A frase: “A Amazônia é o pulmão do mundo”, se espalhou pelo planeta ao ser utilizada pelos ambientalistas. Segundo eles, esse é um dos principais motivos para a internacionalização da floresta, para que ela deixe de ser do Brasil e passe a ser controlada por outros países mais desenvolvidos.
Contudo, a frase possui desvios científicos e midiáticos e esconde interesses políticos e econômicos diversos por trás desse simples jargão.
Este é apenas um dos temas que o novo filme Cortina de Fumaça, da Brasil Paralelo, aborda.
A Amazônia não é o pulmão do mundo. Joseph Priestley foi o primeiro cientista a explicar que, no processo de respiração, a vegetação da floresta consome quase todo o oxigênio produzido. A Amazônia não possui o tipo de vegetação que produz oxigênio para o mundo.
Segundo o climatologista Carlos Nobre:
“A Amazônia não altera muito o balanço de oxigênio. Ela, por exemplo, retira, anualmente, até dois bilhões de toneladas de gás carbônico da atmosfera, através da fotossíntese, e retorna para atmosfera cerca de 1,5 bilhões de toneladas de oxigênio.
Contudo, 1,5 bilhões de toneladas de oxigênio é uma fração muito ínfima, 0,001% do oxigênio do planeta”.
No processo de respiração das plantas, os efeitos são contrários aos da fotossíntese.
Os vegetais precisam fazer fotossíntese em ordem a adquirir energia para sua sobrevivência, é a maneira deles de se alimentar. Nesse processo, as plantas liberam oxigênio.
Contudo, a densa vegetação equatorial da Amazônia é composta em sua maioria por árvores. Elas consomem quase todo o oxigênio emitido durante a fotossíntese no processo de respiração.
Assim como os seres humanos, as plantas precisam do oxigênio para quebrar a molécula de glicose e produzir energia para a manutenção de sua vida.
As árvores da Amazônia consomem muito oxigênio para manter sua grande estrutura. Muitas árvores chegam a ter até 60 metros de altura, com copas largas e preenchidas.
Dessa maneira, a afirmação de que a Floresta Amazônia é o pulmão do mundo, é completamente falsa.
Mas, se isso é comprovadamente falso, por que esse argumento é utilizado por lideranças globais até hoje?
A frase surgiu em 1971, em uma entrevista do biólogo Harald Sioli, do Instituto Max Planck.
O repórter dessa entrevista cometeu um erro que traria grande repercussão.
Equivocadamente, ao transcrever uma das respostas da entrevista, o repórter esqueceu a letra C — símbolo do átomo de carbono — da fórmula CO2 (que representa o gás dióxido de carbono), que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio.
Em sua fala, o biólogo havia dito que a Amazônia é responsável por 25% do CO2 da atmosfera terrestre, não O2. Contudo, o erro rapidamente se espalhou pelo público, e assim se criou o slogan “a Amazônia é o pulmão do mundo”.
Rapidamente a informação falsa foi aproveitada por políticos.
Estes políticos utilizaram a frase em conjunto com o vasto histórico de tentativas de dominação da floresta brasileira para tentar promover a internacionalização da Amazônia.
O artigo da Gazeta do Povo, feito com base nas informações do professor de relações internacionais, Guilherme Casarões, demonstra a história das tentativas de dominação da Amazônia brasileira.
No século XIX, Matthew Maury, tenente da Marinha dos EUA, defendeu a invasão da Amazônia como forma de resolver os problemas sociais dos estados sulistas frente à pressão abolicionista.
A floresta seria, na visão dele, uma extensão natural do vale do Mississippi.
A tese de Maury se transformou em política de governo, resultando na nomeação de Willian Trousdale, em 1853, como embaixador do Brasil. O embaixador pôs em prática a exigência do tenente Maury de “assegurar aos cidadãos dos Estados Unidos o livre uso do rio Amazonas”.
Uma resposta a seus escritos e comandos foi publicada no jornal brasileiro “Correio Mercantil”, em 1853. A publicação gerou grande resistência de vários setores e autoridades brasileiras aos estadunidenses, que reagiram aos planos norte-americanos, conseguindo impedir-lhe a realização.
Em um de seus escritos, Maury declarou o seguinte:
“Quem deve povoar o grande vale do poderoso Amazonas? Deve ser ele habitado por um povo imbecil e indolente ou por uma raça empreendedora, que tem a energia e a iniciativa capazes de subjugar a floresta e desenvolver e utilizar os vastos recursos que ali jazem ocultos?“
Já a próxima tentativa de internacionalização da Amazônia partiu não só de uma, mas de muitas potências globais.
