romances, ficção investigativa, poesias, contos e crônicas podem cumprir este papel.
Esta prática está intimamente relacionada ao método mais avançado de leitura, que é o método sintópico.
Se você é do tipo que gosta de jogar no smartphone, alguns aplicativos podem ser úteis. Um deles é o Peak, com jogos para fortalecer as habilidades mencionadas acima.
Outro exemplo é o Lumosity, considerado um programa de treinamento do cérebro. Seus jogos envolvem lógica, matemática, pensamento crítico, memória e resolução de problemas.
Há alimentos e suplementos que são recomendados por nutricionistas para ajudar na concentração e memorização.
Em geral, é necessário ter uma alimentação saudável em primeiro lugar para dar conta de uma rotina e de estudar. Se for extremamente difícil se concentrar, alguns suplementos podem ser úteis.
Por exemplo, o Psiquiatra Italo Marsili recomenda alguns tipos que não possuem contraindicações. Eles ajudam a ter energia, concentração e memória: MCT; Whey Protein do tipo isolado com baixo teor de carboidrato, associado ao MCT; Q10 e D-Ribose.
Fortaleça o corpo também. Os benefícios dos exercícios físicos para a saúde, o estímulo do organismo, favorecem a disposição e o bem-estar para o estudo.
A sugestão é criar uma rotina. Levante-se sempre ao mesmo horário, faça a refeição adequada ao seu tipo, exercite-se (se possível) e comece os trabalhos e estudos. Faça isso durante um mês e você já notará muita diferença.
Exemplos básicos:
Esta é uma opção para aqueles que querem não apenas ser mais inteligentes e cultivar a vida intelectual. Algumas pessoas buscam novas habilidades, que exercitem diferentes áreas do cérebro.
Envolver-se com a música é uma excelente opção para compreender as emoções, treinar a inteligência, a imaginação e as habilidades motoras.
Esta é outra maneira de exercitar diferentes áreas do cérebro. Aprender outra língua enriquece o vocabulário da própria língua nativa, favorece a intertextualidade e ainda oferece o benefício de poder ler obras importantes em sua versão original.
Quanto tempo você passa no trânsito? No tempo entre um lugar e outro você poderia ouvir podcasts de seu interesse. Ouça os áudios das aulas, palestras e cursos. Esta é uma forma de alimentar o cérebro com informações relevantes, mais conhecimentos e novidades.
Estudar não é fácil e requer um esforço ativo, toma tempo e é menos agradável do que dormir, comer sobremesas e assistir a séries. No entanto, oferece mais benefícios. Todas as pessoas tendem ao saber, querem conhecer, e querem viver uma vida melhor aplicando o que sabem.
Para poder estudar bem, não é suficiente ter uma lista de regrinhas. É preciso realmente viver os estudos e buscar amar o conhecimento.
“A busca pela verdade evita que as pessoas vivam vidas de mentiras”.
Comente e compartilhe. Quem você acha que gostará de ler sobre como estudar bem?
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