A Agenda 2030 da ONU é o documento que apresenta 17 Objetivos e 169 Metas para todas as nações do mundo, afirmando buscar um desenvolvimento global social sustentável.
Apesar de algumas questões controversas e protestos devido a possíveis perigos morais e sociais, a Agenda 2030 vem se tornando política ao redor do mundo - inclusive já vem sendo implementado no Brasil. Conheça e entenda as propostas da Agenda 2030 da ONU.
No site brasileiro das Nações Unidas consta o seguinte texto:
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.”
A Agenda 2030 e toda a sua comunicação oficial foi pensada para que parecesse que ela simplesmente fala de paz mundial, desenvolvimento sustentável, como qualquer outra agenda ambientalista que a ONU já fez.
A estratégia consiste em usar termos que maquiam seus reais intentos e promover uma comunicação que não deixa explícita sua ideologia política, conforme se pode observar na leitura do pdf da agenda.
Os temas sensíveis e os posicionamentos polêmicos são ocultados, o que faz parte de uma estratégia que pretende empurrar a Agenda 2030 da ONU a todo custo sobre todos os países.
Os países que assinam o compromisso de respeitar a agenda devem seguir à risca cada um dos seus Objetivos e Metas. Há apenas uma ressalva de que as Metas e Objetivos devem ser factíveis à realidade do país.
A Agenda 2030 da ONU defende e prega:
E o intuito segue claro: que todos os países adotem a Agenda até 2030. Uma verdadeira homogeneização, um órgão internacional interferindo na soberania nacional dos países. O Globalismo aplicado na prática.
A tendência ideológica da ONU é clara, assim como as políticas que ela deseja implantar. Mas ela se reconhece incapaz de apresentar concretamente como as nações podem seguir os Objetivos e Metas propostos:
“57. Reconhecemos que os dados de referência para várias das metas permanecem indisponíveis, e conclamamos um maior apoio para o fortalecimento da coleta de dados e para o desenvolvimento de capacidades nos Estados-membros para desenvolver dados de referência nacionais e globais onde eles ainda não existam. Comprometemo-nos a corrigir essa lacuna na coleta de dados, de modo a informar melhor a mensuração do progresso, em particular para as metas abaixo em que não há metas quantitativas claras”.
Apesar da falta de clareza, aos poucos, a Agenda 2030 vem sendo implementada. Inclusive no Brasil.
A Lei nº 16.817, foi aprovada no dia de 2 de fevereiro de 2018. Ela adota a Agenda 2030 no município de São Paulo e cria a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável. Sem que passasse pelas outras instâncias dos poderes nacionais, a Agenda da ONU foi aprovada e vem sendo implementada.
Uma clara interferência na soberania nacional brasileira que influencia nos seus rumos políticos.
A ONU se comprometeu com políticas progressistas e passou a propagá-las ao redor do mundo com sua influência.
O termo “saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos” é uma forma de maquiar o verdadeiro sentido da pauta que a ONU defende. A palavra adequada é aborto. Os representantes da ONU defendem a eliminação de uma vida antes da concepção e querem tornar isso um direito universal:
“5.6 assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão”
Essa política da Agenda 2030 da ONU é uma continuidade das decisões das conferências anteriores, como a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e a Plataforma de Ação de Pequim.
Em 1994, saiu o resultado da Conferência: um Plano de Ação com compromissos firmados para promover políticas que garantam:
Já em 1995, ocorreu a IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres, cujo documento final foi a Plataforma de Ação de Pequim. Ela consagrou três políticas que se tornaram pautas definitivas da ONU:
O aborto, as políticas de planejamento familiar, a educação sexual e os direitos reprodutivos, são formas de controle de natalidade. Portanto, contribuem para a redução populacional.
Existe uma corrente dentro do movimento ambientalista que defende a ideia de que há uma superpopulação do mundo e isto é prejudicial para o meio-ambiente. Controlar o número de nascimentos seria a forma de driblar o problema.
Levando em conta as políticas adotadas pela ONU desde o século passado, é possível perceber que a ideia de redução populacional predomina na instituição.
As políticas de redução da população global cometem um equívoco: aceitar o mito da superpopulação.
Atualmente, todos os mais de 7 bilhões de habitantes do mundo conseguiriam viver em uma cidade do tamanho do Texas.
A cidade teria a mesma densidade populacional de Nova York, possuindo zonas industriais, áreas verdes, escritórios e residências.
Dessa maneira, apenas o Texas estaria ocupado por seres humanos, com o resto do mundo inteiro disponível para a produção de recursos.
No Brasil, o homem ainda não pisou em 80% do território da Amazônia, território que representa mais de 60% do território total do país.
Não existe superpopulação global, o que deixa em aberto o motivo da busca pela redução da população.