Na década de 1940, o cientista brasileiro Paulo Berrêdo Carneiro propôs a criação de um centro científico internacional na Amazônia, o Instituto Internacional da Hileia Amazônica (IIHA).
A UNESCO, união de potências internacionais, aprovou a ideia e começou o projeto em 1948, mesmo sem a permissão do governo brasileiro.
No final do documento de aprovação do projeto, elaborado pela ONU na Convenção de Iquito, lê-se as seguintes palavras:
“… preparar e acelerar o ulterior progresso dessa região e dos povos a ela vinculados… para o bem da humanidade“.
Também foi definido no documento que “qualquer país membro das Nações Unidas ou de algum de seus organismos” poderia participar do Instituto, inclusive na sua direção, uma gestão compartilhada com os que dariam suporte financeiro.
A ONU declarou que este conselho teria instância máxima de decisão sobre os projetos realizados na Amazônia, sem necessidade de aprovação do governo brasileiro.
Acusando o projeto de imperialista, os deputados brasileiros, sob a liderança de Artur Bernardes, deputado de Minas Gerais, barraram a realização do projeto no território brasileiro.
Mas a luta dos países estrangeiros para tomar a Amazônia não parou por aí.
Em 1987, a ONU publicou um relatório chamado Our Common Future (Nosso Futuro Comum). O artigo defendia um desenvolvimento material sustentável.
Logo após a publicação, devido a gestão ambiental da Amazônia, o Brasil se tornou alvo de críticas das mídias internacionais e dos países estrangeiros membros da ONU.
Em 1989, o então senador estadunidense Al Gore, militante ambientalista e futuro vice-presidente dos EUA, veio ao Brasil numa comitiva diplomática e fez a seguinte declaração:
“Ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós“
No mesmo ano, o presidente francês, François Mitterrand, propôs na Conferência de Haia a criação de uma entidade supranacional. Sua intenção era controlar o meio ambiente em todos os territórios do mundo, especialmente a Amazônia.
No seu projeto apresentado para as demais potências internacionais, o órgão teria poder de sanções até mesmo econômicas contra os países que apresentassem “má conduta” em matéria de proteção ambiental.
Seu projeto se baseava em um conceito jurídico chamado de “direito de ingerência”.
A tese foi criada pelo jurista francês, Bernard Kouchner.
Essa doutrina defendia que em casos de crise humanitária, a soberania de outros países deveria ser cancelada para impedir a devastação. Nesse momento, ela passou a ser estendida para “massacres ambientais”.
A delegação brasileira presente na conferência conseguiu vetar o projeto.
Outras declarações semelhantes foram feitas por outros líderes mundiais até os dias de hoje.
Assim, o panorama histórico deixa claro os interesses estrangeiros na Amazônia.
Recentemente, o presidente francês, Emmanuel Macron, utilizou valeu-se da frase: “A Amazônia é o pulmão do mundo”, para justificar a transformação da floresta brasileira em um território internacional.
Segundo ele, o Brasil não cuidava adequadamente da Amazônia. Ele afirmou que a floresta “geradora de oxigênio” para o mundo foi quase destruída pelas queimadas ocorridas em 2019.
Para Macron, diante do suposto descaso do governo brasileiro, a internacionalização do território é necessária para salvá-lo.
Porém, essa informação é falsa. As queimadas da Amazônia não estavam destruindo a floresta, conforme demonstrado no artigo sobre as queimadas da Amazônia.
Um dos exemplos é a prova pelas imagens de satélite. Estas mostram o crescimento da área preservada na floresta amazônica de 2004 para 2020, um ano após as queimadas.
Até mesmo a foto utilizada por Macron não era de 2019, mas sim de um fotógrafo falecido em 2003.
A fala de Macron recheada de informações falsas esconde interesses internacionais acerca da Amazônia brasileira.
Se a União Europeia assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul, o Brasil poderá vender seus produtos agrícolas por um preço menor que os da França devido a maior facilidade de produção no território brasileiro.
Se isso ocorrer, o subsídio anual para agricultura que a França recebe da União Europeia no valor de 7,35 bilhões de euros, será drasticamente reduzido.
Ademais, a França e outros países possuem empresas que lucram muito com as inúmeras riquezas existentes na Floresta Amazônica brasileira.
