16 frases de Karl Marx que impactaram a economia e sistemas políticos ao redor do mundo

Frases de Karl Marx contra a religião

Karl Marx era materialista e entendia que o Paraíso deveria ser buscado aqui na Terra e não em uma realidade transcendental. Para ele:

“A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo” (Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Karl Marx). 

Marx via a religião como algo ilusório e que coloca o homem no centro de suas ações:

“A religião é apenas o sol ilusório que gira em torno do homem, desde que ele não gire em torno de si mesmo” (Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Karl Marx). 

E juntando a religião com a sua ideia central de divisão de classes, afirmou Marx:

“A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo. A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real” (Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, Karl Marx).

• Veja o debate entre fé e razão.

Para Marx, o capitalismo era o maior inimigo para sua utopia.

Os supostos privilégios da burguesia

Na crença de que a sociedade vive uma luta de classes desde o princípio, as frases de Karl Marx mostram que ele odiava o grupo de pessoas que ele chamou de “burguesia”:

“A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e limitados que um objeto só é nosso quando o possuímos” (Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844, Karl Marx). 

“O Governo do Estado moderno não é se não um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa”. 

“[A burguesia] Resolveu o valor pessoal em valor de troca e, no lugar das incontáveis liberdades fretadas e indefensáveis, estabeleceu essa liberdade única e inconcebível - o livre comércio”. 

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O embate contra o capitalismo e a luta de classes

“A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história da luta de classes”, afirmou Karl Marx em trecho retirado do panfleto O Manifesto Comunista.

Para ele:

“Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o caráter desses limites” (O Capital, Karl Marx). 

“O capitalismo gera o seu próprio coveiro” (O Manifesto Comunista, Karl Marx e Friederich Engels). 

A solução para o capitalismo seria o socialismo científico e depois o comunismo. Marx não queria compreender o mundo, mas moldá-lo:

“Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo” (livro Teses sobre Feuerbach, Karl Marx). 

O convite à revolta dos trabalhadores

Na visão de Marx, essa realidade vivida pelos trabalhadores oprimidos era o suficiente para motivar uma revolução que mudaria as estruturas da sociedade: 

“Os comunistas se recusam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente” (Manifesto do Partido Comunista, 1848).

“A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”. 

Para ele, a revolução comunista seria uma forma de os trabalhadores fugirem das correntes que os mantinham presos. 

“Os trabalhadores não têm nada a perder em uma revolução comunista, a não ser suas correntes”. 

“O trabalho não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades”. 

Por isso, o Manifesto Comunista, panfleto publicado por Marx e Engels em 1848, em Londres, fazia um convite direto aos trabalhadores de todos os países: 

“Proletários de todos os países, uni-vos”. 

Essa união entre todos os trabalhadores de todos os países poderia oferecer a essa classe vista como explorada a sua emancipação:

“A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”.

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Para Ipojuca Pontes, cineasta, escritor e jornalista, Marx entendia que tudo era permitido se fosse pelo bem da classe trabalhadora: 

“Assim, a exigência moral, ou de qualquer conjunto de regras de conduta, seria no capitalismo uma excrescência, embora seja perceptível uma postura moral inseparável à teoria marxista da história: nela tudo é permitido desde que o seja em função da emancipação da classe operária”. 

O que defende a teoria marxista?

A ideia central da teoria marxista gira em torno do materialismo e também da luta de classes. O filósofo alemão considerava enganação os pensamentos filosóficos e religiosos que falam sobre a eternidade da alma ou um Paraíso sobrenatural.

Para Marx, os trabalhadores oprimidos devem lutar contra quem está em uma posição social de destaque a fim de criarem um Paraíso na terra.

Para Pavel Annenkov, crítico literário e memorialista do Império Russo, Marx:

“[...] falava sempre com palavras imperiosas, que não admitiam contradição, e que se tornavam ainda mais incisivas pela sensação quase dolorosa do tom que perpassava tudo o que dizia. 

O tom expressava a firme convicção de sua missão de dominar a mente dos homens e de lhes ditar suas leis. Diante de mim erguia-se a encarnação de um ditador democrático”. 