O controle populacional não é a única pauta polêmica que a ONU defende e que está presente na Agenda 2030.
A Organização das Nações Unidas, herdeira da Liga das Nações, foi criada para servir como um instrumento em busca da paz mundial após a Segunda Guerra. Para Dore Gold, ex-diplomata israelense da ONU, a instituição não atendeu aos anseios originais de seus criadores, tampouco seu legado tem sido positivo.
Gold é autor do livro Torre de Babel, nele expõe sua tese de que a ONU foi completamente desvirtuada e acabou contribuindo para instigar o caos global.
A instituição e seu fracasso se devem à perda de uma referência moral. Na época da 2ª Guerra Mundial, o mundo era dividido em dois pólos inimigos: os Aliados e os fascismos.
Era fácil se posicionar de forma objetiva condenando um dos lados. Mas, com o fim do conflito, a clareza entre o que apoiar e o que condenar foi se perdendo em um relativismo moral.
Para Dore Gold, predomina uma imparcialidade na ONU. Agressor e agredido tornaram-se conceitos elásticos e confusos. Aos poucos, a ONU foi absorvendo as correntes politicamente corretas e as pautas identitárias.
Gradualmente o progressismo foi tomando conta da organização e ela foi enfraquecendo sua posição diante de grandes conflitos do mundo, como o terrorismo islâmico e o comunismo chinês.
Sem sólidos pilares institucionais e culturais, a simples escolha da maioria pode representar a tirania sobre a minoria numérica.
Em parte, foi justamente isso que aconteceu com a ONU. Países do Terceiro Mundo foram assumindo o controle da organização.
Hoje em dia, países sob regimes autoritários ocuparam o Conselho de Direitos Humanos da ONU, tiranos que massacram seus povos e ignoram qualquer acordo de direitos humanos influenciam os posicionamentos da organização.
Para Gold, a ONU se tornou palco para muitos discursos inflamados e poucas ações efetivas, um paraíso dos burocratas e políticos populistas. Uma espécie de governo mundial sem responsabilidade pelos seus atos e com políticos eleitos sem eleições populares.
As Nações Unidas procuram influenciar nos rumos políticos globais, e quem chancela as decisões são burocratas reunidos em uma cúpula em Bruxelas. Provavelmente eles nunca pisaram nos países que estão sendo pressionados a acatar suas ordens.
“Preâmbulo: Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 Metas que estamos anunciando hoje demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Levam em conta o legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e procuram obter avanços nas metas não alcançadas. Buscam assegurar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.”
Em 1987, a Organização das Nações Unidas promoveu a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A reunião foi presidida pela ex-Primeira Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. No encontro surgiu a definição de desenvolvimento sustentável:
“Aquele que atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades”.
A partir da criação da ideia de desenvolvimento sustentável, as Nações Unidas mobilizaram esforços para tornar isto possível ao redor do mundo.
Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O documento final que compila todos os objetivos, metas e os indicadores dessa ação ficou conhecido como Agenda 2030 da ONU.
O foco desta agenda seria sensibilizar as pessoas, as empresas, os governos e as nações para a necessidade de uma mudança, alegando:
A Agenda 2030 da ONU é um conjunto de 17 Objetivos divididos em 169 Metas que todos os países do mundo devem implementar até o ano de 2030.
Pode-se ler no site do Programa de Desenvolvimento Sustentável da ONU:
“As Metas de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidas como Metas Globais, foram adotadas pelas Nações Unidas em 2015 como um chamado universal para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que, em 2030, todos possam aproveitar a paz e prosperidade.
As 17 metas são integradas - elas reconhecem que a ação em uma área afeta todas as outras, e que o desenvolvimento deve equilibrar um desenvolvimento social, econômico e sustentável.
Os países estão comprometidos a priorizar o progresso para aqueles que estão bem atrasados. As Metas de Desenvolvimento Sustentável foram pensadas para acabar com a pobreza, a fome, a AIDS e a discriminação contra mulheres e meninas.
A criatividade, o knowhow, a tecnologia e os recursos financeiros de todas as sociedades são necessários para alcançar as Metas de Desenvolvimento Sustentável em todos os contextos”.
Além dos objetivos, a ONU propõe 169 Metas a serem alcançadas neste tempo
É possível resumir os objetivos da Agenda 2030 da ONU do seguinte modo:
Todos esses objetivos serão apresentados a partir de trechos presentes na própria agenda.
Na introdução, os representantes da ONU apresentam a novidade e o compromisso que firmaram:
“Nós, Chefes de Estado e de Governo e Altos Representantes, reunidos na sede das Nações Unidas, em Nova York, de 25 a 27 de setembro de 2015, (...) deliberamos hoje sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável globais. 2. Em nome dos povos a que servimos, adotamos uma decisão histórica sobre um conjunto de Objetivos e metas universais e transformadores, abrangente, de longo alcance e voltado para as pessoas. Comprometemo-nos a trabalhar incansavelmente para a plena implementação desta Agenda até 2030.”