Um dos elementos essenciais dos principais perfumes franceses, o pau-rosa, utilizado no Chanel nº 5, por exemplo, só é encontrado na Amazônia brasileira. Cada unidade de 100ml do sobredito perfume é avaliada em aproximadamente R$650,90, com algumas edições chegando a custar R$1.105,00.
Se a Amazônia for internacionalizada, as empresas e os próprios países estrangeiros poderão explorar a região sem pagar impostos e sem fiscalização do governo brasileiro.
A Amazônia gera uma renda anual de 7 trilhões de reais devido às suas riquezas naturais.
A floresta brasileira possui a maior bacia hidrográfica do mundo, fornecendo água suficiente para toda a população mundial de sobra. Sozinha, sua reserva subterrânea de água pode sustentar o planeta por 250 anos.
E a maior parte de seu território ainda não foi explorado.
Além das soberanias estrangeiras, outros grupos lutam pela internacionalização da Amazônia: as ONGs.
A ONG Fundação Gaia Amazonas propôs a criação de um corredor ecológico que une a parte chilena dos Andes, a Floresta Amazônica e o Oceano Atlântico — o chamado “Triplo A”.
A proposta, que surgiu em 2015, é da ONG Fundação Gaia Amazonas, do antropólogo norte-americano Martin von Hildebrand. Seu objetivo é recuperar biomas alterados pela ação humana para favorecer o deslocamento de animais e o desenvolvimento da cobertura vegetal local.
A proposta ganhou ampla repercussão na mídia.
Caso fosse aceita, o Brasil perderia todo o controle sobre a Amazônia.
Outras ONGs também militam contra o governo brasileiro utilizando fake news. No caso das queimadas na Amazônia, o Greenpeace, ONG multimilionária e ativista política de esquerda, usou o argumento de queimadas catastróficas e se valeu de dados que eram insuficientes para corroborar suas teses.
Em 2017, o Ministério Público do Estado do Amazonas identificou irregularidades em 41 ONGs.
Segundo a Promotora de Justiça responsável pelo caso:
“Além do desvio de recursos e corrupção, algumas delas foram abertas tão somente para receber verbas”.
A promotoria pediu a extinção do Instituto Novos Caminhos que recebeu do governo do Estado do Amazonas o total de R$ 549 milhões entre 2014 e 2016, dos quais R$40,1 milhões foram realizados sem cobertura contratual.
Algumas ONGs, quando auditadas, não prestavam contas há 16 anos.
Um dos maiores escândalos envolvendo ONGs e a Amazônia é o caso dos investimentos de Johan Eliasch.
O milionário sueco, dono de indústrias, comprou através de sua ONG Cool Earth, uma área maior que a cidade de São Paulo nas áreas públicas da Amazônia, alegando que seu objetivo era proteger as árvores.
Segundo a Abin, há indícios de que as arrecadações financeiras da ONG são fraudulentas.
A agência considera mais grave o caso dos projetos em terra pública porque aí a ONG estaria criando direitos para estrangeiros sobre áreas brasileiras, à revelia das leis nacionais.
Inúmeros são os casos semelhantes, sendo um dos principais o do Fundo da Amazônia.
Apenas na Amazônia brasileira existem mais de 16 mil ONGs em atividade. A maioria é estrangeira.
Muitas frases como: “A Amazônia é o pulmão do mundo”, são comprovadamente falsas, mas continuam a ser utilizadas por políticos, mídias e ONGs.
O verdadeiro pulmão do mundo são as algas marinhas. Diferente das árvores, as algas marinhas produzem mais oxigênio durante a fotossíntese do que precisam na respiração, por onde, o excesso é liberado no meio ambiente.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Florestas, as algas marinhas são responsáveis pela produção de 54% do oxigênio do mundo e os mares funcionam como reguladores do clima no planeta.
Certas plantas e alguns procariotos produzem o restante do oxigênio.
Dessa forma, as algas marinhas são os verdadeiros pulmões do mundo. Sem os oceanos e suas algas, a temperatura terrestre poderia ultrapassar os 100ºC, o que inviabilizaria a vida no planeta.
Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e contêm 97% da água do planeta. É o oceano que viabiliza a vida na Terra. Devido a seus organismos fotossintetizantes, o oxigênio é liberado na atmosfera, influenciando diretamente as mudanças climáticas e as funções meteorológicas.
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