Para Williams, professor de Economia na George Mason University, o perigo de um sistema como o socialismo científico pode ser identificado pela crença na presença forte do Estado na sociedade: 

“Não é preciso ser a favor de campos de extermínio ou guerras de conquista para ser um tirano. A única exigência é que se deve acreditar na primazia do Estado sobre os direitos individuais”. 

Walter Williams, destaca o traço tirano e totalitário do socialismo científico: 

“Um sistema que causou mais mortes e miséria humana do que todos os outros combinados”. 

• Conheça os genocídios causados por revoluções comunistas.

As influências de Karl Marx

As principais influências de Karl Marx são a filosofia de Hegel e Ludwig Feuerbach e também a teoria econômica de David Ricardo.

A filosofia idealista de Hegel defende que o mal possui uma força criativa, fazendo com que surja uma síntese superior sempre que uma tese é confrontada por uma antítese. 

Para Hegel, sempre existe a possibilidade de um embate de ideias, fazendo com que surja uma nova ideia melhor. 

Marx defende que as transformações dialéticas acontecem na história a partir do choque das estruturas e das ideias sociais humanas. 

Em decorrência dessas ideias, aparecem dois pontos importantes da teoria marxista: a dialética do materialismo histórico e a luta de classes. 

Porém, o filósofo e professor de história da USP Ruy Castro afirma que a história da humanidade não se resume a uma luta de classes: 

“A história não é apenas a história da luta de classes, pelo menos por três razões. Uma, indicada por Engels na edição inglesa de 1888, é que parece haver existido sociedades sem antagonismos pelo menos comparáveis com os antagonismos modernos; outra é a de que as oposições existentes na maioria das sociedades anteriores ao modo de produção capitalista não foram a rigor oposição de ‘classes’; o terceiro é o de que, como Marx e principalmente O Capital ensinam abundantemente, a história não é só luta, ela também é inércia”. 

Já a influência de Ludwig Feuerbach para Karl Marx acontece na compreensão da natureza humana. Para ele, os seres humanos são explicados estritamente pelo aspecto material e físico. O campo espiritual é irrelevante. 

No campo econômico, a teoria subjetiva do valor, de David Ricardo e outros economistas da época, é uma ideia importante transformada pela teoria marxista. O preço de bens para uso ou troca é definido por um valor que o mercado atribui a eles. 

A teoria marxista defende que o valor dos bens de consumo é definido de forma subjetiva pelo seu produtor. 

Se você quiser aprender a história do comunismo e qual foi seu impacto no mundo, a Brasil Paralelo criou a maior obra sobre o assunto e você pode assistir os três primeiros episódios gratuitamente: 

Principais obras de Karl Marx

As obras mais conhecidas de Karl Marx são: 

O Manifesto Comunista (1848)

Esse foi seu livro escrito em parceria com Engels. Eles apresentam a teoria da luta de classes e o materialismo histórico. Neste manifesto estão boa parte das frases mais populares de Karl Marx, que serviram de base para os partidos comunistas ao redor do mundo. 

O capital (1867)

A obra, dividida em 4 volumes, abordam os seguintes temas: 

• O processo de produção do capital;
• O processo de circulação desse capital;
• A globalização dada por meio da produção capitalista;
• A teoria da mais-valia. 

É uma de suas obras chave para entender o que ele diz sobre o capitalismo, pois ataca o capitalismo liberal. Ele aponta as falhas desse sistema e descreve por que o socialismo funciona. 

Outras obras

Sobre filosofia: 

• Diferença da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro (1841);
• A questão judaica (1843);
• Miséria da filosofia (1847);
• A burguesia e a contra revolução (1848). 

Artigos e panfletos sobre economia:

• O 18 de brumário de Luís Bonaparte (1852);
• Punição capital (1853);
• A decadência da autoridade religiosa (1854).

Últimas produções:

• População, crime e pauperismo (1859);
• Manifesto de lançamento da Primavera Internacional (1864);
• Salário, preço e lucro (1865). 

Para saber mais sobre filosofia e política, conheça a Brasil Paralelo.

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