Os representantes, signatários da Agenda 2030 da ONU, deixam claro que vislumbram um mundo melhor a partir de seus projetos:
“Antevemos um mundo de respeito universal aos direitos humanos e à dignidade humana, ao Estado de Direito, à justiça, à igualdade e a não discriminação; ao respeito pela raça, etnia e diversidade cultural; e à igualdade de oportunidades que permita a plena satisfação do potencial humano e que contribua para a prosperidade compartilhada. Um mundo que investe em suas crianças e no qual cada criança cresça livre da violência e da exploração. Um mundo em que cada mulher e menina desfrute da plena igualdade de gênero e no qual todos os entraves legais, sociais e econômicos para seu empoderamento tenham sido removidos. Um mundo justo, equitativo, tolerante, aberto e socialmente inclusivo no qual as necessidades das pessoas mais vulneráveis sejam atendidas.”
Sem um esforço global e a união de todas as nações, não será possível garantir a realização dos planos da Agenda 2030 da ONU:
“A escala e a ambição da nova Agenda requer uma Parceria Global revitalizada para garantir sua implementação. Comprometemo-nos plenamente com isso. Essa Parceria trabalhará em espírito de solidariedade global…”
Cada um dos 17 objetivos e das 169 metas da Agenda 2030 da ONU apresenta com um pouco mais de clareza as políticas que a organização deseja implementar.
Dentro do Objetivo 3, que trata de Saúde e bem-estar, consta a seguinte meta:
“3.7 até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais”.
Mais adiante no artigo, será abordada uma nuance interessante desta Meta. O termo gênero é mencionado 17 vezes ao longo do documento final, além de constar no Objetivo 5.
A ideia de gênero aparece associada à educação:
“4.a construir e melhorar instalações físicas para a educação, apropriadas para crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero e que proporcionem ambientes de aprendizagem seguros, não violentos, inclusivos e eficazes para todos”
O significado de “crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero” também será abordado mais adiante. O tema segue na Agenda e, novamente, fala-se em saúde sexual e reprodutiva:
“5.6 assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão”
O tema do empoderamento feminino ainda aparece nas Metas do Objetivo 5:
“5.c adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, em todos os níveis”
A forma como o ser humano se relaciona com os recursos da natureza também é um dos principais objetos de preocupação dos representantes da ONU:
“12.8 até 2030, garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização sobre o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza”
“12.c racionalizar subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis, que encorajam o consumo exagerado, eliminando as distorções de mercado, de acordo com as circunstâncias nacionais, inclusive por meio da reestruturação fiscal e a eliminação gradual desses subsídios prejudiciais…”
Por fim, consta na Agenda 2030 da ONU:
“13.2 integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais…”
“17.10 promover um sistema multilateral de comércio universal, baseado em regras, aberto, não discriminatório e equitativo no âmbito da Organização Mundial do Comércio, inclusive por meio da conclusão das negociações no âmbito de sua Agenda de Desenvolvimento de Doha”
Como fica a situação do Brasil diante de tantas exigências? Elas são factíveis para a realidade brasileira?
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desenvolveu uma proposta de adequação das metas globais da Agenda 2030 à realidade brasileira. O IPEA adaptou as metas de acordo com as especificidades e prioridades do país e definiu indicadores para acompanhar o cumprimento dos compromissos assumidos.
Em 2018, foi lançada uma plataforma que permite o acompanhamento dos indicadores brasileiros referentes à Agenda 2030.
A plataforma se chama ODS, fazendo referência aos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela ONU. Seu objetivo é engajar a sociedade brasileira com a Agenda 2030.
A ODS promove:
No âmbito do Judiciário, o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, declarou a posição da instituição perante a agenda:
“A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas representa um plano de ação que promove a vida digna e estabelece metas para erradicar as desigualdades sociais no âmbito global.
(...)
No âmbito brasileiro, a concretização desse importante compromisso internacional exige a atuação de todos os Poderes da República. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal é uma instituição central para difundir a visão, a cultura e, principalmente, os valores tão elevados da Agenda 2030
(...)
Apesar de desafiadora, esta iniciativa representa um passo crucial em direção à abertura dos canais institucionais e da governança de nossa Corte às múltiplas perspectivas e experiências dos atores da academia, da sociedade civil e do próprio sistema de Justiça”. (Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal. Brasília, 22 de outubro de 2020.)
O apoio e o engajamento do Brasil na Agenda 2030 segue restrito, principalmente, às instituições oficiais. Isto se deve ao fato da Agenda conter diversos posicionamentos polêmicos.
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